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Os Sistemas de Arranjos Produtivos Locais (SAPL´s) tem se mostrado uma eficiente estratégia para a geração de desenvolvimento endógeno nas localidades onde estão inseridos, visto que, as políticas propulsoras de tais sistemas geram condições para que os produtores alcancem um melhor grau de desenvolvimento, pois além do benefício, tais políticas proporcionam uma melhoria da capacitação destes agentes, tornando-os independentes em um futuro bem próximo. Portanto, percebe-se que as políticas voltadas aos SAPLs não têm caráter assistencialista, mas sim de tornar endógeno o que até então era exógeno.

É com essa idéia que este trabalho buscou analisar os efeitos do programa “Projetos Produtivos”, desenvolvido pelo Governo do Estado, nas macrorregiões cearenses mais carentes, mas que apresentam potencial de desenvolvimento.

A política realizou o processo de seleção através do lançamento de editais, esta escolha é de suma importância para garantir a isonomia do processo seletivo e o cumprimento das etapas exigidas, visto que, de acordo com o

levantamento feito neste trabalho, pode-se concluir que a primeira etapa do programa vem sendo cumprida pontualmente, conforme a demanda e prestação de contas exigidas no edital. Diante do exposto, sugere-se a aplicação de avaliação ex- ante com o intuito de avaliar o potencial e a credibilidade das aglomerações e possibilitar uma programação eficiente da aplicação dos recursos, antes do lançamento do segundo edital ou da continuidade da aplicação dos recursos.

As instituições que apresentaram seus projetos passaram por seleção que as levou a classificação entre os vinte e cinco projetos a serem beneficiados com o financiamento da melhoria proposta. São realizadas visitas aos projetos selecionados para monitoramento da aplicação de cada parcela de recurso recebida e já estão sendo realizadas visitas prévias para seleção de projetos para a segunda etapa do programa.

Apesar da pontualidade da liberação dos recursos, a pesquisa não identificou um cronograma detalhado por parcelas com metas e prazos estabelecidos previamente aos produtores. Isto se faz necessário para que o governo não fique vinculado apenas ao cronograma dos demandantes, deve ser corrigido, pois o cumprimento de metas dentro dos prazos idealizados faz parte da Gestão por Resultados (GPR) adotada pelo governo do estado e pode comprometer o resultado desejado.

O Estado utilizou como referência os índices de desenvolvimento social fornecidos pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (IPECE) que foram suficientes para caracterizar a gravidade da questão social no Ceará e ensejar a implantação desta política.

Recomenda-se a elaboração e publicação de um documento que regulamente o programa registrando e determinando seu conteúdo, seu cronograma, suas diretrizes, objetivos, metas e resultados esperados, já que este documento não foi publicado e o projeto já está em andamento. Houve a regulamentação de parte do programa que foi o termo de referencia para o edital I.

As fontes de financiamento FECOP e BNDES estão bem definidas e comprometidas com o programa e este tem se mostrado eficiente no repasse dos recursos e no cumprimento do orçamento. Vale ressaltar, mais uma vez, a importância da regulamentação, pois o apoio aos APLs compõe a estratégia de desenvolvimento regional do governo que propõe sua inclusão no Plano Plurianual (PPA) – A política de apoio aos APLs não foi incluída no PPA do estado em 2007. 2008 e 2009.

A participação dos parceiros tem sido importante, pois, embora não estejam vinculados ao apoio financeiro, eles agem no apoio às atividades complementares como divulgação do projeto, organização do setor, capacitação, etc.

Diante do exposto conclui-se que a pesquisa realizada neste trabalho faz leitura positiva da eficiência do projeto em relação ao seu objetivo pontual. A pesquisa sugere que o recurso recebido está sendo utilizado de fato pelos produtores na aquisição dos benefícios solicitados como a aquisição de equipamentos, capacitação, capital de giro e estrutura para geração de produtividade e valor agregado aos produtos.

A idéia de transformar aqueles que se chamam “pobres” em produtores sustentáveis, partindo das potencialidades locais, acena como uma saída para a pobreza e substituição para a transferência de renda.

Espera-se que os governantes utilizem os resultados do monitoramento que está sendo realizado no programa para estabelecer metas maiores, que levem este tipo de política mais a sério, destinando o volume de investimentos adequado e ampliando a discussão política em torno do mesmo.

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