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C.1 PFPM completa do rolamento de rolos

3.3 Proposta de modelagem funcional integral do produto

3.3.2 Composição do domínio funcional da modelagem

Esta seção descreve a composição do domínio funcional do produto base e a cor- relação do domínio funcional com o domínio físico para compor a matriz função componente apresentada na Seção 2.5.3. O domínio funcional deve desdobrar as funções do mais alto nível de abstração até o nível mais baixo de abstração onde as funções podem ser correlacionadas com os parâmetros físicos do produto base.

Com o objetivo de eliminar as omissões, a abordagem integral do produto base, do ponto de vista funcional, fundamenta-se no mapeamento dos clientes através da identificação de todos os processos do ciclo de vida do produto base. Portanto o primeiro passo é identificar os processos relevantes do produto base que serão considerado na modelagem funcional.

Por exemplo, baseando-se nas Figuras 3.2 e 3.4, pode-se tratar dos processos de manufatura do componente C, sub-montagem, montagem, uso e manutenção. Portanto teriam sido identificados cinco processos relevantes. Estes processo são listados um abaixo do outro linearmente da maneira mais lógica possível, como mostra a Figura 3.7.

Cada um dos processos pode ser descrito através de uma sequência de atividades, a execução de cada uma das atividades é uma função relacionada ao processo. A Figura 3.8 descreve a sequência de atividades do processo de sub-montagem: monta-se o componente A com o B, em seguida monta-se o componente C e por último monta-se o componente D completando a sub-montagem. Para se auxiliar na elaboração da descrição das atividades do processo, recomenda-se a observação e a consulta aos clientes.

Figura 3.7: Processos considerados para a modelagem funcional.

O desdobramento é feito sucessivamente até que a função possa ser associada dire- tamente aos parâmetros do domínio físico. Este desdobramento é feito para todos os processos e então se obtém uma estrutura funcional como ilustrada na Figura 3.9.

Figura 3.9: Estrutura funcional do produto.

Esta estrutura é lida seguindo a lógica do "COMO-POR QUE". Caminhando da esquerda para direita segue-se a lógica de COMO a função é executada e da direita para a esquerda de POR QUE a função é executada.

As funções e sub-funções devem ser descritas por um verbo e um substantivo se- guindo a base funcional (Seção 2.1.3). Sugere-se que na descrição das funções, além da no- menclatura padronizada, esta função também seja descrita com a linguagem usada no dia-a-dia da equipe de projeto. A nomenclatura padronizada garantirá e permitirá a troca e a formação de uma banco de dados de projeto, porém a linguagem livre da equipe de projeto permite um dinamismo nas discussões e facilita o entendimento da análise funcional no contexto. Os parti- cipantes da análise funcional não precisam dominar o vocabulário padronizado e as discussões ocorrem naturalmente nos temos cotidianos. O responsável pelo projeto deve "traduzir"as fun- ções levantadas e documentá-las com o vocabulário padronizado.

Esta estrutura funcional forma o cabeçalho das linhas de uma matriz, que junta- mente com a estrutura de linhas elaborada na composição do domínio físico, compõem uma nova matriz denominada Matriz Processo Função Componente (PFCM ou Process Function Component Matrix) (Figura 3.10), a qual correlaciona desde os processos até as funções de nível mais baixo de abstração com os parâmetros físicos do projeto base.

Figura 3.10: Matriz Processo Função Componente.

Com o intuito de auxiliar no desdobramento dos processos em funções, a seguir são apresentadas algumas orientações específicas para alguns processos.

Uso: Este é o principal processo. Deve-se descrever todos os usos previstos para o produto que estão no escopo do projeto do mesmo.

Manufatura: Pode ser descrito tanto o processo de fabricação de cada componente ou somente dos componentes mais relevantes. No entanto uma vez que se descreve o processo de fabricação de um componente, deve-se considerá-lo integralmente, desde o recebimento da matéria-prima até a disponibilização do componente para a montagem, para evitar omissões.

Para cada etapa do processo deve-se ser capaz de identificar todos os parâmetros físicos do componente que estão sendo trabalhados. Os seguintes documentos são uteis neste desdobramento: fluxo de processo, desenhos de estágio do componente, instruções de trabalho para cada posto e plano de controle de qualidade. A observação dos processos e a contribuição dos operadores dos processos também são importantes para a análise funcional.

Montagem: Analisar todas as etapas da montagem do produto. Utilizar o fluxo do processo, as instruções de trabalhos, as instruções de controle de qualidade como suporte para a elaboração deste desdobramento, além da observação da linha de montagem e informações do operador da montagem.

Manutenção: O processo de manutenção deve prever os problemas mais frequentes do produto, como itens de desgaste por exemplo. Esta análise pode ser baseada nas instruções do manual de manutenção ou nos treinamentos técnicos dos responsáveis pela manutenção. A análise funcional descreve passo-a-passo o que é feito no produto para se restaurar a funciona- lidade perdida.

Ajuste: Similar à manutenção, o processo de ajuste pode ser descrito a partir do manual de instruções do produto, onde o usuário pretende atuar no produto com o intuito de

ajustar o desempenho de uma função executada.

A partir da proposta de modelagem funcional integral do produto apresentada, identificou-se a possibilidade de se classificar hierarquicamente as funções de uma nova ma- neira considerando o ciclo de vida do produto, a qual é descrita a seguir na Seção 3.3.3.

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