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3.2 INOVAÇÃO TECNOLÓGICA BASEADA EM DADOS (BIG DATA)

3.2.1 Inovação

3.2.2.1 Computação em nuvem (cloud computing)

A computação em nuvem envolve a utilização remota de servidores via internet e fornece serviços de informações sob demanda. Tais serviços incluem software, hardware e infraestrutura, que podem ser reconfigurados de acordo com a necessidade do usuário. A variedade de serviços leva, cada vez mais, à utilização de aplicativos de tecnologias interativas que possibilitam mais flexibilidade no acesso remoto a qualquer momento e em qualquer lugar. A computação em nuvem, como uma inovação tecnológica, pode ser caracterizada como um novo estágio ou ciclo da computação (RATTEN, 2015).

O National Institute of Standards and Technology (NIST) define computação em nuvem como:

[...] um modelo para permitir o acesso de rede onipresente, conveniente e sob demanda, a um conjunto compartilhado de recursos de computação configuráveis [...] que podem ser rapidamente provisionados e liberados com o mínimo esforço de gerenciamento ou interação do provedor de serviços. (MELL; GRANCE, 2011, p. 2, tradução nossa).

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características essenciais, três modelos de serviço e quatro modelos de implantação descritos a seguir a partir de Mell e Grance (2011, p. 2, tradução nossa):

a) Autoatendimento sob demanda, possibilitando que um consumidor provisione unilateralmente recursos de computação como tempo de servidor e armazenamento em rede conforme necessário, automaticamente, sem exigir interação humana com cada provedor de serviços;

b) Amplo acesso à rede quando os recursos estão disponíveis na rede e são acessados por meio de mecanismos padrões que promovem o uso por plataformas heterogêneas de thin ou thick client (por exemplo, telefones celulares, tablets,

notebooks e estações de trabalho);

c) Agrupamento de recursos de computação do provedor para atender a vários consumidores usando um modelo de multilocação, com diferentes recursos físicos e virtuais atribuídos e reatribuídos dinamicamente de acordo com a demanda do consumidor. Existe senso de independência de localização, ou seja, o cliente geralmente não tem controle ou conhecimento sobre a localização exata dos recursos fornecidos, mas pode ser capaz de especificar a localização em um nível mais alto de abstração (por exemplo, país, estado ou datacenter). Exemplos de recursos incluem armazenamento, processamento, memória e largura de banda de rede;

d) Rápida elasticidade, o que possibilita que os recursos sejam provisionados e liberados de forma elástica e, em alguns casos, automaticamente. São rapidamente liberados em forma de output ou input de acordo com a demanda. Para o consumidor, os recursos disponíveis para o provisionamento, muitas vezes, parecem ilimitados e podem ser apropriados em qualquer quantidade e a qualquer momento;

e) Serviço medido, ou seja, os sistemas em nuvem controlam e otimizam automaticamente o uso de recursos, aproveitando um recurso de medição em algum nível de abstração apropriado ao tipo de serviço (por exemplo, armazenamento, processamento, largura de banda e contas de usuário ativas), assim como a possibilidade de monitoramento de uso de recursos, controlado e relatado, proporcionando transparência tanto para o provedor quanto para o consumidor do serviço utilizado.

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Modelos de serviços de acordo com NIST (MELL; GRANCE, 2011, p. 2, tradução nossa):

a) Software como serviço (SaaS) – capacidade oferecida ao consumidor de usar os aplicativos do provedor em execução em uma infraestrutura de nuvem. Os aplicativos são acessíveis para o cliente a partir de vários dispositivos por meio de uma interface de thin client, como um navegador da web (por exemplo, e-mail baseado na web), ou de uma interface de programa. O consumidor não gerencia nem controla a infraestrutura de nuvem subjacente, incluindo a rede, os servidores, os sistemas operacionais, o armazenamento ou até mesmo os recursos de aplicativos individuais, havendo a possível exceção de configurações de aplicativos específicas e limitadas ao usuário;

b) Plataforma como serviço (PaaS) – capacidade oferecida ao consumidor de implementar, na infraestrutura em nuvem, os aplicativos criados ou adquiridos pelo consumidor usando linguagens de programação, bibliotecas, serviços e ferramentas suportadas pelo provedor. O consumidor não gerencia nem controla a infraestrutura de nuvem subjacente, incluindo rede, servidores, sistemas operacionais ou armazenamento, mas tem controle sobre os aplicativos implantados e possivelmente sobre as configurações para o ambiente de hospedagem de aplicativos;

c) Infraestrutura como serviço (IaaS) – capacidade oferecida ao consumidor de fornecer processamento, armazenamento, redes e outros recursos fundamentais de computação pelos quais o consumidor pode implantar e executar softwares

arbitrários, que podem incluir sistemas operacionais e aplicativos. O consumidor não gerencia nem controla a infraestrutura de nuvem subjacente, mas tem controle sobre os sistemas operacionais, o armazenamento, os aplicativos implantados e, possivelmente, o controle limitado de componentes de rede selecionados (por exemplo, firewalls de host).

Modelos de implantação de acordo com NIST (MELL; GRANCE, 2011, p. 2, tradução nossa):

a) Nuvem privada, ou seja, a infraestrutura de nuvem é provisionada para uso exclusivo por uma única organização que inclui vários consumidores (por

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exemplo, unidades de negócios). É de propriedade, gerenciada e operada pela organização, por terceiros ou por alguma combinação deles, podendo existir dentro ou fora das instalações;

b) Nuvem da comunidade, ou seja, a infraestrutura de nuvem é provisionada para uso exclusivo por uma comunidade específica de consumidores de organizações que compartilham preocupações (por exemplo, missão, requisitos de segurança, políticas e considerações de conformidade). É de propriedade, gerenciada e operada por uma ou mais organizações da comunidade, terceiros ou uma combinação deles e pode existir dentro ou fora das instalações;

c) Nuvem pública, ou seja, a infraestrutura de nuvem é provisionada para uso aberto pelo público em geral. É de propriedade, gerenciada e operada por uma organização comercial, acadêmica ou governamental ou por alguma combinação deles. Existe nas instalações do provedor de nuvem;

d) Nuvem híbrida, ou seja, a infraestrutura de nuvem é uma composição de duas ou mais infraestruturas de nuvem distintas (privada, comunitária ou pública) que permanecem como entidades exclusivas, mas unidas por tecnologia padronizada ou própria que permite a portabilidade de dados e aplicativos (por exemplo, estouro de nuvem para balanceamento de carga entre nuvens).

A computação em nuvem oferece uma série de benefícios para os usuários e, dentre eles, os principais, de acordo com Fernandes e Abreu (2014, p. 550), são:

a) Mudança dos gastos de tecnologia da informação – de investimentos para despesas organizacionais;

b) Redução da necessidade de altos investimentos em tecnologia da informação;

c) Realocação de recursos para processos-chaves de negócios;

d) Aquisição de aplicações fáceis e baratas de implementar e utilizar;

e) Aumento na escalabilidade e flexibilidade no uso de recursos computacionais;

f) Redução do esforço gerencial na gestão da tecnologia da informação; e

g) Redução drástica de custos em tecnologia da informação (FERNANDES; ABREU, 2014, p. 550).

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