• Nenhum resultado encontrado

É fundamental a abordagem de repensar os espaços dentro da universidade, pois com todos os avanços tecnológicos, cada vez se torna mais necessário à inovação dentro e fora das salas de aula. O novo cenário educacional indica a necessidade de mudanças que venham a ser estimulantes para todos os stakeholders envolvidos no processo de aprendizagem. De acordo com (Libedinsky, 2001, 2011) a inovação educativa pode ser classificada em institucional, curricular e didática. No presente caso, da proposta de um espaço de educação criativa para o ensino de administração cocriado a partir dos diferentes stakeholders do ambiente acadêmico universitário gera uma inovação educativa institucional que proporciona a inovação educativa didática.

A função da universidade é preparar as pessoas para o mercado cada vez mais exigente e verificar as possíveis falhas existentes no processo de educação clássico, inovando no processo de educação visando o mundo atual. É fato que a forma de educar está mudando e os espaços de salas de aula também. Estas mudanças atualmente são mais observadas no ensino fundamental e médio onde adotam certos tidos de metodologias que visam estimular a criatividade dos alunos, enquanto que a universidade tem se mantido na versão clássica, em sua maioria.

Este trabalho mesclou a aplicação da metodologia de cocriação de valor proposta por Prahalad e Rasmawany (2004) com a metodologia de Focus Group e, o valor criado, indicou que uma sala de aula como espaço criativo de educação deve ter semelhança com a forma organizacional das empresas modernas e dos espaços baseado em filosofia de coworking. Disto podemos advir que a universidade no seu modelo tradicional de estrutura de espaços de educação ficou para trás nesta tendência de mercado, correndo o risco de perder sua

funcionalidade enquanto preparadora de profissionais para um mercado cuja base competitiva está no pensamento criativo e na inovação. Além disso, o experimento realizado comprova que a técnica de Focus Group se adapta a formalização de processos de cocriação de valor presenciais, e pode ser usada para aplicar os passos indicados por Prahalad e Ramaswany (2004).

Os espaços de educação criativa passam a estimular a criatividade dos alunos e de todos os atores envolvidos, provocando mudanças que vem a acrescentar muito na formação acadêmica e profissional tanto do aluno como dos demais stakeholders, preparando-o para o mercado de trabalho atual.

Diante de toda essa problemática dos espaços clássicos versus criativos de educação foi utilizado o método de focus group para analisar e elencar alguns fatores que possam contribuir para a criação de espaço criativo de educação. O resultado identificou elementos que foram citados por todos que participaram da pesquisa como importantes para a criação desses espaços, pois apesar do focus group, não buscar consenso, no geral, maioria dos pontos discutidos tiveram posicionamentos bem parecidos e seguiu a tendência observada na revisão de literatura. Liburd e Hjalager (2010) afirmam que a educação precisa sair desse modelo tradicional e alcançar um modelo de inovação, atendendo a necessidade do mercado, indo além das paredes da universidade e desse modo estimulando a criatividade de todos os envolvidos no processo de cocriação de valor dentro e fora da universidade.

O grupo de participantes mostrou consenso quanto ao desejo de produzir aulas mais interativas e ativas, bem como, a quanto consideram desestimulante a sala de aula clássica, tendo salientado que inclusive pode estar atuando sobre a evasão escolar, pois os jovens atualmente buscam por ambientes mais estimulantes. O conceito de espaço criativo de educação ficou associado à sua flexibilidade, capacidade de proporcionar interação interna e externa, uso de tecnologias e de elementos funcionais e estruturas, bem como mobílias de uso

coletivo e não individualista. A funcionalidade das paredes e mesas como louças é um destaque para todos os grupos.

Assim, considerando estes resultados, a maioria das salas de aula está com um modelo ultrapassado de ensino o que pode estar atrapalhando o desenvolvimento da criatividade de todos envolvidos, alunos e professores. E, apesar de não objetivo deste trabalho, pode-se observar que os elementos indicados para os espaços criativos de educação, não possuem um custo muito acima do que já é praticado hoje nos espaços tradicionais. O que muda são os formatos de estruturas individualistas para coletivas, de ambientes insípidos e sem personalidade, para ambientes aconchegantes, estimulantes e personalizáveis.

Enfim, pode-se considerar que o resultado do Focus Group criou um modelo de espaço criativo de educação bem parecido com o modelo de espaços de coworking o que mostra uma total contradição com o atual espaço utilizado, de mesas individuais, espaços fechados sem elementos decorativos ou de ócio, nem áreas funcionais. Segundo os resultados deste trabalho, se a universidade deseja manter seu papel de líder na educação empreendedora, inovadora e preparatória para o mercado, necessita urgentemente reavaliar suas estruturas físicas e adapta-las, trazendo a visão empresarial e da sociedade para dentro do modelo universitário, não somente no seu discurso ou prática, mas na sua estrutura mais básica: a sala de aula.

