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A Pixar e seus filmes são um produto direto de extensa pesquisa tecnológica associada a técnicas clássicas de narrativa, construção de personagem e animação. Por mais que seja o estúdio que lançou a animação computadorizada de longa-metragem para o grande público, que com o tempo foi ficando mais e mais popular (chegando ao ponto de hoje em dia ser muito mais comum do que animação tradicional nas salas de cinema pelo mundo), o segredo para seus filmes se tornarem icônicos consiste no mais tradicional dos hábitos de Walt Disney: dedicar- se à história e aos personagens. Uma questão que aparenta ser trivial quando se fala de desenvolvimento de obra cinematográfica, mas sobre a qual até os estúdios do falecido Disney lidavam com dificuldade à época em que a Pixar dava seus primeiros passos.

A base para se construir personagens cativantes em longas-metragens 3D é a mesma da animação tradicional. Se excetuarmos as questões relativas à direção de arte e nos concentrarmos apenas em aspectos de desenvolvimento de trama, podemos dizer que são as bases comuns a qualquer filme narrativo de ficção, incluindo os de captação direta. O que, de maneira alguma, significa que existe algum tipo de “fórmula do sucesso” ou coisa parecida. Filmes, e seus protagonistas, nos atingem em um nível emocional e, em primeira instância, o diretor, os roteiristas, a equipe criativa no geral, precisa confiar em seus sentimentos, nas sensações que o filme evoca, para contar a história de maneira efetiva e envolvente. As diferentes técnicas que um cineasta usa para fazer seus filmes devem ser pensadas como ingredientes, não como a receita do bolo. Cada história deve ser desenvolvida como um evento inédito, um novo e delicioso sabor, o que não impede o confeiteiro de usar ingredientes conhecidos em uma proporção e ordem diferentes. O paladar dele terá que dizer se a receita funciona, pois ela não está escrita em lugar nenhum. Isso vale tanto para tramas totalmente novas quanto para a criação de sequências, spin-offs, e afins.

A criação de histórias cativantes e de qualidade é resultado de grande dedicação e comprometimento para que a narrativa funcione, e para que todos os elementos nela contidos harmonizem organicamente. Não existe nada de radicalmente diferente na estrutura de um Toy

Story em relação a qualquer título impopular da Disney. O conteúdo, por outro lado, irá definir

do que se trata o filme e como são seus personagens. Podemos observar que, de maneira geral, em todos os filmes da Pixar o protagonista tem uma questão emocional, interna, que precisa ser resolvida em paralelo com uma trama externa. No decorrer da jornada exterior ele vai coletando experiência, crescendo internamente, e desenvolvendo as ferramentas com as quais ele

conseguirá resolver seu conflito interior. Há uma construção cuidadosa dessa jornada para que o espectador sinta o crescimento do personagem. Se esse crescimento não for sensível não será crível. O espectador precisa sentir a jornada junto com o personagem para se conectar a ele. A base em experiências reais durante o desenvolvimento da história traz veracidade para a trama, personagens e tema. As temáticas, também são desenvolvidas em torno de sentimentos reais. O desenvolvimento da trama é trabalhado até ser possível identificar um tema sucinto, de simples reconhecimento, mas emocionalmente profundo. A mensagem do filme, seu tema, deve ser algo reconhecível em nossas vidas, questões que o público tenha que enfrentar em seu cotidiano.

A Pixar segue uma escola clássica de design de personagens que data do início da industrialização da animação, na qual são criados personagens de feições simplificadas. Essa abordagem não só viabilizava a produção em larga escala em tempos anteriores ao acetato, mas também torna a essência do personagem muito mais visível, expressando com eficiência suas ações, opiniões e sentimentos. Além disso, o design simplificado funciona como uma “máscara” da qual qualquer espectador pode fazer uso. O rosto simplificado facilita à plateia se colocar no lugar do personagem. E ainda, mantém os personagens bem distantes do vale da estranheza, que seria uma grande barreira contra a aceitação dos mesmos.

