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Concentração de nitrogênio nas lâminas de folhas recém-expandidas

4.3 Concentração de nitrogênio e enxofre no capim-Marandu

4.3.1 Concentração de nitrogênio nas lâminas de folhas recém-expandidas

Para a concentração de nitrogênio nas lâminas de folhas recém-expandidas, não se observou significância para a interação entre as doses de nitrogênio e de enxofre no primeiro e segundo cortes do capim, mas significância foi constatada apenas para as doses individuais de nitrogênio (Figuras 57 e 58). Entretanto para a concentração de nitrogênio nas lâminas de folhas recém-expandidas, na ocasião do terceiro corte, observou-se significância para a interação entre as doses de nitrogênio e de enxofre (Figura 59).

A concentração de nitrogênio nas lâminas de folhas recém–expandidas colhidas no primeiro corte, em função do fornecimento de nitrogênio, apresentou ajuste à equação de primeiro grau (Figura 57). O maior valor da concentração de nitrogênio nas lâminas de folhas recém-expandidas foi 33,3 g kg-1 e ocorreu na dose de nitrogênio de 400 mg dm-3. Resultados semelhantes de concentração de nitrogênio (33,6 a 39,9 mg kg-1) nas lâminas de folhas recém- expandidas foram relatados por Abreu e Monteiro (1999) aos 14 dias do primeiro crescimento do capim-Marandu, em função da adubação com nitrogênio.

10 15 20 25 30 35 0 100 200 300 400 Nitrogênio (mg dm-3) N it rogê ni o n as L R (g k g -1 )

Figura 57 – Concentração de nitrogênio nas lâminas de folhas recém-expandidas (LR) coletadas no primeiro corte do capim-Marandu, em função das doses de nitrogênio

No material coletado no primeiro corte do capim-Marandu, a concentração de nitrogênio nas lâminas de folhas recém-expandidas na dose mais elevada de nitrogênio (400 mg dm-3) foi 2,7 vezes mais elevada que na ausência de aplicação de nitrogênio. Embora Bonfim-da-Silva (2005) tenha encontrado concentrações menores de nitrogênio (9,0 a 25,4) nas lâminas de folhas recém-expandidas do capim-Braquiária por ocasião do primeiro corte, a diferença entre a maior e a menor concentração se assemelha à observada no presente trabalho (2,8 vezes).

Mattos (2001), trabalhando com cilindros de capim-Braquiária provenientes de área não recentemente adubada, também relatou que a concentração de nitrogênio nas lâminas de folhas recém-expandidas no primeiro corte apresentou significância para as doses de nitrogênio, ajustando-se à equação de primeiro grau e variando de 12,2 a 30 g kg-1 da mais baixa até a mais elevada dose de nitrogênio, respectivamente. O capim-Braquiária proveniente dos cilindros da

área recentemente adubada com nitrogênio e enxofre também apresentou respostas apenas às doses de nitrogênio, variando de 11,5 a 18,0 g kg-1.

Batista (2002), ao avaliar a concentração de nitrogênio nas lâminas de folhas recém- expandidas no capim-Marandu submetido a combinações de doses de nitrogênio e de enxofre em solução nutritiva, também verificou resposta apenas às doses de nitrogênio na ocasião do primeiro corte e que o valor mais elevado de concentração de nitrogênio nessas lâminas foliares ocorria em condições de dose elevada de nitrogênio.

A concentração de nitrogênio nas lâminas de folhas recém-expandidas amostradas no segundo corte do capim-Marandu apresentou ajuste à equação de primeiro grau, sendo a maior concentração de nitrogênio 28 g kg-1 (Figura 58). Nesta ocasião a concentração de nitrogênio foi 1,8 vezes mais elevada na dose de 400 mg dm-3 (dose mais elevada) em relação ao não fornecimento de nitrogênio. Resultados semelhantes foram observados por Bonfim-da-Silva (2005).