REFERÊNCIAS

ALONSO MONREAL, C. Qué es la creatividad. Madrid: Biblioteca Nueva. 2000. AMABILE, T.A. Creativity in context. Boulder, CO: Westview Press. 1996.

BARBIERI, J. C. Organizações inovadoras sustentáveis. In: BARBIERI, J. C; SIMANTOB, M. Organizações inovadoras sustentáveis: uma reflexão sobre o futuro das organizações. São Paulo, Atlas, 2007

BERNAL VÁZQUEZ, J. La Creatividad en la clase de Música.: “hacer y expresar música en la escuela”, en Comprender y Evaluar la Creatividad. Un recurso para mejorar la calidad de la enseñanza. Aljibe. Málaga, Vol. I (415 - 425), 2006.

BORYS, B.; JEMINSON, D. B. Hybrid arrangements as strategic alliances: theoretical issues in organizational combinations. Academy of Management Review, v. 14, n.2, p. 234-49, 1989.

CHIM-MIKI, Adriana Fumi; GÂNDARA, José Manoel; BATISTA-CANINO, Rosa Maria. Collaborative network organizations as platform for value co-creation in tourism destinations: an analysis of Foz do Iguaçu, Brazil. International Journal of Tourism Policy, v. 7, n. 1, p. 42-57, 2017.

ELLISON, Nicole B.; STEINFIELD, Charles; LAMPE, Cliff. The benefits of Facebook “friends:” Social capital and college students’ use of online social network sites. Journal of

Computer‐Mediated Communication, v. 12, n. 4, p. 1143-1168, 2007.

FROW, Pennie; PAYENE, Adrian; STORBACKA, Kay. Co-creation: a typology and Conceptual FRAMEWORK. Proceedings of anzmac 2011, Perth, p.1-6, 2011.

GODOI, C. K.; COELHO, A. L. D. A. L.; SERRANO, A. Elementos epistemológicos e metodológicos da Análise Sociológica do Discurso: Abrindo possibilidades para os estudos organizacionais. Organizações & Sociedade, 21(70), 509-535, 2015.

GOEDHUYS, M.; VEUGELERS, R. Innovation strategies, process and product

innovations and growth: firm-level evidence from Brazil. Structural Change and Economic

GONZÁLEZ QUITIAN, C. Creatividad en el escenario educativo colombiano. Pedagogía y

currículum, 2006. Acesso em: 25 de julho de 2018. Disponível em: <http://educacion.jalisco.gob.mx/consulta/educar/10/10carlos.html>.

GRÖNROOS, Christian; RAVALD, Annika. Service as Business Logic: Implications for Value Creation and Marketing. Journal of Service Management, v. 22, n. 1, p. 5-22, 2011.

GRÖNROOS, Christian. The relationship marketing process: communication, interaction, dialogue, value. Journal of Business & Industrial Marketing, 19, 2, 99-11, 2004.

GUTIÉRREZ, A. Reflexiones sobre la enseñanza de la geometría en los niveles de primaria y secundaria, en P. Perry (Ed.), Memorias del 20º Encuentro de Geometría y sus

Aplicaciones (pp. 3-14). Bogotá, Colombia: Universidad Pedagógica Nacional. 2011.

HAMEL, G.; PRAHALAD, C. K. Competindo pelo Futuro: estratégias inovadoras para obter o controle do seu setor e criar os mercados de amanhã. Rio de Janeiro: Campus: 2002.

HAVELOCK, R. G.; HUBERMAN, A. M. Solving educational problems: the theory and

reality of innovation in developing countries. Suíça: UNESCO, 1977.

KAPLAN, A. M.; HAENLEIN, M. Users of the world, unite!. The challenges and opportunities of Social Media. Business Horizons 53.

LEMOS, Cristina. Inovação na era do conhecimento. In: LASTRES, Helena M. M.; ALBAGLI, Sarita (Org.). Informação e globalização na era do conhecimento. Rio de Janeiro: Campus, 1999. cap. 5, p. 122-144.

LIBEDINSKY, Marta. La innovación en la enseñanza. Diseño y documentación de experiencias de aula. Buenos Aires: Paidós. 2001

LIBEDINSKY, Marta. La innovación en la enseñanza. Diseño y documentación de experiencias de aula. Buenos Aires: Paidós. 2011.

