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8 SUGESTÃO DE POLÍTICA DE CRÉDITO PARA A COOPERATIVA ALFA

8.4 CONCESSÃO DO CRÉDITO

A definição do tipo de análise e sua abrangência é um dos pontos mais importantes na avaliação do risco dos clientes (Silva, 2008). Logo, a proposta visa assegurar que o processo de concessão de crédito na Cooperativa Alfa, seja embasado em critérios técnicos e contemple a identificação dos aspectos favoráveis e desfavoráveis ao crédito pleiteado, detalhando adequadamente os riscos envolvidos e os mitigadores aplicáveis.

Na Cooperativa Alfa, as análises de crédito serão realizadas para operações de crédito, que consistem na avaliação de uma operação específica, cujas todas as

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condições para contratação já estão previamente estipuladas. Nessa proposição de política de crédito, sugerimos que o prazo máximo de validade da aprovação de uma operação de crédito seja de 30 (trinta) dias entre a data da aprovação e a contratação, desde que se mantenham as condições propostas inicialmente. Isto visa levar em conta as possíveis oscilações de mercado e evitar que as mesmas condições decorrentes da análise para um determinado cliente/associado sejam mantidas por um período longo de tempo sem a reanalise de sua situação.

No momento do desenvolvimento deste trabalho, na Cooperativa Alfa as propostas de crédito tinham validade de 120 (cento e vinte dias), o que pode penalizar a instituição em algumas situações, como oscilação na taxa de juros, visto que as reuniões do COPOM são realizadas no intervalo de 45 (quarenta e cinco) dias, bem como uma mudança na situação patrimonial ou de capacidade de pagamento do proponente ao crédito.

A proposta de política de crédito prevê que as operações de crédito devam ser contratadas exatamente nas mesmas condições em que foram aprovadas. Caso haja alguma intenção do cliente/associado em alterar algum termo originalmente proposto na operação de crédito pleiteada, essa deverá ser reanalisada pela Cooperativa Alfa.

Cabe ressaltar que a concessão de crédito para pessoas politicamente expostas, vinculadas a clubes esportivos, organizações sindicais devem ser submetidas à análise do Conselho de Administração. Além disso, não poderá ser concedido crédito para associados que possuam restritivos constatados nos bureaus de crédito, tais como protestos, ações criminais, que tenham sido condenadas por crimes contra o mercado financeiro, além dos demais restritivos apresentados.

62 8.5 A ANÁLISE DE CRÉDITO

A importância da realização de análises de crédito em instituições financeiras vai além de simples formalidade, uma vez que devemos considerar os riscos de crédito inerentes a cada proposta formalizada. Conceder um crédito é confiar ao associado valores ou bens por meio da promessa do cumprimento futuro desta obrigação, sendo, assim, imprescindível que se busque trabalhar com o máximo de informações possível para garantir maior probabilidade de retorno do que fora emprestado.

A partir daí, entende-se que as análises funcionam como uma importante ferramenta no combate à inadimplência, uma vez que levam à concessões mais seguras baseadas em dados fundamentados, e não em hipóteses. Conforme apresentando por Santos (2009), pode-se dividir o processo de análise em diversas fases, conforme segue:

a) análise cadastral: refere-se ao levantamento e análise dos dados de identificação como escolaridade, estado civil, idade, renda, profissão. Estes são requisitos fundamentais para a determinação do valor do crédito, prazo de pagamento, taxa de juros e, se necessário, reforço ou vinculação de novas garantias;

b) análise de idoneidade: baseia-se em informações extraídas de relatórios gerenciais e de arquivos de dados de empresas especializadas no gerenciamento de risco de crédito (bureaus de crédito), através dos quais é possível identificar problemas como ações executivas, protestos e registros de cheques sem fundos;

c) análise financeira: refere-se à identificação da renda total do cliente e à análise da compatibilidade com os créditos propostos. Deve-se dar atenção especial a esta análise, pois ela será a principal influência sobre as ocorrências de não pagamento. É relevante determinar o valor exato da renda, sua regularidade de recebimento e probabilidade de continuar sendo recebida;

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d) análise de relacionamento: trata-se do histórico de relacionamento do cliente com a instituição e com o mercado como um todo, tanto no setor bancário quanto no comercial. Esta análise inclui a coleta de informações relacionadas aos financiamentos e limites de crédito obtidos pelo cliente. Com base nelas, é possível calcular a média dos valores, o índice e frequência de utilização dos limites e as taxas cobradas;

e) análise de sensibilidade: diz respeito a monitorar os fatores macroeconômicos que apresentam maior sensibilidade com relação às fontes geradoras de renda do cliente/associado;

f) análise do negócio: Trata-se da análise do negócio do cliente (origem da renda) e dos seus gestores ou empregadores;

Isto exposto, a proposta dessa política de crédito neste item é que seja possível considerar, nos manuais e normativos internos, os itens acima mencionados de forma mais específica, estabelecendo percentuais máximos de comprometimento de renda, por exemplo, realizando assim uma relação direta com os norteadores gerais descritos na política de crédito e na metodologia do C’s do Crédito, também proposta no referencial deste trabalho. Ou seja, a intenção é que a política de crédito aborde às regras gerais para análise de crédito, porém seu detalhamento, ou seja, como serão realizados os cálculos de limites máximos de concessão e demais procedimentos operacionais, referendados na política de crédito sugerida, deverão ser estratificados nos normativos internos inerentes ao tema.

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