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2.12 Conceito de Estratégia

Esta palavra tem sido utilizada devido à sua relação com os métodos de estruturação das organizações e o cumprimento das metas estabelecidas a curto, médio e longo prazo. Falar-se de estratégia é abordar uma organização que tem objetivos gerais e específicos bem delineados. A implementação de uma estratégia sofre ao longo do processo mudanças imprevisíveis, o que origina que se tenha de acrescentar estratégias imprevistas.

De acordo com Pires (2005), estratégia é a ação em função do adversário, a luta e a procura pela vitória, transferida para o universo do desporto.

Carvalho (2004), descreve estratégia como metas e objetivos essenciais a pôr em prática, e os respetivos recursos necessários para atingir esses fins, tendo em conta as diferentes formas de organização.

Segundo Pires (2005), há uma necessidade das organizações, sejam desportivas ou de outra área, de se ajustarem nas estrategas, considerando que os responsáveis se orientam a partir de um pensamento estratégico que suporte as suas decisões.

Se desejamos uma estratégia de qualidade é preciso pensar a sua formulação e implementação, sendo que o êxito da estratégia só é alcançado se for realmente implementada (António, 2004).

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Os objetivos são parte integrante de qualquer estratégia, no entanto, a estratégia é todo o desenvolvimento e aplicação das ações para o crescimento das organizações. (Constantino, 2003).

Segundo o mesmo autor, o ambiente interno é um fator de grande importância de uma organização, onde estão inseridos todos os valores em que a organização se baseia, em que as alterações neste ambiente podem facilitar ou dificultar o desenvolvimento das estratégias. Em relação ao ambiente externo, onde a organização se insere, as estratégias estão sujeitas a um conjunto de variáveis que indicam o momento certo para aplicação das estratégias definidas.

Correia (2004) valoriza a estratégia como uma condição de aprendizagem, como um conhecimento dinâmico, que é influenciado pelo meio onde se envolve.

2.12.1 Formulação da Estratégia

Roche (2002), diz que a formulação das estratégias e a sua seleção é o processo mais difícil e importante do planeamento estratégico. A seleção das estratégias determina o nível de efetividade destas no contexto das organizações.

A complexidade de desenvolver as estratégias está na contextualização destas com os objetivos, isto é, como se pode chegar aos objetivos, num processo de criação de alternativas para atingi-los.

Segundo Nicolau (2001), existem três modelos de formulação de estratégias:

Formação da estratégia como um processo lógico e preciso

o Formalização e hierarquização das estratégias, onde tem que haver uma

analise do contexto económico da organização, cumprindo uma sequencia de etapas, onde a estruturação do plano deve explicar as ações que se tornam a base de desenvolvimento da organização.

Formação da estratégia como um processo de negociação

o Refere-se aos valores internos e externos, determinados pelas pessoas

inseridas no contexto, pois elas são responsáveis diretas pela formulação dos objetivos da organização, obtendo assim as melhores estratégias a aplicar.

Formação da estratégia como processo de construção

o Relaciona os diferentes agentes envolvidos, em diferentes níveis

hierárquicos, não negando decisões estratégicas que contrariem ou inovem pontos estabelecidos previamente.

Para Rebelo (2004), a formação da estratégia relaciona-se com a forma como a mesma é concebida, ou seja, como perspetiva de futuro em que as decisões são formadas antecipadamente, ou na perspetiva do que a organização vive no dia-a-dia, formulando as suas decisões previamente, de acordo com o padrão das ações dessa organização.

De acordo com Mintzberg (2003), as estratégias realizadas classificam-se em deliberadas e emergentes. As primeiras são aquelas em que os aspetos planeados desenvolvem-se de

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35 acordo com o que foi estabelecido. As emergentes são aplicadas ao contexto pela importância da sua ação, sem ser por uma intencionalidade demarcada.

Para Filho (2001), a formulação das estratégias está envolta de uma grande complexidade, em que todo o processo é indissociável, pois é um processo de aprendizagem contínua, tendo em atenção o contexto organizacional.

2.12.2 Seleção da Estratégia

Na sequência da formulação das estratégias surge a seleção destas. Segundo Roche (2002), selecionar estratégias depende da intuição de quem as formula, da sua criatividade e da experiencia dos intervenientes, ou seja, dos recursos humanos envolvidos no processo. Bilhim (2007) diz que as decisões estratégicas e as suas ações exercem forte influência sobre a organização, e na sua posição em relação aos fornecedores, clientes, concorrentes, entre outros. As estratégias são padrões de ação em que o resultado se traduz através da forma como são apresentadas pela organização.

O mesmo autor refere que a estratégia compreende a decisão sobre como e onde aplicar os recursos de maneira a atingir os objetivos. Define uma orientação geral das decisões a tomar, tendo em vista alcançar vantagens sobre os concorrentes, levando à realização dos objetivos.

Para Roche (2002), os processos como os modelos de planeamento formal, analise DAFO, simulações, consulta de especialistas, entre outros, ajudam tanto no processo de formulação como no processo de seleção das estratégias, no entanto, três aspetos devem ser ponderados: calcular possíveis resultados, avaliar os riscos e dispor dos recursos para aplicar as estratégias

Todo este processo que envolve projeção de resultados, análise de riscos e utilização dos recursos disponíveis para a implementação das estratégias deve ser visto de forma contextual, pois um depende do outro para que se tenha o ambiente fiel onde está inserida a organização.

De acordo com António (2003), a aplicação das estratégias e a sua efetividade tem relação direta com os recursos utilizados para o efeito, havendo a necessidade de envolvimento de toda a organização no processo.

O envolvimento onde a organização está inserida é uma fonte de incerteza para a organização, influenciando a estrutura e os processos da mesma. Quando o ambiente for contextualizado, a organização pode minimizar o impacto da incerteza, tendo a organização desportiva mais sucesso nos processos de gestão.

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