LIBURD, J.; HJALAGER, A.M. Changing approaches towards open education, innovation and research in tourism. Journal of Hospitality and Tourism Management, 17, 12–20, 2010.

LOGAN, L. M.; LOGAN, V. G. Estrategias para una enseñanza creativa (A. Ramón García, trad.). Barcelona: Oikos-Tau. (Obra original publicada en 1971), 1980.

LOI, D.; DILLON, P. Adaptive educational environments as creative spaces. Cambridge Journal of Education, 36(3), 363–381. 2006a.

MARÍN, R. Y S.; DE LA TORRE. Manual de la Creatividad. Vicens-Vives. Barcelona. 1991.

MEIRELLES, A. M., GONÇALVES, C. A., BERNARDES, P. Espaços da estratégia em

algumas perspectivas da teoria organizacional. In: Administração estratégica; múltiplos

enfoques para o sucesso empresarial.1 Ed. Belo Horizonte: Cepead / UFMG, 2001, v.1, p. 51- 72.

MERTON, R. K.; FISKE, M.; KENDALL, P. L. The focused interview: A manual of problems and procedures (2rd Ed.). New York: Free Press. 1990.

MINTZBERG, Henry; QUINN, James Brian. O processo da estratégia. 3º ed. Porto Alegre: Bookman. 2011.

MUNIZ JR, A. M.; O'GUINN, T. C. Brand Community. Journal of Consumer Reserach, v. 27, n. 4, p. 412-432, 2001.

NICKERSON, R. S. Statistical significance testing: Usefultool or bone-headedly misguided procedure? The debate continues. Journal of Mathematical Psychology, 43, 455-471, 2000.

NORMANN, R.; RAMIREZ, R. Da cadeia de valor à constelação de valor. In M. V. Rodrigues (Org.), Gestão estratégica (p. 53-82). Rio de Janeiro: Elsevier. 2005

OECD; EUROSTAT. Manual de Oslo: Diretrizes para coleta e interpretação de dados sobre inovação. 3. ed. FINEP, 2005.

ORTEGA, F. et al. Ritalin in Brazil: production, discourse and practices. Interface -

Communication, Saude, Educ., v.14, n.34, p.499-510, 2007.

PALMER, D. What Is the Best Way to Motivate Students in Science? Teaching Science. The

Journal of the Australian Science Teachers Association, 53(1), 38-42, 2007.

PAYNE, A. F.; STORBACKA, K.; FROW, P. Managing the co-creation of value. Journal of

the Academic Marketing Science, v. 36, n. 1, p. 83-96, 2008.

PORTER, M. “Clusters and the new economics of competition”. Harvard Business Review, 1998, p. 34.

PRAHALAD, C. K.; RAMASWAMY, V. Co-opting customer competence. Harvard

business review, v.78, n.1, p. 79-90, 2000.

PRAHALAD, Coimbatore Krishna; RAMASWAMY, Venkat. The future of competition: Co- creating unique value with customers. Harvard Business Press, 2004.

QUERO; JOSÉ, M; VENTURA, RAFAEL. Análisis de las Relaciones de Co-creación de valor. Un estudio de casos de crowdfunding. Universia Business Review, n. 43, 2014.

RAMASWAMY, V.; GOUILLART, F. Building the co-creative enterprise. Harvard

business review, v. 88, n. 10, p. 100-109, 2010.

RAMASWAMY; V. Cocriação como diferencial estratégico. Portal HSM. 29/09/2011. Endereço eletrônico: <http://www.hsm.com.br/artigos/ramaswamy-cocriacao-como- diferencial-estrategico-0> - Acesso em: 16|07|2018.

RAMASWAMY, V. Leading The Transformation To Co-Creation Of Value. Strategy &

Leardship, Emerald Group Publishing Limited, v. 37, n. 2, p. 32-37, 2009.

RAMASWAMY, Venkat; OZCAN, Kerimcan. What is co-creation? An interactional creation framework and its implications for value creation. Journal of Business Research, v. 84, p. 196-205, 2018.

RAMASWAMY; OZCAN. Open Innovation Open innovation is mentioned as “parlance”

of co-creation. p. 15, 2014.

RAMASWAMY; OZCAN. Whereas the origins of the Co-Creation Paradigm. 2014. RAMIREZ, R. Value co-production: intellectual origins and implications for practice and research. Strategic Management Journal, n. 20, 49-51, 1999.

RINAUDO, M. C; DONOLO, D. ¿Creatividad en educación? Retos actuales de la enseñanza universitaria. Contextos de Educación, Año 1 (2): 202-219. 1999a.

