• Nenhum resultado encontrado

Anexos

Anexo I – Programa do Curso de Neuropediatria e Desenvolvimento: do diagnóstico à intervenção

Apêndices

Apêndice I - Grelha do objetivo específico, atividade, metodologia e indicadores de avaliação do estágio no CDC

4

1.I

NTRODUÇÃO

Este trabalho está inserido na Unidade Curricular Estágio com Relatório do oitavo Curso de Mestrado em Enfermagem na Área de Especialização em Enfermagem de Saúde Infantil e Pediatria. No decorrer desta Unidade Curricular realizei o estágio em Centro de Desenvolvimento da Criança (CDC), que tem como um dos seus objetivos específicos, conhecer o método de organização do centro, onde se prestam cuidados a crianças com perturbações do desenvolvimento e suas famílias.

Esta reflexão inicia-se pela justificação da realização desta atividade, para alcançar um dos objetivos gerais do Relatório de Estágio, que é o de desenvolver competências específicas inerentes ao Enfermeiro Especialista em Enfermagem de Saúde Infantil e Pediátrica (EESIP), em diferentes contextos de saúde infantil, tendo em conta os diferentes estádios de desenvolvimento. Segue-se a descrição da dinâmica de funcionamento e organização dos cuidados neste centro, fazendo referência sobretudo ao papel do EESIP. Este trabalho aprofunda as questões relacionadas com o desenvolvimento e com as perturbações do mesmo e ainda sobre a importância da intervenção do EESIP nesta área, nomeadamente no rastreio, encaminhamento e avaliação destas crianças e sua família. Esta reflexão, constitui a forma de avaliar o primeiro objetivo específico, determinado para este campo de estágio, em contexto de CDC. Por último, faço a descrição dos contributos desta reflexão para a aquisição das competências de EESIP.

2.J

USTIFICAÇÃO DAS

A

TIVIDADES

Um dos objetivos específicos delineados para este estágio é o de conhecer o método de organização dos cuidados no CDC, e para tal defini atividades para o alcançar, nomeadamente uma reunião como o orientador clínico, no sentido de conhecer a dinâmica e funcionamento do CDC, a área de abrangência, caracterização da população assistida, a articulação com outros serviços/instituições, programas de enfermagem e ainda as conceções e modelos orientadores das práticas. A apresentação do presente projeto de estágio ao orientador clínico de forma a avaliar a sua exequibilidade e necessidade de ajustes, a consulta de protocolos, normas e projetos existentes no âmbito do CDC. Pude também realizar a observação da dinâmica do CDC, durante o atendimento

5

aos clientes, e tive a possibilidade de frequentar um curso de neuropediatria e desenvolvimento, promovido pelo CDC e com a duração de três dias (Anexo I). Utilizei uma metodologia de observação participativa nas consultas de enfermagem realizadas no centro, tanto as de acompanhamento de crianças com espinha bífida, como a de follow-

up de neonatologia.

Como recursos facilitadores para alcançar o objetivo delineado, utilizei os protocolos, norma e projetos institucionais relativos ao CDC.

Para alcançar o objetivo definido, através das atividades mencionadas determinei utilizar como indicador de avaliação, uma reflexão sobre o método de organização dos cuidados e as conceções orientadoras das práticas no CDC, tal como se apresenta esquematizado no Apêndice I. A opção por uma reflexão para alcançar este objetivo, baseou-se na premissa que o seu intuito é melhorar a prática clínica dos enfermeiros, constituindo-se uma ferramenta útil de formação e aprendizagem e subsequentemente traduz-se no aperfeiçoamento dos cuidados ao cliente (Cooney, 1999). O Enfermeiro Especialista tem a responsabilidade profissional, ética e legal de melhoria contínua da qualidade e de desenvolver aprendizagem profissional, através do desenvolvimento de uma prática reflexiva constante (Regulamento n.º 422/2018, de 12 de julho de 2018).

