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A Comissão Africana dos Direitos do Homem e dos Povos, reunida na sua 34a.

Sessão Ordinária, em Banjul, Gâmbia, de 6 a 20 de Novembro de 2003;

Evocando as disposições da Carta Africana dos Direitos do Homem e dos Povos

que a confia a função e o mandato de monitorização para promover os direitos do homem e dos povos e assegurar a sua protecção em África;

Consciente da situação de vulnerabilidade em que as

populações/comunidades indígenas em África frequentemente se encontram e que nas várias situações elas não são capazes de gozar os seus direitos humanos inalienáveis;

Reconhecendo os padrões do direito internacional para a promoção e

protecção dos direitos das minorias e das populações indígenas, incluindo o definido na Declaração das Nações Unidades sobre os Direitos das Pessoas que Pertencem as Minorias Nacionais ou Étnicas, Religiosas e Linguísticas, na Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho sobre as Populações Indígenas e Tribais nos Países Independentes, no Convénio Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos e na Convenção sobre os Direitos da Criança;

Considerando a ênfase dada no Direito Internacional a auto identificação como

o critério primário para a determinação de quem constitui uma minoria ou pessoa indígena; e a importância da participação efectiva e significativa e da não discriminação, incluindo no que respeita o direito a educação;

Considerando que a Comissão Africana, na sua 28a. Sessão Ordinária,

realizada em Cotonou, Benin, em Outubro de 2000, adoptou a “Resolução sobre

os Direitos das Populações/Comunidades Indígenas” que prevê o estabelecimento de um Grupo de Trabalho de Peritos sobre os Direitos das Populações/Comunidades Indígenas em África com o mandato de:

• Examinar o conceito de populações/comunidades indígenas em

África;

• Analisar as implicações da Carta Africana dos Direitos do Homem e dos Povos sobre o bem estar das comunidades indígenas;

• Considerar apropriadas recomendações para a monitorização e protecção dos direitos das populações/comunidades indígenas.

Notando que um Grupo de Trabalho de Peritos que inclui três membros da

Comissão Africana, três peritos das comunidades indígenas em África e um Perito Independente foi criado pela Comissão Africana na sua 29a. Sessão

Ordinária, realizada em Tripoli, Líbia, em Maio de 2001 e, consequentemente, realizou a sua primeira reunião antes da 30a. Sessão Ordinária, realizada em

Banjul, Gâmbia, em Outubro de 2001, onde foi acordado o desenvolvimento de

um Documento do Quadro Conceptual, como base para a elaboração de um

relatório final a Comissão Africana e onde foi igualmente decidido um plano de trabalho;

Notando ainda que o Grupo de Trabalho de Peritos convocou uma Mesa

Redonda antes da 31a. Sessão Ordinária da Comissão Africana em Abril de

2002, em Pretória, África do Sul, para discutir o 1o. Projecto do Documento do Quadro Conceptual com peritos africanos na área dos direitos humanos, cujas

contribuições foram tomadas em consideração na elaboração do 2o. Projecto do Documento do Quadro Conceptual, que voltou a ser discutido numa reunião

consultiva realizada em Janeiro de 2003, em Nairobi, Quénia;

Enfatizando que o Relatório Final do Grupo de Trabalho de Peritos é o

resultado de um amplo processo de consultas envolvendo as diversas partes interessadas sobre as questões relativas as populações/comunidades indígenas em África;

Reafirmando a necessidade de promover e de proteger mais efectivamente os

direitos humanos das populações/comunidades indígenas em África;

Tomando em consideração a falta de um mecanismo no seio da Comissão

Africana com o mandato específico de monitorizar, proteger e promover o respeito e o exercício dos direitos humanos das populações/comunidades indígenas em África;

Decide

:

Adoptar o “Relatório do Grupo de Trabalho dos Peritos da Comissão Africana

sobre as Populações/Comunidades Indígenas em África”, incluindo as suas

recomendações.

Publicar, o mais cedo possível e em colaboração com o Grupo de Trabalho

Internacional sobre as Questões Indígenas (IWGIA), o relatório do Grupo de Trabalho dos Peritos e assegurar a sua ampla disseminação pelos Estados Membros e agentes de decisão na arena de desenvolvimento internacional.

Manter na agenda das suas sessões ordinárias um ponto sobre a situação das

populações/comunidades indígenas em África.

Estabelecer um Grupo de Trabalho de Peritos para um mandato inicial de 2

anos integrando:

1. Comissário Andrew Ranganayi Chigovera (Presidente); 2. Comissário Kamel Rezag Bara;

3. Marianne Jensen (Perito Independente); 4. Naomi Kipuri;

5. Mahammed Khattali; 6. Zephyrin Kalimba,

para a promoção e protecção dos direitos das populações/comunidades indígenas em África, com os seguintes Termos de Referencia:

• Com o apoio e a cooperação da Comunidade doadora, instituições e ONGs interessadas, mobilizar fundos para as actividades do Grupo de Trabalho de Peritos relativas a promoção e protecção dos direitos das populações/comunidades indígenas em África;

• Recolher, solicitar e trocar informação e comunicações de todas as fontes relevantes, incluindo governos, populaças indígenas e suas comunidades e organizações sobre violações dos seus direitos humanos e liberdades fundamentais;

• Efectuar visitas aos países para estudar a situação dos direitos humanos das populações/comunidades indígenas;

• Formular recomendações e propostas sobre as medidas e actividades apropriadas para prevenir e remediar violações dos direitos humanos e das liberdades fundamentais das populações/comunidades indígenas; • Submeter um relatório de actividades em cada uma das sessões

ordinárias da Comissão Africana;

• Cooperar, sempre que for necessário e possível, com outros mecanismos, instituições e mecanismos internacionais e regionais dos direitos humanos.

Feito em Banjul, Gâmbia, em 20 de Novembro de 2003

Resolução sobre a Renovação do Mandato do Relator