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Fundado nos estudos realizados no presente trabalho, chegamos à conclusão de que a exceção contida no dispositivo de dispensa de licitação por emergência ou calamidade pública é de extrema importância para a prestação célere, por parte da Administração Pública, no atendimento à população em situações excepcionais, as quais trazem riscos aos bens e até mesmo à vida das pessoas.

Logo, considera-se que o processo licitatório em si é um procedimento pelo qual se busca a contratação mais vantajosa para a Administração Pública. Além do mais, gera, necessariamente, um controle sobre os gastos públicos, ou seja, exerce claramente um controle dos recursos públicos.

Desta maneira, por seu turno, este dispositivo de dispensa de licitação, embora seja uma exceção à regra de licitar, não pode ser encarado pelo administrador público como uma ferramenta de legitimação de seus atos discricionários, fundada pela mera vontade, ou seja, contratações sem critérios objetivos que as norteiam.

Isto posto, infelizmente, tem-se que em diversos casos podem ser constatadas a aplicação indevida da dispensa da licitação e contratações sem o mínimo de regramento, conforme constou neste trabalho. Assim, depreende-se que, em alguns casos se trata apenas de falta de técnica administrativa; porém, pode-se entender que em outros casos o dispositivo é utilizado para atender a interesses particulares em detrimento do interesse público.

Portanto, o presente estudo traz à tona a necessidade da observação da moralidade na Administração Pública. Mesmo que tenha havido como foco o estudo da dispensa de licitação por emergência ou calamidade pública, a moralidade precisa estar presente em toda a Administração Pública, em todos os seus atos. Pois, se assim não o for, sempre se estará noticiando casos de corrupção, de má gestão de recursos públicos, quando se conseguir achar uma lacuna legal.

Por conseguinte, não se quer esgotar um tema tão complexo quanto a moralidade, tendo em vista sua amplitude em todas as esferas do Direito, não apenas em tema de Direito Administrativo.

Por fim, esta temática ganha relevância, mais do que nunca, haja vista recorrentes notícias de ilegalidade no processo licitatório, pelo pais, em virtude da atual cenário do Covid- 19, ao possibilitar a realização de contratos de contratação direta fundados na exceção da regra geral. Assim, cabe aos estudantes de Direito, inicialmente, conhecer as fragilidades legais e

morais que infelizmente corroem as riquezas deste país, para agir em prol de um Brasil melhor, no que tange a fiscalização da utilização dos recursos públicos.

REFERÊNCIAS

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