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A compreensão de textos, inferências e tipos de textos: visão geral e pesquisas

A partir das discussões acima se conclui que a natureza da informação inferencial a ser estabelecida influencia o nível de compreensão que a criança é capaz de apresentar. Esta é uma informação relevante, pois mostra que as inferências demandam o estabelecimento de relações de natureza distinta que podem ser mais fáceis ou mais complexas. O efeito desta influência sobre a compreensão do texto não depende apenas das informações inferenciais que estão sendo foco da compreensão, mas também da natureza do texto que está sendo compreendido pela criança. A partir dos dados obtidos, três pontos merecem ser discutidos a este respeito:

(vi) A causalidade parece ser mais difícil de ser estabelecida no texto narrativo do que no argumentativo. Possivelmente isso ocorre porque a causalidade no texto narrativo se refere às relações de causa e efeito ou a relações referentes à motivação dos personagens. A causalidade no texto argumentativo, por outro lado, é diferente, pois se refere à justificativa de um ponto de vista de um dos personagens. Parece que a justificativa é um tipo de causalidade mais evidente do que a causalidade de outra ordem, como aquelas que aparecem no texto narrativo. Esta é apenas uma possibilidade de explicação que merece ser investigada em maiores detalhes em pesquisas futuras.

(vii) As inferências de estado tendem a ser explicitadas de forma completa no texto narrativo do que no argumentativo. Talvez isso ocorra porque as inferências de estado no texto argumentativo fossem menos evidentes para a criança do que no texto narrativo. No texto argumentativo as perguntas de estado eram: “Quem foram os adultos entrevistados nesta pesquisa?” e “Qual a opinião do autor do texto?”; e no texto narrativo eram: “Qual o esporte que Pedrinho fazia? e “Qual foi a decisão que Seu Nicolau tomou?”. Para compreender melhor este resultado seria necessário analisar como as crianças responderam cada uma dessas perguntas. Esta análise não foi realizada, podendo ser feita em estudo posterior a partir dos dados da presente investigação.

(viii) Estabelecer inferências de previsão é algo complexo, como já afirmado. Entretanto, as crianças tiveram mais facilidade em fazer previsões no texto argumentativo do que no narrativo. Uma possível explicação para isso é que na história, texto narrativo apresentado, parece haver múltiplas possibilidades de

encaminhamento dos eventos, o que levaria a criança a se distanciar do foco do texto. Por outro lado, no texto argumentativo essas possibilidades são mais restritas sendo mais evidentes para as crianças. As perguntas de previsão no texto narrativo eram: “Qual era a notícia que Baratinha ia dar?” e “Qual era a ideia que Pedrinho teve?”. Note-se que essas perguntas podem apelar para a criatividade excessiva das crianças pequenas e as levarem a dar respostas improváveis e desautorizadas pelo texto. As perguntas de previsão no texto argumentativo eram: “O que acha que os adultos disseram?” e “O que acha que as crianças disseram?”. Essas perguntas são bem específicas e com um foco muito mais claro do que aquelas relativas ao texto narrativo. Talvez isso explique os resultados obtidos.

O que se nota, de modo geral, é que as relações inferenciais, sejam elas de causalidade, de estado ou de previsão, apresentam certa variabilidade em função do tipo de texto que está sendo compreendido. Mais estudos precisam ser feitos a respeito das relações entre compreensão de textos e tipos de textos. O presente estudo, de certa forma exploratório, serve de exemplo de como essas relações podem ser investigadas, apresentando resultados que trazem novas informações à pesquisa na área.

Novas pesquisas merecem ser conduzidas a respeito dessas relações entre inferências e tipos de textos. Algumas delas foram apontadas nas discussões acima. Outras podem ser sugeridas, como por exemplo, investigar outros tipos de inferências baseadas e outras classificações presentes na literatura.

Outra possível investigação seria a partir de uma análise da compreensão de texto da mesma criança nos dois tipos de textos. Esta análise não foi realizada, o que permitiria provavelmente obter informações importantes acerca da compreensão de um mesmo leitor em relação a textos de tipos distintos. Esta análise individual de uma mesma criança poderia ser feita a partir dos dados coletados neste estudo.

