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2 O PROCESSO INCLUSIVO COMO UMA ESTRATÉGIA INSTITUCIONAL

2.2 CONCEPÇÕES DA PESQUISA DE CAMPO

O presente estudo é apresentado como uma análise acerca das políticas de acessibilidade para as pessoas com deficiência na Universidade Federal de Juiz de Fora, com ênfase nos impasses que esses servidores têm encontrado dentro da instituição e em como eles têm superado as dificuldades do dia a dia. Além disso, busca analisar, também, qual suporte a UFJF tem dado a esses servidores. Fatos relevantes sobre o tema são descritos, ao longo desta dissertação, a partir de dados e informações coletados preliminarmente ou no momento de realização da pesquisa de campo.

A partir dos dados coletados, esse estudo procura compreender como aprimorar ou possibilitar a adoção de procedimentos inclusivos, na instituição, para os servidores com deficiência. As reflexões são realizadas a partir de evidências coletadas na pesquisa de campo. A pesquisa se apresenta com base qualitativa, pois visa interpretar as evidências encontradas, correlacionando-as com todo processo de construção da dissertação.

Segundo Ribeiro (2015), a pesquisa é o procedimento científico para responder questões consideradas relevantes. Godoy (1995) aponta a característica da pesquisa qualitativa como sendo:

[...] o ambiente natural como fonte direta de dados e o pesquisador como instrumento fundamental Os estudos denominados qualitativos têm como preocupação fundamental o estudo e a análise do mundo empírico em seu ambiente natural. Nessa abordagem valoriza-se o contato direto e prolongado do pesquisador com o ambiente e a situação que está sendo estudada. No trabalho intensivo de campo, os dados são coleta dos utilizando-se equipamentos como videoteipes e gravadores ou, simplesmente, fazendo-se anotações num bloco de papel (GODOY, 1995, p. 62).

Para fins de elaboração desta pesquisa e para atingir o objetivo, a metodologia aplicada ao estudo é dividida em:

[1] pesquisa bibliográfica exploratória: que fundamenta teoricamente o estudo para a construção do primeiro capítulo. Para isso, foram usados documentos institucionais, números e dados estatísticos relacionados ao caso, que trouxeram a realidade atual da pessoa com deficiência em relação aos aspectos social, cultural, político e econômico. Com isso, o leitor pode ter uma visão geral do tema em estudo.

[2] pesquisa de campo: com entrevistas semiestruturadas, conforme constam nos apêndices A, B, C, D e E deste trabalho. Nesse sentido, houve a aplicação dos instrumentos de coleta de dados, bem como a análises dos dados que desencadeiam o plano de ação constante do terceiro capítulo. A adoção destas técnicas se justifica pelo fato de se buscar informações que interessem a este estudo, pois permite analisar a realidade, a partir de vários ângulos. O plano amostral da pesquisa é composto por 3 servidores deficientes da instituição, o Diretor da Diretoria de Ações Afirmativas, Coordenadora de Movimentação de Pessoal, Pró-Reitor de Infraestrutura, Coordenadora do SIASS/COSBE, conforme se apresenta o Quadro 2.

A fim de garantir o anonimato dos pesquisados, eles foram identificados pela letra “P”, conforme demonstrado no Quadro 2.

Quadro 2 - Sujeitos entrevistados

Sujeitos Identificação

Diretor de Ações Afirmativas E1

Coordenadora de Movimentação de Pessoal E2

Pró-Reitor de Infraestrutura E3

Coordenadora do SIASS/COSBE E4

Servidor E5

Servidor E6

Servidor E7

As entrevistas semiestruturadas foram elaboradas, tendo como base os aspectos relacionados ao referencial teórico deste estudo, com a finalidade de compreender as dificuldades encontradas pelos servidores com deficiência na Universidade Federal de Juiz de Fora. Os roteiros de entrevistas expõem, inicialmente, uma breve apresentação do objetivo do estudo. A intenção neste caso é deixar o entrevistado à vontade para emitir opiniões frente às questões levantadas pelos instrumentos de coleta de dados.

As entrevistas foram previamente agendadas com os sujeitos institucionais, e foram realizadas pela própria pesquisadora, com a devida apresentação da proposta de pesquisa, bem como da Carta de Apresentação do programa de mestrado. O período, marcado para a realização das entrevistas, foi de abril a maio de 2017, que teve que ser estendido, por falta de agenda de alguns dos entrevistados que estavam viajando, além da necessidade de se incluir mais uma entrevista na pesquisa.

Durante a entrevista com a Coordenadora de Movimentação de Pessoal, houve a possibilidade encontrar mais subsídios para embasar tal estudo, com a coordenadora do Sistema de Atenção à Saúde do Servidor (SIASS) e, por isso, foi incluída mais uma entrevista.

Todas as entrevistas tiveram as gravações autorizadas pelos sujeitos, e tiveram um período de duração entre 20 minutos e 45 minutos. O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice F) foi assinado individualmente por cada entrevistado e pela pesquisadora, sendo que uma via deste se encontra arquivada com a pesquisadora e a outra foi entregue ao entrevistado.

Ainda sobre a pesquisa de campo, cabe relatar que, na tentativa de marcar a entrevista com o Pró-reitor de Infraestrutura, o mesmo me orientou a realizar a pesquisa com a sua Pró-reitora adjunta, já que ela é engenheira da Universidade desde 1993 e sempre trabalhou na área de manutenção, além de ter, segundo o Pró-reitor, vários projetos sobre acessibilidade em andamento. O mesmo aconteceu na entrevista com a Pró-reitora de Gestão de Pessoas, quando foi verificada a necessidade de entrevistar a Coordenadora de Movimentação de Pessoal, que é a responsável por movimentar todo quadro de servidor da instituição.

Cabe destacar que o objetivo inicial era entrevistar servidores de diferentes setores da UFJF que possuíam diferentes deficiências, contudo, não conseguimos localizar alguns dos servidores que estavam no sistema, por isso, a entrevista foi

feita com dois servidores que têm a mesma deficiência. Nesse sentido, foram entrevistados 2 cadeirantes (E5 e E6) e uma servidora surda (E7). Os E5 e E6 estão na instituição há mais de 10 anos e já passaram por dois locais diferentes de trabalho, além de terem sido estudantes da instituição. Já a E7 está na UFJF desde 2012 e trabalhou em vários setores no Hospital Universitário (HU).