3.R

EFLEXÃO SOBRE O MÉTODO DE ORGANIZAÇÃO DOS CUIDADOS E AS CONCEÇÕES ORIENTADORAS DAS PRÁTICAS NO

C

ENTRO DE

D

ESENVOLVIMENTO DA

C

RIANÇA

De modo a compreender melhor os aspetos do desenvolvimento infantil, torna-se necessário uma abordagem mais abrangente desta questão, nomeadamente aspetos gerais, definição, características e as perspetivas teóricas. Por forma a identificar, reconhecer perturbações do desenvolvimento o EESIP tem de conhecer como se processa o desenvolvimento infantil para mais rapidamente poder rastrear possíveis alterações, pois o desenvolvimento humano é complexo, vitalício, está dependente da história e do contexto da pessoa, é multidimensional e multidirecional e é flexível (Papália, Olds, &Feldman, 2001). É um processo complexo neuromaturacional que ocorre entre o nascimento e a idade adulta e que tem com finalidade a aquisição de autonomia (Castelo & Fernandes, 2009). O rastreio em desenvolvimento infantil é um trabalho sistemático com o objetivo de verificar se a criança está a desenvolver-se dentro dos padrões normais para a sua idade (Bellman et al., 2003). Nem todas as crianças atingem na mesma idade

6

o mesmo estádio de desenvolvimento, cada criança é única, este processa-se em velocidades diferentes no decurso do ciclo de vida, de uma forma sequencial, ordenada, contínua previsível, e de forma simétrica (DGS, 2013). O crescimento e o comportamento infantil são categorizados em grupos etários e em estádios de desenvolvimento. São seis os grupos etários, Recém-Nascido (primeiros vinte e oito dias de vida), Lactente (de um mês a doze meses), Todler (um a três anos), Pré-Escolar (três a seis anos), Escolar (seis a doze anos) e Adolescente (mais de doze anos) (Hockenberry, Wilson & Wong, 2014). Existem oito períodos do ciclo de vida, aceites socialmente por forma a descrever as características associadas à maioria das crianças de períodos em que surgem nítidas alterações de desenvolvimento, que são aproximadas e servem para balizar determinados períodos da vida, nomeadamente, o período pré-natal, primeira infância (do nascimento até aos três anos), segunda infância (dos três aos seis anos), terceira infância (dos seis aos onze anos), adolescência (dos onze aos vinte), jovem adulto (dos vinte aos quarenta anos), meia-idade (quarenta aos sessenta e cinco) e terceira idade (a partir dos sessenta e cinco anos) que traduzem alterações em três principais aspetos no desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial. Não obstante as características individuais de cada criança, existem certas necessidades e certas tarefas de desenvolvimento que devem ser dominadas durante cada período para que o desenvolvimento normal possa acontecer (Papália et al., 2001).

Os aspetos do desenvolvimento são enquadrados por várias perspetivas teóricas, cada uma delas contribui para a compreensão do desenvolvimento humano, enfatizando diferentes aspetos do desenvolvimento, nomeadamente a psicanalítica, da aprendizagem,

humanista, cognitiva, etológica e contextual (Papália et al., 2001). A perspetiva psicanalítica, centra-se nas emoções e pulsões inconscientes que motivam o comportamento. Nesta perspetiva estão incluídas duas teorias, uma das quais a psicossexual de Freud, que considera que a personalidade é formada numa sequência de conflitos entre o impulso biológico inconsciente e as exigências da sociedade, numa sequência de fases de desenvolvimento psicossexual, e a gratificação muda da boca (fase oral) para o ânus (fase anal) e depois para os genitais (fase fálica) (Papália et al., 2001), (OE, 2015). A outra teoria é a do desenvolvimento psicossocial de Erickson que enfatiza as influencias da sociedade e não particularmente as biológicas no desenvolvimento da personalidade é influenciada pela sociedade e desenvolve-se através de uma série de oito crises ao longo do ciclo vital, que devem ser satisfatoriamente resolvidas para se alcançar um equilíbrio (Papália et al., 2001), (OE, 2015). Na perspetiva da aprendizagem, as mudanças no comportamento resultam da experiência ou adaptação ao meio ambiente,

Documentos relacionados