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ANEXOS

Anexo A: Texto argumentativo apresentado, com indicação de suas partes e do tipo de pergunta inferencial (estado, causal e de previsão).

TEXTO PERGUNTA

O computador é uma das maiores invenções e tem sido algo muito importante na vida das pessoas, e ninguém consegue mais imaginar como seria o mundo sem ele. Tanto é que muitas pessoas usam o computador todos os dias em casa, no trabalho e na escola. Mas quando se trata de crianças usando o computador as opiniões começam a divergir havendo pessoas que são contra e outras que são a favor. Foi feita uma pesquisa com adultos e crianças em que se perguntava se uma criança de 8-9 anos poderia usar o computador livremente. Os adultos disseram uma coisa e as crianças disseram outra.

P1: O que acha que os adultos disseram? (previsão)

P2: O que acha que

as crianças

disseram? (previsão)

Alguns adultos disseram que a maioria das crianças usa o computador para brincar com jogos eletrônicos e que isso prejudicava a vida social dos filhos. Segundo os entrevistados, os filhos ficavam muitas horas jogando e não queriam brincar com outras crianças. Isso fazia com que ficassem muito sozinhos e sem amigos. Esses mesmos entrevistados também diziam que esta atividade fazia com que os filhos chegassem atrasados na aula no outro dia de manhã.

P3: Por que, segundo os adultos, os jogos eletrônicos fazem as crianças chegarem atrasadas na escola? (causal)

Outros adultos entrevistados diziam que os jogos eletrônicos prejudicavam a aprendizagem dos alunos. De acordo com esses entrevistados, os alunos ficavam distraídos, sem imaginação e terminavam tirando notas baixas na escola. As crianças deram respostas bem diferentes das respostas dos adultos.

P4: Por que os adultos entrevistados achavam que os jogos eletrônicos fazem as crianças ter

problemas na

escola? (causal)

diversão. Tão boas quanto qualquer outra brincadeira. Elas diziam que os personagens e heróis dos jogos eletrônicos podem se tornar amigos virtuais com os quais não se discute e nem se briga. Além disso, podemos dizer que não há qualquer risco de algo ruim acontecer com as crianças quando estão jogando no computador. Nunca ninguém quebrou a perna ou se machucou brincando com um jogo eletrônico. É um divertimento muito seguro.

adultos entrevistados nesta pesquisa? (estado)

As crianças entrevistadas diziam também que os efeitos especiais dos jogos aumentam a imaginação. Na verdade, como se sabe, podemos dizer que nos jogos eletrônicos acontecem coisas fantásticas que ninguém poderia imaginar. Por exemplo, a pessoa pode ser quem ela quiser, e depois voltar a ser ela de novo. Pode até morrer e voltar a viver de novo. Quer coisa mais criativa que isso?

P6: Qual a opinião do autor do texto? (estado)

Anexo B: Texto narrativo apresentado, com indicação de suas partes e do tipo de pergunta inferencial (estado, causal e de previsão).

TEXTO PERGUNTA

Pedrinho chegou da escola feliz da vida. Não tinha nenhuma lição naquele dia. Já pensou, ter uma tarde inteira e mais dois dias de descanso e brincadeira?

No almoço, entre uma colherada e outra do prato de arroz com feijão, foi contando as novidades:

- Sabe mãe, hoje tem reunião no campinho. Nós vamos decidir os times pro campeonato. Você já costurou o emblema na minha camisa?A mãe distraída, nem responde.

- Ô mãe! E a camisa? Tá pronta?

P1: Qual o esporte que Pedrinho fazia? (estado)

Nisso, a campainha tocou três vezes seguidas. Era o Baratinha chamando pra brincar.

- Come logo uma banana e vai atender a porta, filho. Outra hora a gente conversa, tá?Pedrinho achou esquisito esse jeito da mãe de não olhar nos olhos enquanto falava com ele. Mas a campainha tocou novamente e ele então precisou sair, todo apressado.

A mãe sentiu um aperto no coração. Ele iria ficar bem triste quando soubesse. E foi logo o Baratinha quem deu a notícia.

