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A partir dos critérios utilizados e do estudo de viabilidade, a análise do investimento realizada para a implantação de uma Central de Geração Fotovoltaica para abastecimento elétrico do posto de combustível em Bom Jesus da Lapa, no estado da Bahia, se mostrou viável e atrativa, com VPL positivo, de R$25.223,88 (vinte e cinco mil duzentos e vinte e três reais e oitenta e oito centavos) e TIR de 15,01% superior à TMA considerada. O payback foi estimado em 16 anos e 8 meses, enquanto o tempo de vida útil do projeto é de 25 anos.

A viabilidade demonstrada neste trabalho, a partir do estudo de caso, e os resultados favoráveis encontrados, levantam o interesse sobre como investimentos similares pode ser aplicado a outros contextos. Nos casos de postos de combustíveis, em especial na região nordeste, o ganho decorrente da implementação de um sistema de geração distribuída a partir da geração fotovoltaica é quase sempre verificado, dadas as condições de irradiação e consumo. Não obstante, postos em localidades mais remotas, que frequentemente se deparam com ineficiências do abastecimento podem contar com uma central confiável, podendo colaborar com a segurança do suprimento de residências próximas, uma vez que haja excedente e estas estejam conectadas à rede elétrica.

O benefício e utilidade das centrais fotovoltaicas para postos de combustíveis se mostram especialmente atrativos devido a própria disposição física comum desse tipo de empreendimento, que conta com uma ampla cobertura, favorece a instalação dos módulos. Além disso, necessidade de diversificar a complementariedade da oferta elétrica nacional já é uma realidade indiscutível no cenário atual, no qual existem crises que afetam o suprimento e, portanto, os preços ao consumidor final. A economia que um projeto de geração descentralizada proporciona, associado à incerteza de preços, é fator determinante na escolha do investimento, visto que o aumento esperado na tarifa deixará de ser percebido pelo consumidor, que irá gerar sua própria energia

A geração distribuída alia os interesses nacionais de expansão limpa das fontes energéticas, demonstrada através da postura incentivadora do governo, aos interesses individuais que, de maneira geral, visam a proteção às variações de preço, muitas vezes inesperadas. As regulamentações vigentes avalizam o crescimento da autoprodução de energia, com a principal

vantagem da existência do sistema de compensação que permite o acúmulo de créditos para meses de maior consumo e/ou menor produção.

A união dos diferentes interesses presentes na sociedade promove a expansão de fontes limpas, um benefício indiscutível ao meio ambiente, em decorrência da redução das emissões de gases estufa. Não obstante, a economia proporcionada ao consumidor, quando verificada a viabilidade do projeto, contradiz a tendência de redução do consumo energético, podendo gerar maior desenvolvimento do setor sem comprometer o meio ambiente.

A redução dos preços dos equipamentos de projetos fotovoltaicos também favorece a execução dos projetos, evidenciando a potencialidade da redução do valor pago pela fatura de energia a partir do investimento em uma central descentralizada.

Investimentos em energia fotovoltaica distribuída em postos de combustíveis no Nordeste, por terem condições e instalações similares, apresentam maior possibilidade de viabilidade, assim como este projeto, e merecem atenção pública e privada para os benefícios apresentados. Para outros tipos de empreendimento e/ou em outras localidades, no entanto, é sugerida a promoção de novas pesquisas que comprovem a eficiência, dadas as informações de perfil de consumo e irradiação solar.

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