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O ensaio de viabilidade celular pela redução do MTT mostrou que as células da linhagem LLC-PK1 são sensíveis aos efeitos da cisplatina, apresentando diminuição da viabilidade celular mesmo em baixas concentrações. No entanto, não houve alteração da expressão dos genes analisados quando as células foram expostas às concentrações de 1 µM e 6 µM de cisplatina. É necessário que mais estudos sejam realizados para compreender como baixas concentrações de cisplatina afetaram o crescimento celular sem indução de aumento da expressão dos genes analisados na linhagem celular LLC-PK1.

A análise de expressão gênica mostrou aumento relativo de expressão para

HAVCR1 (KIM-1), BAX, CASP9, CASP3 e ICAM-1, quando as células foram

expostas a 15 µM de cisplatina. Esses resultados fornecem evidências de que esses genes são potenciais biomarcadores precoces para detecção de lesão renal, sendo necessários mais estudos para confirmar a robustez de previsibilidade dos mesmos. O aumento de expressão dos genes relacionados à apoptose, mais especificamente

BAX e CASP9, confirmam que um dos mecanismos de nefrotoxicidade induzida por

cisplatina é a apoptose via mitocondrial.

Trabalhos futuros são necessários para a validação de biomarcadores genômicos e da linhagem celular LLC-PK1, no entanto, nossos resultados indicam que os genes estudados são adequados para avaliação de nefrotoxicidade, auxiliando no desenvolvimento de drogas mais seguras.

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APÊNDICE A – Estudo in vitro de potenciais biomarcadores de nefrotoxicidade por expressão gênica1

Resumo

A nefrotoxicidade induzida por fármacos é um importante fator limitante do uso de medicamentos. Durante os ensaios toxicológicos, a nefrotoxicidade é subestimada devido a falta de preditividade dos modelos in vivo utilizados atualmente. Os métodos alternativos in vitro podem levar ao desenvolvimento de medicamentos mais seguros, podendo ser utilizados tanto na triagem de novas moléculas quanto nos ensaios pré-clínicos. Considerando que os danos moleculares e celulares precedem as alterações histopatológicas, o estudo da expressão gênica induzida por medicamentos torna-se importante na busca de biomarcadores precoces. A cisplatina é um quimioterápico amplamente utilizado na prática médica que tem na nefrotoxicidade sua maior limitação. As principais células renais atingidas pela nefrotoxicidade induzida por cisplatina são as do túbulo proximal devido a diversos fatores. No presente estudo, células LLC-PK1 foram expostas a cisplatina por 48 horas e as concentrações de 1 µM, 6 µM e 15 µM foram escolhidas após o ensaio de MTT. A expressão de genes relacionados a nefrotoxicidade foi analisada através de PCR em tempo real nas células expostas às concentrações citadas. A diminuição da viabilidade celular observada nas concentrações de 1 µM e 6 µM não foi acompanhada de alteração na expressão dos genes estudados e necessitam de mais estudos para a compreensão de como a cisplatina afetou o crescimento celular. Os genes HAVCR1 (KIM-1), BAX, CASP9, CASP3 e ICAM-1 tiveram a expressão aumentada após exposição a 15 µM de cisplatina quando comparada a células não expostas. Nossos resultados sugerem que esses genes podem ser utilizados como biomarcadores in vitro de nefrotoxicidade, necessitando de mais estudos para validação dos mesmos.

Palavras-chave: nefrotoxicidade, biomarcadores, cisplatina, LLC-PK1.

__________________________

1Manuscrito

APÊNDICE A (continuação) 1. Introdução

O potencial nefrotóxico é frequentemente subestimado durante o desenvolvimento de novos fármacos (TIONG et al., 2014). Apenas 7% dos candidatos a fármacos falham devido a nefrotoxicidade, no entanto, cerca de 30% a 50% dos pacientes em unidades de terapia intensiva apresentam quadro de insuficiência renal aguda (FUCHS, HEWITT, 2011). Os modelos atuais para predição de nefrotoxicidade utilizam animais e marcadores clássicos, como creatinina e ureia, que são pouco sensíveis (VAIDYA et al., 2010).

O uso de biomarcadores de toxicidade pode melhorar significativamente o desenvolvimento de novas drogas, beneficiando o processo de descoberta de um novo fármaco desde a triagem de novas moléculas (GOODSAID, 2004). Assim, genes que consistentemente exibem alterações de expressão em resposta a efeitos tóxicos podem ser utilizados como marcadores para predizer potenciais efeitos adversos. Sistemas in vitro para avaliação de nefrotoxicidade são importantes ferramentas para compreensão de mecanismos de ação e para desenvolvimento de processos de triagem para predição precoce de nefrotoxicidade (FUCHS, HEWITT, 2011). O conceito de que os eventos moleculares precedem os eventos patológicos tem direcionado o desenvolvimento de ensaios toxicogenômicos rápidos para toxicidade que normalmente são realizados em ensaios de longo prazo em animais (CHEN et al., 2012).