SAENZ, TIRSO W; CAPOTE, García Emílio. Ciência, Inovação e Gestão tecnológica. Brasília: CNI/IEL/SANAI, ABIPTI, 2002.

SCHUMPETER, Joseph A. (1912). A Teoria do Desenvolvimento Econômico. São Paulo: Abril Cultural, 1982.

SELTZER, ETHAN; MAHMOUDI, DILLON. Citizen participation, open innovation, and crowdsourcing: Challenges and opportunities for planning. Journal of Planning Literature, v. 28, n. 1, p. 3-18, 2013.

SIMANTOB, M. Organizações inovadoras sustentáveis: uma reflexão sobre o futuro das

organizações. São Paulo, Atlas, 2007.

SPOHRER, J.; MAGLIO, P. P.; MCDAVID, D; CORTADA, J. W. Convergence and coevolution: Towards a services science, in W. S. Bainbridge, M. C. Rocco (Eds). Managing Nano-Bio-Info-Cogno. Innovations: Converging Technologies in Society. Springer: NY. 2006.

STERNBERG, R.; LUBART, T. La creatividad en la cultura conformista. Un desafío a

las masas. Paidós. Barcelona. 1997.

TAPSCOTT, D; WILLIAMS, A.D. Wikinomics: como a colaboração em massa pode

mudar o seu negócio. Tradução de Marcello Lino. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2007.

TESCH, Renata. Qualitative research: analysis types and software tools. Basingstoke: The Falmer Press, 1990.

VARGO, Stephen L.; LUSCH, Robert F. Evolving to a New Dominant Logic for Marketing.

Journal of Marketing, v. 68, n. 1, p. 1-17, 2004.

VARGO, STEPHEN L.; LUSCH, ROBERT F. It’s all b2b… and Beyond: Toward a Systems Perspective of the Market. Industrial Marketing Management, v. 40, n. 2, p. 181-187, 2011.

APÊNDICE - A

Universidade Federal de Campina Grande Centro de Humanidades

Unidade acadêmica de Administração e Contabilidade

CONVITE

FOCUS GROUP

TEMÁTICA: ESPAÇOS DE EDUCAÇÃO CRIATIVA NA UNIVERSIDADE

Gostaríamos de contar com sua participação no grupo focal que se realizará na UFCG, na Unidade Acadêmica de Administração e Contabilidade (UAAC) no dia 05 de julho de

2018 às 8:30h na sala 09 do CH, térreo (LABESPA).

O objetivo deste grupo é apresentar suas sugestões e como imaginam a transformação de uma sala de aula clássica para um espaço de educação criativa direcionada ao curso de administração no âmbito da UAAC. Trata-se de uma pesquisa para o Trabalho de

Conclusão de Curso (TCC) da discente Danieli Barbosa Campos, intitulada ESPAÇOS

DE EDUCAÇÃO CRIATIVA NA UNIVERSIDADE: UM PROCESSO DE COCRIAÇÃO DE VALOR, sob orientação da professora Dra. Adriana Fumi Chim Miki.

Solicitamos que confirme sua presença, até o dia 03 de julho para que possamos formar o grupo corretamente.

Desde já agradecemos a sua atenção e apoio a pesquisa universitária.

Campina Grande, 01 de julho de 2018.

APÊNDICE - B

Universidade Federal de Campina Grande Centro de Humanidades

Unidade acadêmica de Administração e Contabilidade Discente: Danieli Barbosa Campos

Orientador (a): Professora Dra. Adriana Fumi Chim Miki

FOCUS GROUP

TEMÁTICA: ESPAÇOS DE EDUCAÇÃO CRIATIVA NA UNIVERSIDADE

QUESTÕES PARA DISCURSÃO:

1. Como você entende um espaço de educação criativa ou o que você entende por um espaço criativo de educação no contexto do ensino da administração?

2. Que elementos físicos (moveis, ferramentas, decoração, etc) devem ter um espaço de educação criativa?

3. Qual deve ser a forma dos espaços de educação criativa? 4. Como você indica que devem ser as paredes, se houver?

5. Quais cores você indica para serem usadas no espaço de educação criativa?

6. Você considera que os espaços de educação criativa no curso de administração devem conter elementos de lazer? Quais?

INSTRUÇÕES:

Passo 1: Reúna seu grupo e discuta as questões, fazendo anotações de como vocês imaginam uma sala de aula como espaço criativo de educação para o curso de administração na UFCG. Tempo de 20 minutos.

Passo 2: Exponha as ideias criadas no grupo para o restante dos participantes (10 min para cada grupo expor).

Documentos relacionados