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Como se pode observar, na atual sociedade há uma grande discriminação de pessoas idosas, justamente por conta da idade e das dificuldades que ela apresenta. Com base nisso, foi criado o Estatuto do idoso, a fim de regulamentar alguns direitos, muitos deles baseados na Constituição Federal de 1988, e a proteção aos idosos.

Com base nisso, o presente trabalho teve como enfoque verificar a possibilidade de condenar civilmente o filho que abandona os pais idosos. Para tanto, o trabalho foi baseado pelos princípios constitucionais e infraconstitucionais do direito de família, tendo como maior destaque o princípio da afetividade, o qual é basilar para as relações familiares.

O afeto é o que une as pessoas e torna as suas atitudes recíprocas. No entanto, não se confunde com amor, uma vez que a afetividade é dever imposto a todos os membros da família, ainda que haja desamor entre eles.

As relações familiares sofrem constantes mudanças com o passar dos anos, e no decurso dessas mudanças fica para trás a importância da convivência familiar e do afeto, haja vista que os filhos, apesar de criados e educados pelos pais, muitas vezes crescem, formam uma nova família e acabam esquecendo que os pais continuam ali, precisando do amor e da assistência deles, até mesmo por conta de sua vulnerabilidade, tão comentada ao longo deste trabalho.

É muito comum ouvirmos falar em abandono de pais com relação aos filhos; porém, o abandono afetivo inverso é tema de igual importância, pois o idoso, quando se encontra em situação de abandono e solidão, fica exposto a todos os tipos de doenças, tanto físicas quanto psicológicas.

Assim, os pais idosos abandonados pelos filhos, ou pela família em geral, sofrem, muitas vezes calados, o que acarreta diversas consequências negativas. O idoso abandonado sofre. O idoso abandonado envelhece mais rápido e, por vezes, chega ao fim da vida mais rápido.

Nesse sentido, frisa-se aqui certa indignação, pois em meio a tantas crueldades e tantos acontecimentos relacionados a pessoas idosas, não há sequer previsão legal expressa que responsabilize o agente que comete o abandono afetivo inverso, o que acaba dando ensejo para que esse fato seja cada vez mais frequente na sociedade.

Diante dessa realidade, buscou-se a possibilidade de condenação da pessoa que abandona os pais idosos com base no dano sofrido. Com isso, foi possível notar que cada caso deve ser analisado minuciosamente, pois é possível constatar que o filho que abandona comete ato ilícito a partir do prejuízo que acarreta, afetando o berço familiar. O abandono afetivo gera, portanto, o ato ilícito, premissa para indenização.

Não significa que amar seja obrigação, pois ninguém é obrigado a amar alguém. No entanto, o afeto e os cuidados com as pessoas idosas são valores muito importantes para uma velhice saudável, e é nesse aspecto que se comprova a importância da família. É notória a necessidade de assistência e acolhimento dos filhos, pois o abandono afetivo causa dano a quem sofre e, havendo nexo de causalidade entre a conduta e o dano sofrido pela vítima, os quais são pressupostos de responsabilidade civil, como se pode concluir, torna-se possível o dever de indenizar.

Verifica-se, nesse contexto, que o envelhecimento acarreta diversos fatores com os quais não é fácil conviver, e é justamente por isso que o abandono de idosos torna-se frequente no meio social. Afinal, nos dias de hoje, muitas pessoas acabam esquecendo-se do respeito ao próximo, e o princípio da solidariedade é deixado de lado.

Ninguém escolhe a sua família, nem seus pais. É preciso aprender a conviver com as diferenças, por mais que isso seja difícil; independentemente de qualquer coisa, pais são pais, foram eles que deram aos filhos o dom da vida.

Assim, ao ser criado o Projeto de Lei 4.294/2008, visa-se precisamente penalizar quem comete o abandono de idosos, por meio do pagamento de indenização. É possível concluir, portanto, que com sua aprovação haverá um meio legal expresso para justificar a condenação de quem comete o abandono de pais idosos. Apesar de os tribunais brasileiros não serem pacíficos nesse entendimento, levando-se em consideração os pressupostos da responsabilidade civil abordados no último capítulo deste trabalho, tornar-se-á possível aplicar a sanção com base em tais pressupostos e nos princípios destacados no primeiro capítulo deste trabalho.