P2: Qual era a

notícia que

Baratinha ia dar? (previsão)

- Acho que não vai ter mais campeonato nenhum, Pedro. Pedrinho não acreditou. Mas era verdade. Bem em frente do campinho Seu Nicolau colocou uma tabuleta amarela anunciando: VENDE-SE. Dali a pouco chegaram as outras crianças e ficaram, todos ali, pensando no que fazer. - Já sei! Gritou o Pedro. – Vamos falar com Seu Nicolau.

P3: Por que não ia

ter mais

campeonato? (causal)

Mas o velho não estava para conversas. Queria mesmo vender o terreno e ponto final. Não que ele precisasse. Era dono de muitas casas na rua, inclusive a que Pedro morava.

- Mas Seu Nicolau, é o único lugar que a gente tem para brincar! Na rua a mãe não deixa, na escola não dá tempo, em casa nem pensar... Onde é, então, que a gente vai brincar, hein?

P4: Qual era a ideia que Pedrinho teve? (previsão)

Seu Nicolau sacudiu os ombros. As crianças que procurassem outro lugar. Disse também que o terreno era sujo, cheio de lixo, que não podia ficar assim, sem uso para nada.

Foi então que uma ideia passou voando pela cabeça de Pedro. Pedro piscou pros amigos, despediu-se do velho Nicolau e, no caminho de volta, explicou pra turma o que pretendia fazer.

Durante o sábado, Pedrinho e seus amigos trabalharam no campinho, trazendo caixotes, carregando lixo, catando latas e papéis no chão, varrendo. Pedrinho pensou: Seu Nicolau vai ter uma surpresa. Quando voltou pra casa já era quase noite.

P5: Por que os meninos limparam o terreno? (causal)

No Domingo, ao voltar da missa, Seu Nicolau teve uma grande surpresa. O terreno à venda não parecia mais o mesmo. Numa faixa improvisada lia-se: PRAÇA DO SEU NICOLAU.

E todo o pessoal que havia ajudado na arrumação aguardou em silêncio, esperando a reação do velho homem. Pais, mãe e crianças, num só olhar. Seu Nicolau se aproximou deles, sem saber o que dizer, mas sabendo o que fazer. Caminhou lentamente até a tabuleta amarela de vende-se e arrancou-a do chão com um sorriso.

P6: Qual foi a decisão que Seu Nicolau tomou? (estado)

Anexo C: Protocolo de Respostas ao Texto Argumentativo

Protocolo participante 78

P1: O que acha que os adultos disseram? (previsão)

R: que as crianças deviam ter um adulto por perto pra mexer no computador. Por que você acha que eles disseram isso?

R: porque as crianças pode mexer em alguma coisa que não pode, apagar alguma coisa no computador.

P2: O que acha que as crianças disseram? (previsão) R: que eles deviam mexer em tudo.

Por que você acha que elas diriam isso?

R: porque os adultos não deixam algumas crianças mexerem no computador.

P3: Por que, segundo os adultos, os jogos eletrônicos fazem as crianças chegarem atrasadas na escola? (causal)

R: porque se for jogar de noite ai fica jogando, jogando, jogando, jogando ai quando vai dormir já é tarde ai acorda ta com sono.

O que te fez pensar que é isso?

R: porque ta dizendo que as crianças iam chegar no outro dia de manhã no colégio atrasada. P4: Por que os adultos entrevistados achavam que os jogos eletrônicos fazem as crianças ter problemas na escola? (causal)

R: porque as crianças estudam de tarde ai quando é de noite ai vai jogar no computador ai depois esquece tudo que estudou ai quando é de manhã que vai pra escola e tem prova esquece de tudo.

Por que você acha que acontece isso? Como você descobriu isso?

R: porque aqui tem dizendo que as crianças deram respostas bem diferentes. P5: Quem foram os adultos entrevistados nesta pesquisa? (estado)

R: a mãe e o pai das crianças. Por que você acha que foram eles?

R: porque eles são quem mais mexe no computador do que as crianças. Você acha que eles mexem mais?

