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CONCEPTUALIZAÇÃO DA A VALIAÇÃO DA F ORMAÇÃO

8. D EPARTAMENTO DE F ORMAÇÃO

2.3. CONCEPTUALIZAÇÃO DA A VALIAÇÃO DA F ORMAÇÃO

Segundo esta linha de orientação, se a avaliação compreende todo este processo, a avaliação da formação, que é o estudo em causa, visa determinar se a formação alcançou os objetivos pré-definidos; saber o valor dos programas de formação para a organização; identificar áreas do programa que precisam de ser melhoradas; identificar a audiência apropriada para programas futuros, e rever e reforçar os pontos-chave do programa. Assim, a avaliação da formação determina a eficácia do projeto de formação; mede os efeitos de determinado programa em relação aos objetivos pré-estabelecidos, visando reunir informação suficiente de apoio à tomada de decisões que resultem na introdução de melhorias nos programas que se encontrem a decorrer ou intervenções formativas futuras.

A avaliação da formação pressupõe ―a construção de compromissos permanentes entre os vários atores mobilizados para a avaliação‖ (IQF,2006:21) e assim, deve contemplar três fases ou seja, deve ser executada antes, durante e após a formação com vista à melhoria das práticas. Todo este processo de avaliação surge com um papel fulcral quer na melhoria, quer na qualidade das ações de formação, assim como, todos os seus envolventes neste sistema.

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2.3.1.F

UNÇÕES DA

A

VALIAÇÃO DA

F

ORMAÇÃO

As funções da avaliação da formação, podem ser variadas, dependendo do tipo de avaliação que se aplica. Assim, após a planeamento da formação, é necessário avaliar, para tentar perceber se a formação se adequa aos objetivos pré-definidos da mesma.

A avaliação da formação pode ter como funções de: orientação, no que concerne à execução da formação. Fala-se aqui de uma avaliação de entrada, de prognóstico ou de diagnóstico. No decurso da formação, a função existente é de regulação, na medida em que, se obtem informações necessárias para manter ou alterar o plano de formação que se esta a executar, designadamente, foca-se na avaliação formativa. Ao termino da formação, é necessário verificar em que medida os objetivos prédefinidos foram atingidos pelos respetivos formandos, tendo a avaliação da formação como função de certificação, relativamente à apendizagem planeada, podendo denominar-se por avaliação sumativa.

A avaliação da formação, tem como qualquer outra avaliação, um papel de regulação do sistema/processo ensino-aprendizagem, em que o mais importante, é que ela se baseie numa medição o mais objetiva possível, de todos, de cada um, e só dos objetivos de aprendizagem.

2.3.2.N

ÍVEIS DA

A

VALIAÇÃO

/A

VALIAÇÃO DA

E

FICÁCIA

A Avaliação da Formação, pode ser encarada, pelas características que tanto são debatidas e estudadas, ou seja, pela eficácia, pelos impactos e pelos efeitos, na qual este trabalho se pretende centrar. Estas características vão ser agora exploradas e desenvolvidas no trabalho, sendo que, são tão importantes no desenvolvimento do processo de formação.

Desde logo, existe uma necessidade de avaliar a eficácia da formação, sendo que é tido em conta os quatro níveis de critérios de avaliação segundo Kirkpatrick, sendo estes: a reação, a aprendizagem, o comportamento e os resultados. Entende-se por reação, ―[a medida em que]‖ os próprios formandos gostaram de determinado módulo/ação de formação (Cruz, 1998:66). Trata-se mais de uma atitude do que propriamente de um comportamento. Este critério pode ser também designado por avaliação da satisfação. Esta avaliação acontece no fim da formação, antes dos formandos se dispersarem, onde é interrogado o nível de satisfação da prestação fornecida na formação através de um questionário, o que é caracterizado, como questionário de satisfação. Esta prática ―permite avaliar o grau de satisfação dos clientes e intensificar os domínios em que devem ser introduzidas melhorias‖ (Meignant, 1999:257). Esta prática de medição do grau de satisfação dos formandos, é útil, embora ―não permite em caso nenhum medir realmente os resultados da formação‖ (Meignant, 1999:257)

- 45 - Resultados

Comportamento

Aprendizagem

Reações

O critério da aprendizagem, no contexto da avaliação da formação, entende-se por tratar de medir as mudanças, quer a nível comportamental ou a nível de conhecimentos verificados. É relevante pois fornecem resultados úteis, que permite saber se os indivíduos adquiriram conhecimentos e se aprender o pilar de ―saber fazer‖ que eram previstos no decurso da formação. Segundo Meignant, esta prespectiva pode ser denominada por avaliação pedagógica.

O critério do comportamento, no contexto da avaliação da formação, entende-se por a mudança comportamental no exercício da própria função. Para fazer a medição e a mudança de comportamento na função, recomenda-se que se façam avaliações de desempenho antes e depois da formação (…)‖. Este nível pode ser também denominado por Avaliação da Transferência para as Situações de Trabalho (Cruz, 1998:72).

Por o critério de resultados, no contexto de avaliação da formação, entende-se a medida ―do impacto da formação sobre os objetivos organizacionais‖, adianta mesmo que, ―é extremamente difícil, se não mesmo impossível, avaliar alguns programas em termos de resultados‖. Este nível pode ser designado por Avaliação dos Efeitos da Formação (Cruz,1998:72).

Estes níveis estão inteiramente ligados entre si por relações motivadoras, como afirma Hamblin citado por (Cruz,1998:74) ―a formação conduz a reações que conduzem a aprendizagens que, por seu turno, levam a mudanças de comportamento no desempenho da função que conduz a mudanças na organização‖. Assim, estes níveis de avaliação, podem ser representados como na figura abaixo apresentada.

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2.3.3.A

VALIAÇÃO DOS

I

MPACTOS

A avaliação dos impactos de um projeto de formação, tem estimulado nos últimos anos, um número crescido de trabalhos de investigação neste domínio. Uma das questões que mais se tem debatido e que potencia uma grande complexidade, é a identificação de critérios relevantes na Avaliação do Impacto.

Assim, Kirkpatrick (1987:74) refere que a avaliação do impacto ―visa aferir as mudanças ocorridas ao nível do desempenho dos indivíduos, das organizações, eventualmente do contexto socioeconómico no qual estes se inserem decorrentes da implementação de determinado programa/projeto informativo‖.

2.3.4.A

VALIAÇÃO DOS

E

FEITOS

No que concerne à avaliação dos efeitos da formação, esta designa-se pelos ―efeitos positivos e negativos decorrentes da formação (efeitos sobre as práticas profissionais e efeitos sobre o desenvolvimento pessoal) e as sugestões dadas para o enriquecimento do sistema‖ (Niza, 1997:64). Neste seguimento, podemos dizer que estes efeitos da formação, se afloram sobretudo, no desenvolvimento profissional e no desenvolvimento pessoal.

Desta forma, pode-se destacar alguns dos efeitos originários no desenvolvimento profissional, nomeadamente, a valorização e a autonomização, a experiência e a reflexão e as transferências globais de competências profissionais. No que respeita ao desenvolvimento pessoal, alguns dos efeitos que a formação pode conduzir, são: a autoidentidade, a automaturidade pessoal, a autoestima e as habilidades sociais.

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