Para identificação de potenciais biomarcadores de injúria renal é fundamental o estudo de nefrotoxicantes conhecidos, como a cisplatina. A cisplatina é um quimioterápico utilizado no tratamento de diversos tipos de câncer (MILLER et al., 2010; PAZHAYATTIL, SHIRALI, 2014), sendo a nefrotoxicidade um dos principais fatores limitantes do seu uso na prática clínica. Por serem mais acometidas pela nefrotoxicidade induzida por cisplatina, as células do túbulo proximal são as mais utilizadas para estudos de mecanismos (PABLA, DONG, 2008).

Neste estudo, células LLC-PK1 foram expostas a cisplatina e a expressão de diversos genes foi avaliada para identificação de potenciais biomarcadores precoces de nefrotoxicidade.

APÊNDICE A (continuação) 2. Material e Métodos

2.1 Linhagem celular e tratamento

Células LLC-PK1 (ATCC® CL-101™), células de túbulo proximal isoladas de rins de porco, foram adquiridas de American Type Culture Colection. As células foram mantidas em meio essencial mínimo (MEM; Gibco) com 4% de soro fetal bovino (Gibco) e solução antibiótica e antimicótica (penicilina, estreptomicina, anfotericina; Sigma) em estufa a 37 ºC, umidificada com atmosfera de 5% de CO2.

2.2 Ensaio de viabilidade celular pelo método de redução no MTT

Para o ensaio de MTT, as células foram semeadas em placas de 96 poços na concentração de 5,0 x 103 células por poço e expostas às concentrações de 0, 1, 2, 4, 6, 8, 10, 12 e 15 µM de cisplatina (Sigma) por 48 horas. Após a exposição, o fármaco foi retirado e as células foram incubadas por 3 horas em estufa a 37 ºC, umidificada com atmosfera de 5% de CO2 com 0,5 mg/mL de MTT (3-[4,5- Dimethylthiazol-2-yl]-2,5-Diphenyltetrazolium Bromide; Sigma) em meio de cultura. Então, a solução foi retirada e foi adicionado 100 µL de dimetilsulfóxido (Synth) e procedeu-se a leitura de absorbância a 570 nm em espectrofotômetro (Molecular Devices VERSAmax). As células foram expostas em sextuplicata para cada concentração de cisplatina em três ensaios independentes.

2.3 Análise de expressão gênica por PCR em tempo real

As células foram semeadas em placas de 96 poços na concentração de 5,0 x 103 células por poço e expostas às concentrações de 0, 1, 6 e 15 µM de cisplatina por 48 horas e o RNA total foi extraído utilizando-se TRIzol (Ambion). O RNA foi convertido a cDNA utilizando kit illustra™ Ready-to-Go Beads™ (GE Healthcare) conforme instruções do fabricante, a partir de amostra contendo 300 ng/µL de RNA. A busca pelas sequências de mRNA codificadores de proteínas previamente associados a danos renais foi realizada nos bancos de dados do National Center for

Biotechnology Information (NCBI), os iniciadores foram obtidos através do programa PrimerBLAST (NCBI) e estão listados na Tabela 1.

A reação de PCR em tempo real foi preparada utilizando 5 µL de SYBR®Green Master Mix (Applied Biosystems), 200 nM de cada oligonucleotídeo

APÊNDICE A (continuação)

iniciador e 3 µL das amostras de cDNA diluídas 10 vezes. As reações de PCR foram efetuadas em equipamento StepOne™ Real-Time PCR System (Applied Biosystems) em triplicata nas seguintes condições de amplificação: 50 ºC por dois minutos, 95 ºC por dez minutos seguidos de 40 ciclos a 95 ºC por quinze segundos e 60 ºC por um minuto. Os dados da curva de dissociação foram coletados no intervalo entre 60 ºC e 95 ºC. O método comparativo do ciclo limiar foi utilizado para análise de dados de acordo com a equação 2-ΔΔCt. Os dados estão apresentados como unidades de expressão relativa após normalização para o gene GAPDH.

Tabela 1 – Sequência de iniciadores utilizados nos ensaios de PCR em tempo real

Gene Descrição do Gene Acesso Sequência forward Sequência reverse

ANXA5 Annexin A5 XM_003129218 GTCGCTATGGCACAGGTTCT AGGATGCTCTCCTCGTCAGT

BAX BCL2-associated X protein XM_003127290 CCGAACTGATCAGGACCATC AAGATGGTCACCGTCCAACC

BCL-2 B-cell CLL/lymphoma 2 XM_003121700 CCTTGGATCCAGGAGAACGG AACCACCCCAGCTAGAGTCA

BCL2L1

(BCL-XL) BCL2-like 1 NM_214285 AGGGCATTCAGTGACCTGAC CCATCCCGGAAGAGTTCGTT

CASP3 Caspase 3, apoptosis-

related cysteine peptidase NM_214131 GACGGACAGTGGGACTGAAG TGGATGAACCAGGATCCGTC

CASP9 Caspase 9, apoptosis-

related cysteine peptidase XM_003127618 CTGCCAAGCAAATGGTCCAG CTGTGCCATAAACAGCCCCT