O estúdio também se apropria de diferentes estereótipos na composição visual dos personagens, desde sua forma e indumentária até a sua coloração. No entanto, o uso deles é devidamente pensado. Muitas vezes a personalidade do protagonista corrobora com alguns estereótipos e subverte outros, dando mais profundidade e realismo ao personagem. Ao mesmo tempo, suas falhas e virtudes são cuidadosamente engenhadas e dosadas para torná-lo relacionável com o espectador, não só no desenvolvimento de sua própria essência, mas na construção de sua apresentação para o público.

Por fim, podemos constatar que a Pixar reconhece o potencial que a animação tem para contar histórias profundas, com personagens complexos e humanos. Ela não subestima o público infantil com sucessões de piadas bobas, ou coloca menos esforço do desenvolvimento narrativo por conta do público-alvo. O foco da companhia está em fazer filmes cativantes. Eles não buscam apenas histórias primárias que façam as crianças rirem por duas horas. Em vez disso, procuram temas que toquem o público, questões que sejam importantes e difíceis de enfrentar no cotidiano do espectador. A visualidade simples e amigável dos personagens torna a imersão da plateia mais fácil e a aceitação de temáticas profundas mais leve.

REFERÊNCIAS

BIBLIOGRAFIA

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CANDIDO, Antonio, et al. A Personagem de Ficção. São Paulo: Editora Perspectiva, 1981. CATMULL, Ed. Criatividade S. A. Rio de Janeiro: Rocco, 2014.

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TRABALHOS ACADÊMICOS

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PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS

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VÍDEOS ONLINE

2016 RenderMan Showreel (2 min 49 seg). Disponível em: <https://vimeo.com/173931862>. Acesso em: 12 out. 2016.

Andrew Stanton: The clues to a great story. (19 min 16 seg). Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=KxDwieKpawg>. Acesso em: 29 nov. 2016.

‘Inside Out’: Designing Characters for Pixar - Variety Artisans. (4 min 43 seg). Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=AiTEa78XUBk>. Acesso em: 29 dez. 2016.

Final Fantasy: The Spirits Within - Making of Motion Capture. (1 min 58 seg). Disponível em: <https://vimeo.com/85870800>. Acesso em: 27 dez. 2016.

John Lasseter Q&A Is the Pixar lamp a mama lamp, or a daddy (2 min 22 seg). Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=nU6WlLQWsyU>. Acesso em: 27 nov. 2016.

Pixar's Pete Docter in Studio Q (20 min 31 seg). Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=dr8rR2trN9A>. Acesso em: 20 dez. 2016.

Pixar’s Story Process (58 min 4 seg). Disponível em:

<https://www.youtube.com/watch?v=whnJSSkR_B0&t=1501s>. Acesso em: 15 dez. 2016.

OUTROS VÍDEOS

DOCUMENTOS VIA INTERNET

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AMIDI, Amid. Pixar and The Uncanny Valley. Cartoon Brew. 14 out 2004. Disponível em: <http://www.cartoonbrew.com/old-brew/pixar-and-the-uncanny-valley-543.html>. Acesso em: 18 out. 2016.

BARNES, Brooks; CIEPLY, Micheal. Disney Swoops Into Action, Buying Marvel for $4 Billion. The New York Times. 31 ago. 2009. Disponível em: <http://www.nytimes.com/2009/09/01/business/media/01disney.html>. Acesso em: 30 nov. 2016.

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REIS, Fernanda. ‘Cassiopéia’, 20 anos – A história do primeiro filme brasileiro digital. Risca Faca. 08 mar 2016. Disponível em <http://riscafaca.com.br/cinema/cassiopeia-filme-20- anos/>. Acesso em: 31dez. 2016.

Toy Story – Box office, Internet Movie Database. Disponível em: <http://www.imdb.com/title/tt0114709/business?ref_=tt_dt_bus>. Acesso em: 29 nov. 2016.

PRINCIPAIS FILMES ANALISADOS

OS INCRÍVEIS. Direção: Brad Bird. Estados Unidos: Walt Disney Pictures; Pixar Animation Studios: Buena Vista Home Entertainment, 2004. DVD (115 minutos), colorido.

PROCURANDO NEMO. Direção: Andrew Stanton. Codireção: Lee Unkrich. Estados Unidos: Walt Disney Pictures; Pixar Animation Studios: Buena Vista Home Entertainment, 2003. DVD (100 minutos), colorido.

