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CONCLUSÃO

No documento Adolescentes infratores (páginas 65-69)

O presente trabalho realizou uma análise sobre o perfil e o índice de atos infracionais cometidos por adolescentes no município de Tubarão nos anos de 2010 e 2011. Para tanto, foram extraídos dados dos autos de apreensão de adolescente infrator alcançando como objetivos gerais o perfil, bem como os índices de participação de adolescentes em atos infracionais.

Visando a alcançar os objetivos específicos, o presente trabalho foi dividido em três capítulos. O primeiro fez sucintos comentários a respeito da Lei nº 8.069/90 – Estatuto da Criança e do Adolescente – apontando os conceitos de criança e adolescente, ato infracional, expondo as medidas protetivas, bem como as socioeducativas aplicadas aos adolescentes praticantes de atos infracionais. Mostrou-se através de legislação e doutrinas como é feita a apuração do procedimento infracional atribuído ao adolescente.

O segundo capítulo abordou os crimes específicos e temas do presente trabalho. Foram explanados os conceitos de homicídio, roubo, furto, latrocínio e tráfico de drogas, sendo utilizadas como fundamentos teóricos legislações específicas e doutrinas. Através de um breve histórico sobre a violência juvenil, mostrou-se a estrutura catarinense para atender adolescentes infratores, mencionando as finalidades dos Centros de Atendimentos Socioducativos, Centros de Atendimentos Socieducativos Provisórios (CASEP) e as Casas de Semiliberdade. Assim, após expostas as finalidades dos centros de atendimentos, mostrou-se um breve histórico do Centro de Atendimento Provisório do município de Tubarão.

Por fim, foram analisados os resultados obtidos na pesquisa documental, tais como atos infracionais, escolaridade, reincidência, medidas socioeducativas aplicadas, entre outros. A partir desses resultados conseguiu-se obter-se o perfil do menor infrator e tornar conhecido o índice de participação desses menores em atos infracionais nos anos de 2010 e 2011.

O resultado da pesquisa mostrou o perfil do adolescente como sendo a maioria meninos, entre 16 e 17 anos, com ensino fundamental incompleto, moradores de bairros periféricos, estudantes ou desocupados.

Diante dos resultados obtidos em relação à prática de atos infracionais, despontaram como os mais praticados o tráfico de drogas, furto e roubo. No ano de 2011 o tráfico de drogas teve um aumento de 10 para 16 registros e o crime de furto de 7 casos em 2010 passou para 13 em 2011.

consequência do aumento dos casos de tráfico de drogas, uma vez que não houve indicações de que havia esta ligação entre os atos praticados.

Positivamente, obteve-se a negativação no número de homicídios no ano de 2011 em relação ao ano de 2010, assim como os casos de reincidência que caíram de 25 em 2010 para 15 em 2011. Não se constatou nenhum registro relacionado ao crime de latrocínio.

Como medidas socioeducativas aplicadas aos infratores, a liberdade assistida foi a mais executada pela Juíza da Vara da Infância. Essa medida, como foi explicada no decorrer deste trabalho, permite ao menor a prática de atividades fora do estabelecimento institucional.

O universo da criminalidade muitas vezes é uma estrada sem volta, constatou-se a ocorrência de casos de arquivamento do processo criminal devido à morte do agente, na maioria dos casos assassinado.

Todavia, a pesquisa realizada mostrou que de uma forma geral e ao contrário do que se pensou, no decorrer dos dois anos estudados, o índice de adolescentes autuados na prática de atos infracionais foi pequeno, tendo em vista que de 1385 casos registrados em 2010, apenas 269 foram praticados por adolescentes, vindo este número a cair no ano de 2011 que totalizou 1281 casos, sendo apenas 162 praticados por adolescentes, concluindo assim que a culpa por altos índices de criminalidade não pode ser atribuída com maior ênfase aos adolescentes durante os anos de 2010 e 2011 no município estudado.

Não há uma fórmula rápida ou fácil para se resolver o problema da criminalidade juvenil. Atos infracionais como o tráfico de drogas ou o roubo, estão a cada dia mais impregnados no meio social.

Faz-se necessário um novo olhar do legislador sobre o assunto e sobre o modo como esses adolescentes estão sendo reeducados. Ficam no ar questões como, as de combater o ingresso dos adolescentes na criminalidade ou do combate a reincidência.

Contudo, vale lembrar que tratam-se de pessoas em desenvolvimento de personalidade, toda e qualquer medida aplicada deve ser voltada com a intenção de criar um novo conceito sobre a vida em sociedade, deixando para trás aquele criado sob o prisma da crimilidade.

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