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2.2. A partilha na era da Web 2.0

2.2.1. Conceitos fundamentais

Através das caraterísticas da web 2.0, que permite um maior dinamismo e troca de conteúdos digitais entre as pessoas (esta troca é cada vez mais usual e adotada), surgiu a cultura de partilha. Daniela Zanetti (2011) explica como se procede à partilha de conteúdo nas redes sociais da seguinte forma: “ (…) Não basta somente estar conectado para aceder algum conteúdo e ser “visto”, mas essencialmente deve-se compartilhar – o que obviamente significa produzir mais conteúdos.” (Zanetti, 2011; pág. 62)

11 Nota explicativa: A programação genética é um algoritmo evolutivo que permite avaliar o desempenho dos

programas de computadores na realização das tarefas, e que ajuda a resolver falhas ou problemas que esses possam ter. Vai automaticamente procurar nos programas soluções corretas e inconsistências que poderão existir. Possui um conjunto de instruções e de atualizações que calcula a capacidade de performance do programa de computador ao executar determinada tarefa. É representada por uma estrutura em árvore, na qual cada nó é o operador e cada um dos terminais é o executante. Utiliza uma linguagem de programação: LISP (LISt Processing) e C. A LISP. A C passou a ser mais utilizada nas aplicações atuais, tais como: C#, D, Go, Rust, Java, JavaScript, Limbo, LPC, Objective-C, Perl, PHP, Python e Verilog.

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Devido ao crescente número de hipertextos criados diariamente, seja por produção própria seja por produção por terceiros, surgiu a criação de tags que permitem categorizar e anotar conteúdos como um índice. A folksonomia funciona como uma espécie de filtro ao qual se atribuem as fontes de informações, etiquetas ou palavras- chaves (tags), a fim de poder facilitar a sua localização e a sua busca na web. Estas novas aplicações implicaram um maior consumo dos serviços e aplicações por parte dos utilizadores; para além de poderem ser consumidos pelos indivíduos, permitem a troca e a partilha de informação entre diferentes utilizadores. Além de buscar a informação desejada, os consumidores passaram a também dar o seu contributo e a sua colaboração na realização e na produção de mais componentes informacionais. Tal como Tim O’Reilly (2007) mencionou, a web 2.0 permitiu tornar utilizadores comuns em prosumers que participam ativamente, a nível político e social, na criação de novas fontes informacionais e no desenvolvimento da própria web 2.0.

Esta cultura participativa, segundo Henry Jenkins (2006), engloba não só as alterações que surgem com o desenvolvimento das novas tecnologias (que permitem produzir, distribuir e intercambiar ou partilhar conteúdos num formato digital), como também a criação de laços sociais entre os indivíduos num espaço virtual (ciberespaço). Posteriormente, foi adotado como ferramenta por partes das empresas para desenvolver novos métodos se inserirem no mercado económico. Neste contexto, o significado da partilha é aplicado no ato de partilhar algo ou distribuir para outros indivíduos; ato que é efetuado nas redes sociais onde os conteúdos online são espalhados pelos seus nichos (públicos específicos), clusters (agrupamento de nós interligados entre si) e nós da sua rede. Ou seja, uma rede social é formada por nós que representam indivíduos conectados entre si e formam uma rede. Dentro da própria rede, os nós possuem conotações diferentes consoante o grau de afinidade de cada elemento da rede e do seu capital social. Existem nós com laços fortes, que constituem pessoas mais chegadas, e nós com laços mais fracos, nos quais os laços afetivos são mais superficiais. Cada indivíduo pode ser relacionado e pertencer a diversas redes através das suas conexões. Assim, vai ser criado um agrupamento de nós designado por cluster; este interliga todos os nós conhecidos e desconhecidos, englobando-os todos numa espécie de bola em redes. Os sites e os blogs disponibilizam, com maior acessibilidade, ferramentas para compartilhar nas redes sociais e nos correios eletrónicos. As redes sociais têm sido cada

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vez mais importantes nas sociedades atuais e um serviço cada vez mais utilizado pelos indivíduos.

O aumento significativo de criação de redes sociais reflete um processo de reprodutividade e disponibilidade de conteúdos para partilhar e divulgar. Mais especificamente, na rede social Facebook, é disponibilizada uma ferramenta denominada por partilha, que permite o envio de conteúdos para a sua própria página ou para outros elementos da sua rede e permite igualmente comentar, publicar e avaliar os conteúdos positivamente com o ícone like.

Segundo Pierre Levy (1999; 2008; 2009), todos os indivíduos possuem os seus próprios conhecimentos e a sua própria maneira de racionalizar sobre as coisas. Ao partilhar os seus pensamentos, partes da sua memória (cognitiva e emocional), imaginação e perceção na Internet, as pessoas vão adquirir novos conhecimentos, graças à interatividade existente no ciberespaço; dessa informação cruzada, selecionada e interpretada por cada pessoa no seu espaço virtual, resulta a inteligência coletiva e cibercultura. A cibercultura, segundo este filósofo, refere-se à criação de subculturas graças à inteligência coletiva e ao intercâmbio relacional existentes no ciberespaço dos indivíduos através do processo comunicacional. Isto é, dentro de uma rede social, para além do indivíduo possuir as suas próprias capacidades com essa troca de conhecimentos e informação através da comunicação e da interação existentes dentro da rede, vão juntar-se conhecimentos criando assim uma inteligência coletiva. Simultaneamente, surge uma cultura (virtual) proveniente dessa interação no ciberespaço.

Através do ato social, incorporado nas redes sociais e nas relações estabelecidas entre os nós, surge a noção das emoções sociais. Bagozzi (2006) refere-se a estas emoções como sendo algo automático na nossa consciência. Segundo esse, existe quatro emoções sociais positivas (orgulho, apego, empatia e sabedoria emocional) e cinco emoções sociais negativas (culpa,vergonha, inveja, ciúme e ansiedade social). Definiu ainda que essas emoções visam relações interpessoais, exigindo sentir diferente emoções e lidar comrespostas autorreguladoras.

Continuando nesta abordagem, Chakrabarti e Berthon (2012) mencionaram que as emoções sociais são fundamentais para o intercâmbio dos media sociais da sociedade atual. Os consumidores afastaram-se da produção de serviços para aproximarem-se da

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produção de experiências online trazendo assim valores emocionais. “O consumo de vídeos virais nos media sociais é equiparado ao consumo de experiências, onde as diferentes abordagens têm sido utilizados para definir estes experiências: as experiências podem variar de social espiritual e do material mental ." (Chakrabarti e Berthon, 2012, p. 157).

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