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Capítulo 4 – Apresentação e análise dos dados

4.2. Perceções sobre a relevância da avaliação no contexto organizacional – o olhar de

4.2.1. Composição da equipa

Os três diretores apresentam opções distintas quanto à constituição da equipa de AA, bem como em relação ao envolvimento do diretor na equipa e na participação nos trabalhos. Em alguns casos, a equipa parece ser mais externa à direção e, provavelmente, detentora de uma maior liberdade de reflexão do que as equipas que contam com uma presença mais marcante do diretor, que poderá contribuir para a inibição da reflexão ou para a existência de uma certa parcialidade, principalmente quando o diretor diz fazer parte da equipa "por questões estratégicas" de controlo ou de melhor funcionamento.

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O diretor E1 considera crucial delegar no coordenador, por si selecionado, a composição da Equipa da AA. “Eu cheguei ao pé do coordenador e disse-lhe assim: “Tu vais ser o coordenador e vais escolher a tua equipa.” (E1), condicionando-o, porém, a escolher um elemento da Comunidade Educativa “(...) Contando que a tua equipa deve ter um elemento da comunidade educativa (...)”. (E1)

O diretor E2 menciona critérios de representação, dando preferência à variedade de áreas e à integração do TEIP na equipa da AA, colocando assim, no núcleo principal, as coordenadoras dos CAE, TEIP, EFA’S e um professor que esteja motivado e com apetência para trabalhar na AA.

Neste momento, são quatro colegas: A L., a coordenadora TEIP que é a IG, a coordenadora do ensino e formação de adultos que é a D. e o R. que é um colega de Geografia que gosta desta área e está sempre disponível para trabalhar com os colegas.” Esta é a equipa base, pessoas de várias áreas. (E2)

Apenas E2 é claro quanto à constituição da equipa de AA:

(...) Na avaliação da organização deve estar, de alguma forma, a estrutura autónoma do diretor, porque eu consigo avaliar o que está a correr bem e a correr mal. Mas quem esteja por fora consegue fazer uma avaliação mais profunda, mais eficiente e mais eficaz. (E2)

Refere ainda que a equipa faz, sempre que necessário, a solicitação pontual de colaboração a outros colegas. “Pontualmente eles pedem a colaboração de outros colegas”.

No caso destes diretores, E1 e E2, percebemos que são os próprios que fazem a ligação com a equipa da AA. “(...) a própria.” (E1); “Tenho sido eu. Porquê? Porque temos trabalhado muito as questões estratégicas.” (E2)

Tal como E2, o diretor E3 diz ter existido uma mudança da equipa, optando pela representação dos vários departamentos “Olhe, neste caso, pronto, nós tentamos que ela seja distribuída pelos vários departamentos (...) mudámos de equipa, (...)”. (E2) Acrescentou que nenhum elemento da direção integra a equipa, dando assim total autonomia à equipa da AA para avaliar os resultados. “(...) Não há ninguém da direção que faça parte da equipa. São tudo pessoas extra direção e que têm total liberdade para fazer a análise como entendem.” (E3)

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No caso dos diretores E2 e E3, existe a preocupação em deixar alguém da equipa anterior para fazer a ponte com o trabalho realizado. “(...) um colega de Geografia que gosta desta área e está sempre disponível para trabalhar com os colegas.” (E2) “(...) e fizemos uma manutenção de uma pessoa de uma equipa para a outra para haver alguma continuidade…” (E3)

No que respeita à categoria “Composição da Equipa”, apesar de se verificarem algumas semelhanças, os três Coordenadores entrevistados apresentam opções distintas, não só na constituição da equipa, como também nos critérios para a sua composição. O coordenador EC1 comtemplou na constituição da sua equipa:

(...) docentes, pessoal não docente, que integrasse todos os ciclos de ensino (1.º, 2.º, 3.º ciclos e secundário) e várias sensibilidades do agrupamento e depois integrei: chefe dos serviços do pessoal auxiliar, representante da associação de estudantes e um representante dos encarregados de educação. (EC1)

Acrescentou que reúne a equipa periodicamente e que teve total autonomia [Discurso em conformidade com a sua diretora] na escolha da equipa: “(...) e reunimos periodicamente para desenvolver estas iniciativas todas. / (...) com a presente diretora deram-me carta branca para escolher a equipa.” (EC1) O critério apresentado recai na escolha de “Um representante pelos vários ciclos de ensino (no que diz respeito aos professores), mas também o chefe de secretaria, pessoal auxiliar, alunos e encarregados de educação. (...)”. (EC1)

A diretora é quem estabelece a ligação com a equipa. “Temos a diretora.” (EC1).

O coordenador EC2 refere que a equipa da AA está constituída com os seguintes elementos:

Este ano a equipa é construída por mim, que sou coordenadora (...) era a única que vinha detrás e que fazia a ponte. Está também a integrar a coordenadora TEIP (...). E o mesmo acontece com a coordenadora do ensino noturno, que também faz parte da equipa. Portanto, nós, este ano, estamos a trabalhar todas as áreas da própria escola. (EC2)

Passou a existir a representação de todas as áreas, que foi encarada como uma mais- valia para uma reflexão mais globalizante.“(...) mas há um relatório que contempla todas estas áreas.”(EC2). A própria diz fazer a ligação da equipa da AA anterior com a presente,

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acrescentando que o seu diretor faz a ponte com a equipa da AA relativamente à Direção (Discurso em conformidade com o seu diretor) “É o diretor que faz essa ponte.“ (EC2). O critério comtemplou a representação TEIP e o Ensino Noturno. “Este ano (se há aqui um acréscimo de critério) foi unirmos a representante do ensino noturno e a da TEIP, estarem unidas na mesma equipa é uma mais-valia.”(EC2) Foi realizado um só relatório para todas as áreas de intervenção da escola.

O coordenador EC3 considera que:

(...), a equipa resultou de um convite que me foi feito, provavelmente por (...) disponibilidade horária, uma vez que tive redução de tempo letivo. Depois, a direção procurou manter um elemento que já vinha da equipa anterior, (...) iria fazer uma ligação com mais experiência (...) e depois falámos e procurámos encontrar colegas que (...) fossem familiarizados (...) com a estatística (...), conhecimentos de informática e daí resultou a entrada. E depois outro também ligado ao ensino académico, também com conhecimentos de tratamento de dados (ele é professor de matemática) e, portanto, também está familiarizado com a estatística (...). (EC3)

O critério da constituição da equipa não está relacionado com a representação dos ciclos de ensino.“(...) Não tem rigorosamente nada a ver com o ciclo.”. (EC3) Mas, sim, com a redução horária do coordenador, com o facto de haver um elemento que faça a ponte com experiência, que integre elementos que saibam fazer o tratamento de dados e que possuam conhecimentos de estatística e de informática. O coordenador referiu ainda que a diretora o convidou, mas que não foi ele o responsável pela constituição da equipa. Quem fez a equipa foi a direção. “Não, não… Manteve, ela perguntou se eu queria fazer parte da equipa mas não me deu essa responsabilidade” (EC3). Acrescentou ainda que ninguém da Direção faz parte da equipa de AA. “Não.” (EC3)

Como podemos confirmar, pela análise desta categoria, os três Coordenadores (em comum) referem a existência de um elemento na constituição da equipa que faça a ponte da equipa anterior para a atual. É ainda percetível a existência de pontos, nos seus discursos, em conformidade com a exposição dos respetivos diretores.

Apenas os coordenadores EC1 e EC2 referem que são os diretores que fazem a ponte com a equipa da AA.

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