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Capítulo 3 – Dimensão Investigativa da Prática de Ensino Supervisionada

3.6. CONCLUSÃO DA INVESTIGAÇÃO

Em conformidade com Sousa e Baptista (2011), a conclusão é uma parte integrante e fulcral em qualquer projeto de investigação. É o culminar do processo de investigação que implica que se responda formalmente aos objetivos propostos inicialmente.

Assim sendo, atendendo aos dados acima recolhidos, é possível então concluir que na biblioteca do Colégio Fundação Alentejo, os livros encontravam-se em maior quantidade, em maior variedade e em melhor qualidade quando comparados com os livros da sala 06 e 09, onde um dos grupos de Creche e um dos grupos de Jardim de Infância, respetivamente, passavam maior parte do seu tempo. Para além disso, os livros que se encontravam na biblioteca eram sobretudo livros literários, que como vimos no capítulo 1 são os que mais apresentam benefícios para o desenvolvimento das crianças, e que contrastam com os livros essencialmente informativos que se encontravam nas salas.

Porém, é possível verificar que o acesso que as crianças tinham a estes livros da biblioteca, para além de ser bastante controlado, o que não permitia que as crianças explorassem livremente os livros, era também menor quando comparado com as salas acima referidas, onde os livros se encontravam sempre à disposição das crianças para exploração livre. Para além disso, o próprio acesso na biblioteca a esses livros não era o melhor se tivermos em conta as estantes de livros de grande altura que ai se encontravam, que não permitiam que as crianças tivessem fácil acesso aos livros que estavam acima da sua altura. Talvez por isso, tenha verificado através das minhas observações que as crianças tinham tendência para ir buscar os livros que estavam no bloco de madeira para realizarem as suas explorações, visto que ai tinham fácil acesso. Em contrapartida, estes livros tinham também uma menor qualidade face aos que estavam nas estantes da biblioteca.

Apesar disto, conforme foi possível apurar nas entrevistas, ambas as educadoras tinham o hábito de levar as crianças à biblioteca ou então levar os livros que estavam na biblioteca para a sala de atividades, o que tornava frequentemente possível o contacto das crianças com livros não só de literatura como também com livros de uma maior qualidade e variedade.

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É possível também constatar que as próprias educadoras tinham noção que as suas explorações eram mais facilitadas quando realizadas com um livro da biblioteca do Colégio Fundação Alentejo, e que as crianças ficavam mais entusiasmadas com esses mesmos livros; o que também me pareceu, tendo em conta as observações que realizei, visto que as crianças tendiam a trocar constantemente de livros quando os exploravam na biblioteca, o que creio que se justificasse pelo facto de aí existir uma grande quantidade de livros de literatura infantil, que consequentemente entusiasmava as crianças a querer ver muitos. Também com estes livros, as explorações das crianças pareciam ser mais benéficas para elas ao nível da aquisição de competências de leitura, visto que ao contactarem com estes livros as crianças tinham a tendência para os explorar “lendo” para outras crianças, quer fossem leituras icónicas ou leituras que tinham por base aquilo que as crianças se lembravam da história original. No fundo, o tipo de livros da biblioteca parecia diferenciar-se do tipo de livros das salas não só no contacto como também na procura/preferência das crianças e das próprias educadoras.

Neste sentido, também as educadoras deixaram bem claro nas entrevistas as diferenças que existiam entre a biblioteca e as salas relativamente aos livros que ai se encontravam, apontando como diferenças, para além das diferenças que eu própria referi nas linhas iniciais desta conclusão, o facto de os livros da biblioteca serem novos e se encontrarem em melhor estado. Isto acontecia porque, como afirmaram as educadoras, as crianças tendiam a estragar os livros que estavam ao seu dispor, como era o caso dos livros das salas de atividades, daí que lhes fosse exigido um maior controlo e atenção quando as crianças exploravam os livros da biblioteca.

Em vista disso, as educadoras mencionaram indiretamente o seu desagrado ao acrescentarem que: “Gostava de ter outros livros na sala” – educadora Maria João Pimenta e “Talvez não seja o ideal, mas é o possível” – educadora Ana Arimateia, ao referirem-se aos livros das suas salas, que apesar de tudo, no caso da sala de Jardim de Infância apresentavam-se como um recurso útil no que se refere ao apoio a trabalhos de projeto. Também a avaliação que cada uma das educadoras efetuou com recurso às escalas ITERS – educadora Maria João Pimenta e ECERS – educadora Ana Arimateia, demostrou que realmente era necessário melhorar a literatura presente nas respetivas salas. Ao encontro disto, observei que as crianças de ambas as salas tinham tendência para trazerem livros de casa frequentemente, o que podia querer indicar que os livros a que tinham acesso no seu dia a dia na instituição, não satisfaziam as suas necessidades e interesses.

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Assim, foi no fundo necessário encontrar formas que permitissem que as crianças das salas 06 – Creche e 09 – Jardim de Infância tivessem acesso a livros literários de qualidade. O próximo capítulo tornará evidente todo o trabalho realizado para que fosse possível atingir então este grande objetivo.

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Capítulo 4 – A Intervenção como