A ideia para este projeto surgiu a partir de experiência pessoal da autora, bem como de pessoas próximas. Identificou-se a necessidade de desmistificar o vegetarianismo e informações errôneas sobre a insuficiência nutricional deste tipo de alimentação, que muitas vezes causam medo e impedem que simpatizantes da causa deem o primeiro passo em direção a uma dieta livre de carnes.
O projeto buscou abordar um método centrado no ser humano para obter um resultado satisfatório para seu público alvo. Para isto, uma união entre a metodologia de Garret e o framework ICH se fez essencial para um obter projeto consistente - enquanto a primeira divide o trabalho em etapas menores para que as resoluções dos problemas se tornem mais claras, as iterações do framework guiaram o trabalho para que este fosse ágil e eficaz, ambas priorizando o usuário.
O contato próximo com os usuários, tanto nas entrevistas quanto nos testes de usabilidade realizados, foram fundamentais para obtenção dos resultados aqui apresentados visto que guiaram e alteraram algumas visões sobre tema, bem como identificaram possíveis problemas que prejudicariam a experiência do usuário ao interagir com o aplicativo.
Quanto ao futuro do projeto, pretende-se buscar uma forma de implementação do aplicativo para dispositivos iOS e, consequentemente, sua comercialização. Para isto, se vê necessária a participação ativa de nutricionistas para que as informações repassadas ao usuário sejam íntegras e de confiança. Também para o futuro, observa-se a oportunidade de consultorias nutricionista-paciente em uma versão paga do App. Quanto ao ponto de vista técnico, o projeto foi apresentado a um desenvolvedor que disse não encontrar desafios na implementação, visto que grande parte dos elementos fazem parte dos nativos do iOS, demandando apenas algumas customizações. Neste cenário, torna-se necessária a adaptação da interface para dispositivos Android, bem como estruturação de projetos e estratégias de design em outras frentes relativas à aplicação, como branding.
REFERÊNCIAS
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução de Diretoria
Colegiada, 269. Brasil, 2005. 6 p. Disponível em http://portal.anvisa.gov.br Acessado em 15
out 2019
APP ANNIE. State of Mobile 2019. Disponível em: https://www.appannie.com/. Acesso em: 31 mar. 2019.
BAENA, Renato Corrêa. Dieta Vegetariana: Riscos e Benefícios. Nutrição, Saúde e Atividade Física: subtítulo da revista, São Paulo, v. 1, n. 1, p. 56-64, mar./2019.
CARDOSO, G. C.; MARTINS, I. L.; GONÇALVES, B. S. O Design Centrado no Usuário Integrado ao Desenvolvimento Ágil de Software. In: CONFERÊNCIA INTERNACIONAL DE INTEGRAÇÃO DO DESIGN, ENGENHARIA E GESTÃO PARA A INOVAÇÃO, 2., 2012, Florianópolis. Anais... Florianópolis, 2012.
COOPER, Alan et al. About Face: The Essentials of Interaction Design. 4. ed. Indianapolis: John Wiley & Sons, 2014.
FEIJÓ, V.c.; GONÇALVEZ, B.s.; GOMEZ, L.s.r.. Heurística para Avaliação de Usabilidade
em Interfaces de Aplicativos Smartphones: Utilidade, Produtividade e Imersão. Design &
Tecnologia, Rio Grande do Sul, 2013.
GARRET, Jesse James. The Elements of User Experience: User centered design for the web and beyond. Berkeley: New Riders, 2011.
HELLER, Eva; Psicologia das Cores: Como as Cores Afetam a Emoção e a Razão. 1. ed. São Paulo: GG, 2007.
KALBACH, Jim. Mapeamento de Experiências. Ed. Alta Books: Rio de Janeiro, 2017. NIELSEN. Brasileiros com Internet no Smartphone já são mais de 70 milhões. 2005. Disponível em www.nielsen.com Acesso em: 9 mar. 2019
NIELSEN. Brasileiros estão cada vez mais sustentáveis e conscientes. Disponível em: https://www.nielsen.com/. Acesso em: 9 mar. 2019.
PADOVANI, Stephania. Usabilidade de Sistemas de Navegação em Hipermídia. Conahpa, São Paulo, 2008.
PAZMINO, Ana Veronica. Como se Cria: 40 Métodos para Design de Produto. São Paulo: Blucher, 2015.
SCHLATTER, Tania; LEVINSON, Deborah. Visual Usability: Principles and Practices for
SCHUCK, Cynthia. Impactos da Pecuária no Brasil e no Mundo. São Paulo: Sociedade Vegetariana Brasileira, 2018.
SCHUCK, Cynthia; RIBEIRO, Raquel. Comendo o Planeta: Impactos Ambientais da Criação e Consumo de Animais. 3. ed. São Paulo: Sociedade Vegetariana Brasileira, 2018. p. 3-67. UNGER, Russ; CHANDLER, Carolyn. O guia para projetar UX: a experiência do usuário (UX) para projetistas de conteúdo digital, aplicações e web sites. Rio de Janeiro: Alta Books, 2009
TEIXEIRA, Fabrício. Introdução e Boas Práticas em UX Design. Editora Casa do Código,
2014.
WILLIAMSOM, Duncam. Appetite for Destruction. WWF, England, 2018. Disponível em: https://www.wwf.org.uk/. Acesso em: 18 mar. 2019.
APÊNDICE A – Roteiro das Entrevistas
Grupo 1
Sobre dados demográficos gerais 1.1 Qual a sua idade?
1.2 Qual a sua profissão/área de atuação?
Sobre a relação das pessoas com o vegetarianismo 2.1 Você pretende se tornar vegetariano? Por que? 2.2 Qual sua motivação para aderir a dieta vegetariana?