TOY STORY. Direção: John Lasseter. Estados Unidos: Pixar Animation Studios: Buena Vista Home Entertainment, 1995. DVD (81 minutos), colorido.

DEMAIS LONGA-MATRAGENS DA PIXAR ANALISADOS

CARROS. Direção: John Lasseter. Estados Unidos: Pixar Animation Studios: Buena Vista Home Entertainment, 2006. DVD (117 minutos), colorido.

CARROS 2. Direção: John Lasseter. Estados Unidos: Pixar Animation Studios: Buena Vista Home Entertainment, 2011. DVD (106 minutos), colorido.

DIVERTIDA MENTE. Direção: Pete Docter. Estados Unidos: Walt Disney Pictures; Pixar Animation Studios: Buena Vista Home Entertainment, 2015. (95 minutos), colorido.

MONSTROS S.A. Direção: Pete Docter. Estados Unidos: Walt Disney Pictures; Pixar Animation Studios: Buena Vista Home Entertainment, 2001. DVD (92 minutos), colorido. O BOM DINOSSAURO. Direção: Peter Sohn. Estados Unidos: Walt Disney Pictures; Pixar Animation Studios: Buena Vista Home Entertainment, 2015. Net Now (93 minutos), colorido. PROCURANDO DORY. Direção: Andrew Stanton. Estados Unidos: Walt Disney Pictures; Pixar Animation Studios. 2016. Assistido em cinema (97 minutos), colorido.

RATATOUILLE. Direção: Brad Bird. Estados Unidos: Walt Disney Pictures; Pixar Animation Studios: Buena Vista Home Entertainment, 2007. DVD (111 minutos), colorido.

TOY STORY 2. Direção: John Lasseter. Codireção: Ash Brannon; Lee Unkrich. Estados Unidos: Walt Disney Pictures; Pixar Animation Studios: Buena Vista Home Entertainment, 1999. DVD (92 minutos), colorido.

TOY STORY 3. Direção: Lee Unkrich. Estados Unidos: Walt Disney Pictures; Pixar Animation Studios: Buena Vista Home Entertainment, 2010. DVD (81 minutos), colorido.

UNIVERSIDADE MONSTROS. Direção: Dan Scanlon. Estados Unidos: Walt Disney Pictures; Pixar Animation Studios: Buena Vista Home Entertainment, 2013. (104 minutos), colorido.

UP – ALTAS AVENTURAS. Direção: Pete Docter. Estados Unidos: Walt Disney Pictures; Pixar Animation Studios: Buena Vista Home Entertainment, 2009. DVD (96 minutos), colorido.

VALENTE. Direção: Mark Andrews; Brenda Chapman. Codireção: Steve Purcell. Estados Unidos: Walt Disney Pictures; Pixar Animation Studios: Buena Vista Home Entertainment, 2012. Netflix (93 minutos), colorido.

VIDA DE INSETO. Direção: John Lasseter. Codireção: Andrew Stanton. Estados Unidos: Walt Disney Pictures; Pixar Animation Studios: Buena Vista Home Entertainment, 1998. VHS (95 minutos), colorido.

WALL-E. Direção: Andrew Stanton. Estados Unidos: Walt Disney Pictures; Pixar Animation Studios: Buena Vista Home Entertainment, 2008. DVD (98 minutos), colorido.

OUTROS FILMES ANALISADOS

101 Dálmatas. Direção: Clyde Geronimi, Hamilton Luske e Wolfgang Reitherman. EUA, 1961.

ALADDIN. Direção: John Musker e Ron Clements. EUA, 1992. ALÔ, Dolly!. Direção: Gene Kelly. EUA, 1969.

ATLANTIS – O Reino Perdido. Direção: Gary Trousdale e Kirk Wise. EUA, 2001. AVENTURAS de André e Wally B., as. Direção: Alvy Ray Smith. EUA, 1984. AVIÃO do Mickey, o. Direção: Walt Disney e Ub Iwerks. EUA, 1928.

BELA Adormecida, a. Direção: Clyde Geronimi. EUA, 1959.

BELA e a Fera, a. Direção: Gary Trousdale e Kirk Wise. EUA, 1991. BOLT – Supercão. Direção: Byron Howard e Chris Williams. EUA, 2008.