Figura 58 – Concentração de nitrogênio nas lâminas de folhas recém-expandidas (LR) coletadas no segundo corte do capim-Marandu, em função das doses de nitrogênio

Esses resultados observados no primeiro e segundo cortes ressaltam o relatado por Whitehead (1995), que quando uma dose muito baixa de fertilizante nitrogenado é aplicada para uma gramínea que está seriamente deficiente em nitrogênio, geralmente verifica-se pouca ou nenhuma mudança na concentração de nitrogênio. Entretanto, quando uma dose elevada de

10 15 20 25 30 0 100 200 300 400 Nitrogêmio (mg dm-3) N itr og ên io n as L R (g k g -1 ) Y=13,0195 +0,0374N (R2=0,97)

nitrogênio é aplicada, a concentração do nutriente no tecido vegetal aumenta, demonstrando que quanto maior o suprimento de nitrogênio maior será a sua concentração no tecido vegetal. Ressaltando segundo Abreu e Monteiro (1999) que a avaliação do estado nutricional das plantas torna-se fundamental para possibilitar uma concentração adequada para a planta, sem que haja exageros.

Os resultados da concentração de nitrogênio nas lâminas de folhas recém-expandidas no terceiro corte do capim-Marandu ajustaram-se ao modelo polinomial de regressão. A combinação entre as doses de nitrogênio e de enxofre que seria responsável pela mínima concentração de nitrogênio no tecido vegetal estava fora do intervalo das doses estudadas. A concentração de nitrogênio nesse tecido vegetal variou de 14,4 a 38,3 g kg-1 (Figura 59).

0 10 20 30 40 0 10 0 200 300 40 0 0 5 10 15 20 25 30 35 40 N itr og ên io na s L R (g k g -1 ) Enxofre (mg dm-3) Nitrogênio (mg dm-3) 35-40 30-35 25-30 20-25 15-20 10-15 5-10 0-5 Y=14,3598 +0,0495N +0,00003N2 -0,6505S +0,0138S2 -0,0010NS (R2=0,78)

Figura 59 – Concentração de nitrogênio nas lâminas de folhas recém-expandidas (LR) coletadas no terceiro corte do capim-Marandu, em função das combinações de doses de nitrogênio e de enxofre

Para uma mesma dose de nitrogênio, com o aumento na dose de enxofre, a concentração de nitrogênio no tecido vegetal permaneceu constante. Entretanto para uma mesma dose de enxofre o aumento nas doses de nitrogênio promoveu aumento na concentração de nitrogênio.

Na Figura 59 pode-se notar que as mais baixas concentrações de nitrogênio encontram-se em condições de baixas doses de nitrogênio, para qualquer das doses de enxofre, enquanto que as

mais altas concentrações foram observadas em condição de alta dose de nitrogênio (350 a 400 mg dm-3), para qualquer das doses de enxofre.

Os resultados do presente experimento diferem daqueles observados por Mattos (2001) e Bonfim-da-Silva (2005). Mattos (2001), ao estudar a concentração de nitrogênio nas lâminas de folhas recém-expandidas em função do suprimento de nitrogênio e de enxofre com capim- Braquiária proveniente de área não recentemente adubada e também de área recentemente adubada, verificou por ocasião do terceiro corte respostas apenas às doses de nitrogênio, onde em condições de área não recentemente adubada a dose de nitrogênio de 129 mg dm-3 foi a que proporcionou a máxima concentração de nitrogênio (28 g kg-1) e em condições de área recentemente adubada a dose de nitrogênio de 130 mg dm-3 proporcionou a máxima concentração de nitrogênio (36 g kg-1). Bonfim-da-Silva (2005), na ocasião do terceiro corte, também encontrou respostas significativas apenas para as doses de nitrogênio e essas também promoveram aumento na concentração de nitrogênio no tecido vegetal de 13,9 a 31,0 g kg-1.

As plantas superiores adquirem o nitrogênio de que necessitam basicamente como nitrato ou amônio (MARSCHNER, 1995). Os teores de nitrato nas amostras de solo correspondentes aos três cortes refletiram-se na concentração do nitrogênio na parte aérea, já que doses baixas de nitrogênio resultavam em menores concentrações de nitrogênio na ocasião dos três cortes.

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