EXOC6 Exocyst complex

component 6 XM_003361565 TCGAAAAGCAACCCTTCCCA AGCTCCGGTGTAGTGACTCT

GAPDH Glyceraldehyde-3- phosphate dehydrogenase NM_001206359 GAAGGTCGGAGTGAACGGA GCCAGAGTTAAAAGCAGCCC HAVCR1 (KIM1)

Hepatitis A virus cellular

receptor 1 NM_001164736 TTGCTCCAACAACTGGTGTCT GCAGCACCTGTATGGACAGT

ICAM-1 Intercellular adhesion

molecule-1 NM_213816 ACTTATGTCCTGCCAGCCAC GTTCACAGAAACGGGTGTGC

VDAC1 Voltage-dependent anion

channel 1 NM_213960 GCCTGCTTCTCGGCTAAAGT CACCGGCGTTGACATTCTTG

2.4 Análise estatística

Todos os dados apresentados representam experimentos em triplicadas e estão expressos pela média ± desvio padrão. Os resultados foram analisados através do teste One-Way ANOVA com pós-teste de Tukey utilizando o programa

APÊNDICE A (continuação)

GraphPad Prism 5 (GraphPad Software, Inc.), sendo consideradas significativas as análises com p<0,05.

3. Resultados

3.1 Avaliação da viabilidade celular.

A viabilidade das células LLC-PK1 após tratamento com cisplatina foi avaliada utilizando o método de redução do MTT. Através deste método, o efeito tóxico de determinada substância pode ser avaliado pela formação do subproduto formazan, que é derivado da metabolização do MTT por desidrogenases mitocondriais de células metabolicamente ativas.

Verificou-se que a linhagem celular analisada é sensível à toxicidade da cisplatina de maneira concentração-dependente, conforme a curva concentração- resposta (Figura 1). Após 48 h de exposição, houve diferença estatisticamente significativa (p<0,05) entre todas as concentrações testadas em relação ao grupo controle e, também, entre todas as concentrações, exceto 8 µM X 10 µM e 10 µM X 12 µM.

Tendo em vista as diferenças estatisticamente significativas (p<0,05) encontradas entre as concentrações analisadas, foram definidas as concentrações 1 µM, 6 µM e 15 µM para os estudos de expressão gênica.

3.2 Efeito do tratamento na expressão gênica.

As células foram expostas às concentrações selecionadas de cisplatina por 48 h, seguida da extração do RNA total, síntese de cDNA e PCR em tempo real. Os genes analisados foram identificados através de pesquisa bibliográfica, após avaliação em modelos in vitro e in vivo e que demonstraram expressão diferencial mediante tratamentos nefrotóxicos. O PCR em tempo real foi utilizado para mensurar o nível relativo de expressão gênica nas células LLC-PK1 e as alterações foram representadas em relação às células não expostas à cisplatina. Dentre os genes analisados, observou-se alteração na expressão de cinco deles. Os demais alvos apresentaram dois picos de amplificação na curva de dissociação durante o PCR em tempo real e, por isso, foram desconsiderados.

APÊNDICE A (continuação)

Figura 1 – Avaliação da metabolização doMTT.

__________________________

Curva concentração-resposta da linhagem celular renal LLC-PK1. As células foram expostas a concentrações crescentes de cisplatina por 48 horas. Ensaio realizado em sextuplicata em três experimentos independentes. Controle negativo (células não tratadas) foram consideradas com 100% de viabilidade celular. (* p<0,05, valores significativamente diferentes em relação ao grupo controle; **p<0,05, valores significativamente diferentes entre si).

A análise de expressão gênica demonstrou que houve aumento relativo dos alvos HAVCR1, BAX, CASP9, CASP3 e ICAM-1 quando comparados ao nível de expressão dos transcritos desses mesmos genes nas células não expostas ao fármaco. Os cinco genes citados apresentaram aumento estatisticamente significativo (p<0,05) na concentração 15 µM em relação ao grupo controle. No entanto, apesar da diminuição da viabilidade celular observada pelo método de redução do MTT, não houve diferença estatisticamente significativa nas concentrações de 1 µM e 6 µM em relação ao controle negativo (Figura 2).

4. Discussão

A linhagem de células LLC-PK1 é largamente utilizada para estudos de nefrotoxicidade. No entanto, existe grande discrepância na literatura entre os regimes de tratamento de cisplatina em trabalhos in vitro no que se refere a

APÊNDICE A (continuação)

concentração e tempo de exposição (KAUSHAL et al., 2001; PARK, LEON, DEVARAJAN, 2002; TOWNSEND et al., 2003; IMAMDI, GRAAUW, VAN DE WATER, 2004; YANO et al., 2007). Porém, baixas concentrações, como as utilizadas no presente estudo, não foram encontradas durante a pesquisa bibliográfica no banco de dados do PubMed quando a busca foi realizada cruzando

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