BRANCA de Neve e os Sete Anões. Direção: William Cottrell, David Hand, Wilfred Jackson, Larry Morey, Perce Pearce e Ben Sharpsteen. EUA, 1937.

CASSIOPÉIA. Direção: Clóvis Vieira. Brasil, 1996.

CINDERELLA. Direção: Clyde Geronimi, Wilfred Jackson e Hamilton Luske. EUA, 1950. DETONA Ralph. Direção: Rich Moore. EUA, 2012.

DO Fundo do Mar. Direção: Renny Harlin. EUA, 1999.

ENROLADOS. Direção: Nathan Greno e Byron Howard. EUA, 2010. EXPRESSO Polar, o. Direção: Robert Zemeckis. EUA, 2004.

FINAL Fantasy. Direção: Hironobu Sakaguchi e Motonori Sakakibara. EUA e Japão, 2001. FROZEN – Uma Aventura Congelante. Direção: Chris Buck e Jennifer Lee. EUA, 2013. JORNADA nas Estrelas II – A Ira de Khan. Direção: Nicholas Meyer. EUA, 1982. JURASSIC Park – O Parque dos Dinossauros. Direção: Steven Spielberg. EUA, 1993.

JURASSIC World – O Mundo dos Dinossauros. Direção: Colin Trevorrow. EUA, 2015. KNICK Knack. Direção: John Lasseter. EUA, 1989.

LILO e Stitch. Direção: Dean DeBlois e Chris Sanders. EUA, 2002. LUXO Jr. Direção: John Lasseter. EUA, 1986.

MULAN. Direção: Tony Bancroft e Barry Cook. EUA, 1998.

NEM que a Vaca Tussa. Direção: Will Finn e John Sanford. EUA, 2004.

ORCA, A Baleia Assassina. Direção: Michael Anderson. EUA, Países Baixos e Itália,1977. PEQUENA Sereia, a. Direção: Ron Clements e John Musker. EUA, 1989.

PERIPÉCIAS do Ratinho Detetive, as. Direção: Ron Clements, Burny Mattinson, Dave Michener e John Musker. EUA, 1986.

PETER Pan. Direção: Clyde Geronimi, Wilfred Jackson, Hamilton Luske e Jack Kinney. EUA, 1953.

PINÓQUIO. Direção: Norman Ferguson, T. Hee, Wilfred Jackson e Jack Kinney, Hamilton Luske, Bill Roberts e Ben Sharpsteen. EUA, 1940.

PIRANHA. Direção: Joe Dante. EUA e Países Baixos, 1978.

PLANETA do Tesouro. Direção: Ron Clements e John Musker. EUA, 2002. PRINCESA e o Sapo, a. Direção: Ron Clements e John Musker. EUA, 2009. REI Leão, o. Direção: Roger Allers e Rob Minkoff. EUA, 1994.

SINFONIAS Ingênuas (seriado). Direção: Walt Disney e outros. EUA, 1929 - 1939. SONHO de Red, o. Direção: John Lasseter. EUA, 1987.

STAR Wars – Episódio IV – Uma Nova Esperança. Direção: George Lucas. EUA, 1977. STAR Wars – Episódio VI – O Retorno de Jedi. Direção: Richard Marquand. EUA, 1983. TARZAN. Direção: Chris Buck e Kevin Lima. EUA, 1999.

TUBARÃO. Direção: Steven Spielberg. EUA, 1975. TUBBY the Tuba. Direção: Alexander Schure. EUA, 1975. TIN Toy. Direção: John Lasseter. EUA, 1988.

VAPOR Willie, o. Direção: Ub Iwerks e Walt Disney. EUA, 1928.

GLOSSÁRIO

12 princípios da animação – Conjunto de regras criadas nos estúdios Disney no início do século XX para desenvolver tecnicamente as animações lá produzidas. Essas regras continuam sendo empregadas pelos animadores nos dias atuais. Ver o verbete Apelo.

Acetato – Película plástica transparente sobre a qual eram decalcados e coloridos os personagens, ou partes do personagem, fotograma por fotograma. A transparência permitia manter o cenário estático por trás do personagem.

