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Estas duas grandezas cefalométricas são partes da análise desenvolvida por Wylie para correlacionar os elementos cranianos, faciais e dentários, permitindo diagnosticar a presença ou não de uma relação harmônica entre eles no sentido antero-posterior Wylie (1947).

O comprimento da maxila consiste na medida em milímetros do segmento entre as projeções dos pontos A e centro geométrico de Ptm sobre o plano de Frankfurt, de acordo com o protocolo de análise de diagnóstico da FOP-UNICAMP.

O comprimento da mandíbula consiste no segmento entre as projeções do pogônio e do ponto mais posterior da cabeça do côndilo mandibular (Cd) sobre o plano mandibular. O valor médio considerado normal foi de 103mm para o gênero masculino e 101mm para o gênero feminino. É importante não fazer comparações rígidas destas medidas e sim que guardem as proporções de modo a obter harmonia facial Wylie & Johnson (1952).

A média para o comprimento na maxila antes do tratamento foi de 50,95mm, variando entre 45mm e 54,5mm e ao final do tratamento a média apresentou valor de 51,04mm variando entre 43,5mm e 57mmm.

O comprimento da mandíbula apresentou média de 108,54mm antes do tratamento, variando entre 96mm e 121,5mm e a média final foi de 114,41mm, com variação entre 105mm e 126mm. As variações médias para comp. max. e comp. mand. entre o início e final do tratamento apresentaram aumento de 0,09mm e 5,88mm respectivamente. Estes resultados estão de acordo com as observações de Lande (1952), na qual a mandíbula apresentava uma tendência de mais crescimento no sentido

anterior em relação à base do crânio que à maxila. O p-valor 0,0001 para o comp. mand. e 0,85 para o comp. max. indicam que o aumento foi significativo somente para o comp. mand. ao final do tratamento na presente amostra (TAB.13).

A amostra avaliada quanto ao gênero, o comprimento da maxila apresentou aumento médio de –0,67mm para os homens e redução de 0,58 mm para as mulheres, p-valor de 0,41 demonstra que a variação no comprimento da maxila não foi estatisticamente significativo entre os gêneros masculino e feminino, embora sua evolução tenha sido bem diferente (TAB.18). (O comprimento mandibular também não apresentou dimorfismo sexual, porém, para homens e mulheres houve aumento entre as duas fases do tratamento (6,67mm, 4,96mm e p-valor 0,28) (TAB.18).

Quanto às faixas etárias, o comprimento da maxila apresentou aumento médio de 0,45mm para o grupo com mais tempo de crescimento e redução de – 0,81 para o grupo com menos tempo de crescimento e p- valor de 0,15, não caracteriza diferença significativa (TAB.19). O comprimento mandibular apresentou aumento médio de 7,20mm para o grupo com mais tempo de crescimento e de –2,56mm para o grupo com menos tempo de crescimento e p-valor 0,002, indica que esta grandeza foi sensível ao crescimento ao final do tratamento (TAB.19).

Este estudo utilizou as médias encontradas para cada uma das grandezas cefalométricas, com objetivo de avaliar os resultados dos tratamentos realizados com a utilização da mecânica 10-2. Entretanto deve-se considerar que existem as variações acima e abaixo dos valores médios considerados normais ou ideais, decorrentes de fatores como: colaboração do pacientes; presença de hábitos deletérios; a habilidade do clínico em diagnosticar e conduzir o tratamento ortodôntico. As peculiaridades de cada caso muitas vezes independente da habilidade do ortodontista e da colaboração do paciente tornam imperativo o

afastamento da linha guia, o que não significa dizer que o tratamento não beneficiou ou atingiu os objetivos para aquela determinada situação Lindquist (1958) e Horn (1983).

As exodontias dentárias e o uso da mecânica com forças direcionais permitiram a correção das desarmonias dentárias e favoreceram na correção das desarmonias esqueléticas, respeitando os limites da dentição. Foi possível observar que a redução do IMPA e do 1.NB, de maneira que os incisivos fossem verticalizados em seu osso basal. Comportamento semelhante foi observado na maxila através da redução do SNA e 1NA possibilitando também os incisivos superiores fossem bem posicionados em sua base óssea. Estes movimentos favoreceram ao aumento do FMIA, Ângulo Z, 1.1, redução do AO-BO e posicionamento adequado dos incisivos para uma boa relação entre LS QT, na grande maioria da amostra estudada, sendo os benefícios faciais incontestáveis. O controle vertical pode ser observado através do controle do FMA e do plano oclusal, aumento da AFP em maior proporção que da AFA e conseqüente incremento do IAF (GRÁF.18). O controle vertical permitiu o giro-anti- horário da mandíbula, favorecendo o aumento do SNB que associado com a retração do SNA reduziu o ANB a níveis adequados.

7- Conclusão

Baseado nos resultados encontrados e discutidos, tornou-se lícito concluir que:

• 1. O tratamento proporcionou em 86% controle vertical constatado através da redução ângulos FMA e Pl.Ocl./F, aumento da AFP em relação à AFA e conseqüentemente aumento do IAF;

• 2. O aumento do FMIA, Ângulo Z, 1.1, a proporcionalidade entre LS e QT, e a verticalização dos incisivos mandibulares em sua base óssea, observadas através da redução do IMPA e 1.NB indicaram condições adequadas ao equilíbrio do perfil tegumentar;

• 3. As grandezas cefalométricas FMIA, SNB, Ângulo Z, 1.1, LS, QT, AFA, AFP, Comprimento mandibular e IAF apresentaram aumento significativo ao final do tratamento realizado;

• 4. As grandezas cefalométricas FMA, IMPA, SNA, ANB, 1.NB, AO-BO, 1-NA e 1-NB apresentaram redução significativa ao final do tratamento realizado;

• 5. A AFA, AFP e Comp. Mand. foram influenciadas pelo crescimento, evidenciando aumento significativo no grupo com maior potencial de crescimento, ao final do tratamento;

6. As grandezas cefalométricas utilizadas neste estudo, não apresentaram variação significativa ao final do tratamento no tocante ao dimorfismo sexual.

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