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Compreensão do negócio

CAPÍTULO 3 – METODOLOGIA APLICADA

3.1 F ORMULAÇÃO E METODOLOGIA APLICADA

3.1.1 Compreensão do negócio

No Hospital da Prelada são tratados tanto doentes privados, como beneficiários de subsistemas com os quais o Hospital tem acordo como também utentes do SNS referenciados por Médico de Família / Hospital Público. No caso da referenciação por médico de família/hospital público a mesma deve obedecer ao contrato programa que esteja em vigor no momento da referenciação. O contrato programa é celebrado entre o Ministério da Saúde e a Santa Casa da Misericórdia do Porto e dá ao Hospital da Prelada a autorização para integrar a rede nacional de prestação de cuidados de saúde sujeitas a uma definição de quantidade das atividades a realizar pelo hospital segundo

Dados

Compreensão do negócio Compreensão dos dados Preparação dos dados Modelação Avaliação Implementação

devem ser criteriosamente seguidas. Os objetivos de produção a assegurar pelo Hospital referem-se à monitorização do volume das seguintes linhas de produção:

• Episódios de internamento – GDH médicos; • Episódios de internamento – GDH cirúrgicos; • Dias de internamento de doentes crónicos em MFR; • Episódios de cirurgia de ambulatório;

• Episódios de consulta externa.

Assim, um dos pontos fundamentais para cumprimento do contrato programa é garantir eficácia e eficiência no bloco operatório com vista à otimização da utilização do mesmo.

Um episódio cirúrgico é sempre antecedido de uma consulta pelo médico especialista na área em que o utente vai ser operado para o qual é necessário a preparação de uma proposta que inclui o preenchimento dos seguintes dados: número do doente, serviço, diagnóstico, procedimento, tipo de cirurgia, prioridade, data de registo, data de proposta, lateralidade, médico requisitante e data de consentimento do doente. O episódio cirúrgico gera um número de internamento do utente que vai dar entrada no hospital, embora o episódio cirúrgico possa ser de ambulatório ou de internamento. É considerado ambulatório um episódio com um tempo de permanência do utente no hospital inferior a 24h e internamento superior a 24h. A cada utente do hospital é gerado um número sequencial o qual é designado por número do utente e, igualmente, quando se gera um novo internamento é atribuído um número novo de internamento. O processo para cirurgia está representado na Figura 5.

Figura 5. Circuito de um utente inscrito para cirurgia.

A programação de doentes a agendar para cirurgia é feita pelo serviço cirúrgico, tal como ilustrado na Figura 5, em que os diretores de cada serviço juntamente com o responsável do serviço de internamento fazem o agendamento de modo manual

Consulta externa • Avaliação e proposta cirúrgica Serviço cirúrgico • Agendamento Bloco operatório • Cirurgia Internamento • Alta

identificando o número do doente e o dia em que será feita a intervenção cirúrgica. A seleção dos doentes tem em consideração a antiguidade do doente na lista de espera e a prioridade clínica da patologia de cada doente. A análise não segue nenhum método específico.

Posteriormente, o doente é notificado para uma consulta de medicina interna que tem como objetivo a preparação para a cirurgia na qual, caso necessário, são feitos exames e o utente é preparado para a cirurgia e informado da data e hora da mesma.

Diariamente, é feita a exportação das listas dos utentes que serão submetidos a cirurgia no dia seguinte nas 6 salas que constituem o bloco operatório do hospital. Durante a tarde, a enfermeira chefe ou a enfermeira responsável prepara o plano de trabalho para o dia seguinte, isto é, regista informaticamente o material necessário bem como, os recursos que serão necessários alocar a cada sala.

A definição do tempo que será alocado a cada cirurgia é definida pelos diretores de cada um dos serviços (ortopedia, urologia, cirurgia plástica e reconstrutiva, cirurgia geral e oftalmologia) e para cada um dos serviços o procedimento praticado é diferente. À exceção de ortopedia que faz o planeamento dos tempos com aproximadamente 3 dias de antecedência os restantes serviços fazem-no na véspera ou na manhã do dia em que a pessoa será operada.

No dia da cirurgia a passagem do utente pelo bloco operatório inclui a sala de anestesia, a sala onde decorre a cirurgia e a sala de recobro onde o utente é vigiado e a equipa cirúrgica garante que tudo decorreu dentro do previsto, o processo encontra-se ilustrado na Figura 6.

Figura 6. Circuito do utente no bloco operatório num episódio cirúrgico.

Bloco operatório

A equipa de enfermagem regista toda a informação da cirurgia, nomeadamente o registo de entrada no bloco, identificação do utente, serviço no qual está internado, data da cirurgia, tipo de anestesia, identificação do bloco e da sala, ato cirúrgico, tipo de cirurgia, prioridade cirúrgica, intervenção, diagnóstico, constituição da equipa cirúrgica e tempos cirúrgicos (início/fim: anestesia, cirurgia e recobro). A passagem do utente pelo bloco implica o registo de inicio e fim quer da entrada em bloco, quer o inicio da anestesia, o inicio da cirurgia, o fim da cirurgia, o inicio do recobro, o fim da anestesia e, o fim do recobro.

Tendo em conta a informação que é registada foram selecionados atributos para a realização do estudo de previsão da duração cirúrgica tendo em conta a bibliografia já consultada e referida no Capítulo 2 conforme é possível disponível, no Anexo A.

Atualmente, não existe no Hospital nenhum recurso tecnológico nos sistemas de informação que garanta a otimização para estes ou outros procedimentos de saúde. Todavia, existe uma base de dados criada desde 1998 que permite o acesso a um enorme volume de dados que podem ser utilizados. Serão testados vários modelos que permitam obter uma solução que passe por prever tempos de intervenção cirúrgica na sala operatória e, desta forma, evitar tempos mal programados na sala cirúrgica.

Com este trabalho pretende-se atingir os seguintes objetivos:

i. entender a relação entre as variáveis que influenciam o teatro cirúrgico; ii. apurar o modelo que seja capaz de fazer previsões com margens de erro

inferiores a 20%;

iii. analisar a viabilidade de aplicar o modelo no hospital mantendo a realidade atual.

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