2.3 Quais as maiores dificuldades que você encontra para seguir esse tipo de dieta?
Sobre a relação das pessoas com a tecnologia
3.1 Quanto tempo por dia costuma utilizar o celular? 3.2 Quais aplicativos usa?
3.3 Na área de alimentação utiliza algum aplicativo? Quais? pontos positivos e negativos
3.4 O que gostaria de ver em um aplicativo relacionado ao tema?
3.5 Como um aplicativo poderia apoiar a transição para alimentação vegetariana? 3.6 Você utilizaria um aplicativo que te guiaria no período inicial do vegetarianismo?
Grupo 2 - Vegetarianos
Sobre dados demográficos gerais 1.1 Qual sua idade?
1.2 Qual sua profissão/área de atuação?
Sobre a relação das pessoas com o vegetarianismo 2.1 Você é vegetariano ou vegano?
2.2 Há quanto tempo?
2.3 Quais foram as motivações que te levaram a aderir a dieta vegetariana?
2.5 Quais as maiores dificuldades encontradas atualmente?
Sobre a relação das pessoas com a tecnologia
3.1 Quanto tempo por dia costuma utilizar o celular? 3.2 Quais aplicativos usa?
3.3 Você costuma utilizar aplicativos relacionados ao vegetarianismo? 3.4 Quais utiliza e por quê?
3.5 O que gosta e o que não gosta nesses aplicativos?
3.5 O que falta/gostaria de encontrar nos aplicativos sobre vegetarianismo? 3.6 Como um aplicativo poderia apoiar a transição para alimentação vegetariana? 3.7 Você utilizaria um aplicativo que te guiaria no período inicial do vegetarianismo?
Grupo 2 - Nutricionistas
Sobre dados demográficos gerais 1.1 Qual sua idade?
1.2 Qual sua profissão/área de atuação?
Sobre a relação das pessoas com o vegetarianismo
2.1 Você é vegetariano/vegano? Se sim, há quanto tempo?
2.2 Qual é a maior dificuldade encontrada pelas pessoas ao iniciar uma dieta vegetariana?
2.3 Quais os maiores mitos sobre o vegetarianismo?
2.4 Quais os cuidados que alguém que deseja seguir esse tipo de dieta deve tomar? 2.5 Em questões de saúde/nutricionais, quais os principais benefícios do vegetarianismo?
2.6 E quais os possíveis malefícios?
Sobre a relação das pessoas com a tecnologia
3.1 Quanto tempo por dia costuma utilizar o celular? 3.2 Quais aplicativos usa?
3.3 Na área de alimentação utiliza algum aplicativo? Quais? pontos positivos e negativos
3.5 O que gostaria de ver em um aplicativo relacionado ao vegetarianismo? 3.6 Como um aplicativo poderia apoiar a transição para alimentação vegetariana?
ANEXO A – Resultados da ferramenta MATch
Pontuação Características que os aplicativos para celular touchscreen quase sempre ou sempre possuem...
Até 30 Usabilidade muito baixa
Somente iniciam as tarefas ao comando do usuário, evidenciam a necessidade de inserção de dados, possuem botões e links com área clicável do tamanho dos mesmos, evitam abreviaturas, além disso, são consistentes, utilizam o mesmo idioma em seus textos, apresentam os links de forma consistente entre as telas e funções semelhantes de forma similar.
30-40 Usabilidade baixa
Além de possuir as características do nível anterior, fornecem um update do status para operações mais lentas por meio de mensagens claras e concisas, mantêm o mesmo título para telas com o mesmo tipo de conteúdo, utilizam títulos de telas que descrevem adequadamente seu conteúdo, exibem apenas informações relacionadas a tarefa que esta sendo realizada, apresentam ícones e informações textuais de forma padronizada com contraste suficiente em relação ao plano de fundo, e imagens com cor e detalhamento favoráveis a leitura em uma tela pequena, possuem navegação consistente entre suas telas,
permitem retornar a tela anterior a qualquer momento, mantêm controles que realizam a mesma função em posições semelhantes na tela, permitem que as funções mais utilizadas sejam facilmente acessadas e possuem botões com tamanho adequado ao clique.
40-50 Usabilidade razoável
Além de possuir as características dos níveis anteriores, dispõem as informações em uma ordem lógica e natural, apresentam as mensagens mais importantes na posição padrão dos aplicativos para a plataforma, oferecem uma navegação intuitiva e um menu esteticamente simples e claro, contêm títulos e rótulos curtos, possuem fontes, espaçamento entrelinhas e alinhamento que favorecem a leitura, realçam conteúdos mais importantes, possuem tarefas simples de serem executadas que deixam claro qual seu próximo passo, oferecem feeedback imediato e adequado sobre seu status a cada ação do usuário, evidenciam que controles e botões são clicáveis, distinguem claramente os
invés de botões, com significados compreensíveis e intuitivos e não apresentam problemas durante a interação (trava, botões que não funcionam no primeiro clique, etc).
50-60 Usabilidade alta
Além de possuir as características dos níveis anteriores, exibem pequenas quantidades de informação em cada tela, mantêm acessíveis menus e funções comuns do aplicativo em todas as telas, evidenciam o número de passos necessários para a realização de uma tarefa,
permitem que o usuário cancele uma ação em progresso, possuem navegação de acordo com os padrões da plataforma a que se destinam e possibilitam fácil acesso de mais de um usuário no caso de aplicativos associados a cadastro de login.
Acima de 60 Usabilidade muito alta
Tem ainda maior probabilidade, que os níveis anteriores, de possuir todas as características descritas acima, possuindo um alto nível de usabilidade.