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Lançando um olhar retrospectivo sobre a Prática Supervisionada no 1º Ciclo do Ensino Básico, descrita neste Relatório de Estágio, consideramos que se verifica um processo de aprendizagem, progressivamente construído, com a colaboração, inestimável, de todos os intervenientes que, de alguma forma, connosco participaram e percorreram este caminho.

Para além da Educação Pré-Escolar, nível de ensino onde exercemos a docência e que melhor conhecemos, temos hoje uma visão mais abrangente do modo como se estrutura o Ciclo seguinte, em termos de organização curricular e desenvolvimento de conteúdos, o que nos permite compreender a importância da efectiva continuidade entre Ciclos e o papel preponderante do professor para a sua concretização.

O desenvolvimento da Prática Supervisionada, incluindo uma investigação sobre a acção, permitiu-nos, também, a consciencialização da importância de uma atitude de questionamento constante por parte do professor, no sentido de melhorar a sua prática, fundamentando e justificando as opções tomadas. Reconhecemos que a nossa experiência profissional na Educação Pré-Escolar, nos permitiu observar e agir de forma mais reflexiva, estabelecendo pontes entre a nossa acção no Jardim de Infância e a sua repercussão nas capacidades e atitudes dos alunos, no 1º Ciclo do Ensino Básico, no sentido de proporcionar mais e melhores aprendizagens, promovendo o sucesso educativo.

Deparámo-nos, ao longo deste percurso, com dificuldades e limitações, decorrentes, em larga medida, da necessidade de gerir o tempo, de modo a não descurar o nosso trabalho diário, no Jardim de Infância, coordenando-o com a Prática Supervisionada no 1º Ciclo do Ensino Básico

e as aulas de outras Unidades Curriculares. Se, por um lado, foi um semestre de trabalho e esforço intensos, reconhecemos, por outro, que teria sido benéfico se pudéssemos dispor de mais algum tempo de Prática Supervisionada, pois quando sentimos que estávamos a desenvolver uma acção válida e a fazer projectos de actividades com a confiança e a segurança que, no início, nos faltavam, estávamos já no final do estágio.

A partilha de experiências e pontos de vista, assim como a reflexão sobre o decorrer das aulas, que fomos partilhando com a Professora Cooperante, revelaram-se como momentos excepcionais de aprendizagem, levando-nos a tentar corrigir os aspectos menos bem conseguidos da nossa planificação e execução. O facto de a Prática Supervisionada se organizar em grupos, Pares Pedagógicos, é, também um aspecto positivo, pelo apoio e colaboração que conseguimos, no nosso caso concreto, experimentar ao longo do trabalho que desenvolvemos.

Consideramos que a Prática Supervisionada se reveste de uma importância capital na formação de futuros professores mas tendemos a encará-la como sendo, apenas, o início de um processo de formação que não estará nunca concluído nem completo. Caberá aos profissionais procurar desenvolver e aprofundar os seus conhecimentos, numa perspectiva de aprendizagem constante.

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