R: assim, pra estudar, pra trabalhar no computador. P6: Qual a opinião do autor do texto? (estado)

R: ele queria que as crianças soltassem a imaginação no jogo e depois voltasse a ser elas mesmas.

E o que te fez pensar que essa era a opinião dele?

R: porque no texto diz que eles podem ser alguém ou não. Quer dizer, pode ser eles ou outra pessoa.

Anexo D: Protocolo de Respostas ao Texto Narrativo

Protocolo participante 38

P1: Qual o esporte que Pedrinho fazia? (estado) R: futebol.

Como você pensou isso?

R: porque é uma atividade esportiva que ele pode gostar muito. P2: Qual era a notícia que Baratinha ia dar? (previsão)

R: eu acho que é uma notícia que o jogo poderia ser cancelado. E o que te fez pensar isso?

R: porque ele ia ficar triste com a notícia por causa do jogo que ele tava esperando tanto. P3: Por que não ia ter mais campeonato? (causal)

R: eu acho que aquele terreno era um campo assim próprio que poderia ser vendido qualquer dia assim. Por isso que não podia ter campeonato.

Como você descobriu essa resposta?

R: bom, primeiro pelo anúncio, se vai vender e por ser um terreno assim que podia ser própria, não podia ser público.

P4: Qual era a ideia que Pedrinho teve? (previsão)

R: eu acho que a ideia que ele teve foi de todos se reunirem para arrumar o terreno, deixar ele limpo pra poder ter o campeonato e não haver mais essa venda.

E o que te fez pensar isso?

R: bom, primeiro pelo fato de ele estar sujo e segundo porque eles queriam muito brincar lá no campo e precisavam desse jogo.

P5: Por que os meninos limparam o terreno? (causal)

R: porque eles queriam muito ter aquele jogo que eles esperaram tanto e ainda mais porque era feriado e não tinha tarefa.

Como você descobriu isso?

R: bom, primeiro pelo fato de nas primeiras linhas eles queriam muito ter esse jogo e decidiram arrumar o campinho também porque eu acho que foi porque eles queriam o jogo e porque também pra limpar pra não ficar aquela poluição.

P6: Qual foi a decisão que Seu Nicolau tomou? (estado)

R: bom, já que ele viu que o terreno tava apropriado pra fazer coisas, jogar futebol, fazer umas brincadeiras ele decidiu tirar a placa de vende-se pra liberar o campinho.

Como você descobriu isso?

R: bom, primeiros e eles fizeram a limpeza foi porque eles tinham um bom motivo porque eles queriam muito aquele jogo e tal e porque o seu Nicolau parecia preocupado com a sujeira pra eles não ficarem doente, não pegarem graves doenças no meio do jogo. Então por isso ele botou a placa de vende-se.

Anexo E: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA COGNITIVA TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Convidamos o (a) seu/sua filho(a) para participar como voluntário da pesquisa Compreensão de Textos Narrativos e Argumentativos por Crianças orientada pela professora Alina Galvão Spinillo e está sob a responsabilidade da estudante de mestrado Denise Dias Almeida domiciliada na Rua D. Maria Lacerda, nº 140, apartamento 402 bloco A, Várzea, Recife-PE CEP 50741-010. Telefone (81) 3034-5223, (87) 9999-5694 (contato inclusive a cobrar), email para contato denise_diasalmeida@hotmail.com.

Após ser esclarecido (a) sobre as informações a seguir, no caso de aceitar que o seu/sua filho(a) faça parte do estudo, rubrique as folhas e assine ao final deste documento, que está em duas vias. Uma delas é sua e a outra do pesquisador responsável. Em caso de recusa o (a) Sr.(a) ou o (a) seu/sua filho(a) não serão penalizados (as) de forma alguma.

INFORMAÇÕES SOBRE A PESQUISA

O objetivo é examinar as relações entre compreensão de texto e tipos de textos que apresentam características distintas. De modo especifico, pretende-se investigar se o desempenho de um mesmo leitor varia de um texto a outro e se há variações quanto ao estabelecimento de diferentes tipos de inferências. Para esta finalidade será utilizado dois textos: um narrativo e um argumentativo.

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