Animação tradicional – A técnica de produção analógica de desenhos animados, na qual os personagens são desenhados em papel, decalcados ou fotocopiados para folhas de acetato e coloridos fotograma por fotograma. A animação tradicional tinha ainda duas categorias, a plena e a limitada. Animação limitada é normalmente usada em produções para a TV, nas quais os personagens têm suas partes do corpo segmentadas para mover apenas o estritamente necessário. Animação plena é normalmente utilizada em filmes de cinema, cujos orçamentos são maiores. Nessa técnica todo o corpo do personagem é redesenhado a cada fotograma, dando mais fluidez ao movimento.

Apelo – Um dos 12 princípios da animação, desenvolvidos pelos primeiros animadores da Walt Disney Animation e catalogados por Frank Thomas e Ollie Johnston no livro The Illusion of

Life. Apelo é descrito como aquilo que agrada ao olhar, com certo charme, design aprazível,

simplicidade, comunicabilidade e magnetismo. Deve ser utilizado para captar a atenção do espectador, e transmitir a personalidade do personagem, não só pelo seu design, mas também através do desenho gestual, que deve ser sempre claro e interessante. Os outros princípios são comprimir e esticar, antecipação, staging, ação straight ahead e pose-a-pose, follow through e

overlapping, aceleração e desaceleração, arcos, ação secundária, timing, exageração e desenho

volumétrico.

Computação gráfica – Também referida como animação 3D ou animação digital. Se trata da técnica de composição e animação de personagens e objetos dentro de um ambiente tridimensional virtual. Nesse processo, primeiro são esboçados os personagens/objetos de cena

em um desenho, depois é criado um modelo tridimensional. A ele são aplicados cor, textura e controles para poder ser animado.

Fotorrealismo – Fotorrealismo ou ultrarrealismo é a busca pela representação de imagem mais próxima possível do real, ou do registro fotográfico. É o tipo de realismo perseguido no filme

Final Fantasy. Não confundir com hiper-realismo, que seria a extrapolação do registro realista

para criar imagens de seres que não existem em nosso mundo, como o Incrível Hulk em Os

Vingadores (2012).

Full animation – Animação plena. Ver o verbete Animação tradicional.

Hino – uma canção forte que simboliza o filme como um todo e os temas que ele representa. Costuma ser uma música mais séria, que, às vezes, trata de questões complexas. Geralmente é apresentada logo no primeiro ato.

Modelagem – Parte do processo de criação de um personagem ou objeto em computação gráfica, no qual se esculpe um molde tridimensional do mesmo. Pode ser feita em argila ou outro material semelhante e posteriormente digitalizado em scanner 3D para um computador ou ser esculpido diretamente na máquina.

Momento “eu quero” – Momento referente a canção “eu quero”, muito comum em musicais clássicos da Disney, no qual o protagonista canta todas as suas aspirações e desejos que irão motivá-lo ao longo do filme.

Naturalismo – Representação que segue as leis do mundo físico (peso, volume, atrito, gravidade etc.), mas trabalha com seres, objetos e lugares não existentes no mundo real. Como exemplos podemos citar o Pato Donald, que respira tem peso e anda, mas se comporta como uma pessoa, não como um pato real. Carl Fredricksen e Russell de Up – Altas aventuras, tem formas estilizadas, mas eles se comportam como um idoso e uma criança, respetivamente, e suas ações são baseadas nas capacidades físicas de um idoso e de uma criança.

Personagem esférico ou redondo – ser fictício complexo com uma grande gama de características, se assemelha a pessoas reais, dada a sua personalidade intrincada. Um

contraponto ao personagem plano, que é muito simples e personifica uma sorte pequena de ideias.

Personagem plano – Ver personagem esférico.

Realismo – Busca pela representação fiel do real, podendo ser gradado em diferentes níveis.

Rendering, renderar, renderizar ou render – Ato de gerar o render, imagem em computação gráfica formada por pixels a partir do cálculo matemático de todas as variáveis, com todos os matizes e iluminação corretos, produto final com o qual é montado o filme.

Signo – O signo é uma representação de algo material ou abstrato. Constituído de um significante, a forma desse signo, e de um significado, o sentido ao qual atrelamos a essa forma. Os signos podem ser categorizados, como índices, ícones ou símbolos.

Significado – Conceito atrelado a um significante.

Significante – A forma do signo, a qual é passível de se atribuir um significado.

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