Conclui-se, portanto, que a condenação civil de quem comete o abandono afetivo inverso é possível, independentemente de legislação expressa, desde que analisados os pressupostos ensejadores de responsabilidade civil, levando-se em consideração também os princípios – sobretudo no que tange ao afeto e à

convivência familiar –, além de se analisar o dano sofrido pela vítima e, na comprovação deste, garantir-se, então, a proteção integral da qual os idosos são dignos.

Apesar disso, deveria tornar-se um direito legalmente expresso; para além de tudo, demonstrar-se que família não tem como finalidade apenas a reprodução humana, e sim ser o lugar onde se aprende a amar, viver, cuidar. O lugar em que prevaleça o afeto, principalmente dos pais para com os filhos e destes para com aqueles.

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ANEXO A – PROJETO DE LEI Nº 4.294/2008

CÂMARA DOS DEPUTADOS PROJETO DE LEI N.º 4.294-A, DE 2008

(Do Sr. Carlos Bezerra)

Acrescenta parágrafo ao art. 1.632 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 -Código Civil e ao art. 3° da Lei nº 10.741, de 1ª de outubro de 2003 - Estatuto do Idoso, de modo a estabelecer a indenização por dano moral em razão do abandono afetivo; tendo parecer da Comissão de Seguridade Social e Família, pela aprovação (relatora: DEP. JÔ MORAES).

DESPACHO:

ÀS COMISSÕES DE:

SEGURIDADE SOCIAL E FAMÍLIA E

CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA (MÉRITO E ART. 54, RICD)

APRECIAÇÃO:

Proposição sujeita à apreciação conclusiva pelas Comissões - Art. 24 II

S U M Á R I O I - Projeto inicial

II – Na Comissão de Seguridade Social e Família: - parecer da relatora

- parecer da Comissão

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1º Acrescenta parágrafo ao artigo 1.632 da lei n° 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil e ao art. da lei n° 10.741, de 1ª de outubro de 2003 - Estatuto do Idoso -, de modo a estabelecer a indenização por dano moral em razão do abandono afetivo.

Art. 2° O artigo 1.632 da lei n° 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil –passa a vigorar acrescido do seguinte parágrafo único:

Parágrafo único: O abandono afetivo sujeita os pais ao pagamento de indenização por dano moral.(NR) ”

Art. 3° O parágrafo único do art. 3° da lei n° 10.741, de 1ª de outubro de 2003 -Estatuto do Idoso - passa a vigorar como parágrafo 1°, devendo ser acrescido o seguinte parágrafo 2° ao artigo:

“Art. 3° ... ... § 1°

§ 2° O abandono afetivo sujeita os filhos ao pagamento de indenização por dano moral.

JUSTIFICAÇÃO

O envolvimento familiar não pode ser mais apenas pautado em um parâmetro patrimonialista-individualista. Deve abranger também questões éticas que habitam, ou ao menos deveriam habitar, o consciente e inconsciente de todo ser humano.

Entre as obrigações existentes entre pais e filhos, não há apenas a prestação de auxílio material. Encontra-se também a necessidade de auxílio moral, consistente na prestação de apoio, afeto e atenção mínimas indispensáveis ao adequado desenvolvimento da personalidade dos filhos ou adequado respeito às pessoas de maior idade.

No caso dos filhos menores, o trauma decorrente do abandono afetivo parental implica marcas profundas no comportamento da criança. A espera por alguém que nunca telefona - sequer nas datas mais importantes - o sentimento de rejeição e a revolta causadapela indiferença alheia provocam prejuízos profundos em sua personalidade.

No caso dos idosos, o abandono gera um sentimento de tristeza e solidão, que se reflete basicamente em deficiências funcionais e no agravamento de uma situação de isolamento social mais comum nessa fase da vida. A falta de intimidade compartilhada e a pobreza de afetos e de comunicação tendem a mudar estímulos de interação social do idoso e de seu interesse com a própria vida.

Por sua vez, se é evidente que não se pode obrigar filhos e pais a se amar, deve-se ao menos permitir ao prejudicado o recebimento de indenização pelo dano causado.

Por todo exposto, clamo meus pares a aprovar o presente projeto de lei.

Sala das Sessões, em 12 de novembro de 2008. Deputado CARLOS BEZERRA

LEGISLAÇÃO CITADA ANEXADA PELA

COORDENAÇÃO DE ESTUDOS LEGISLATIVOS – CEDI

LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002 Institui o Código Civil.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte

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