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No presente estudo, as concentrações de C3 do complemento foram maiores no grupo com sobrepeso e obesidade e correlacionaram-se com as medidas de adiposidade, e a gordura corporal foi preditora das concentrações de C3 do complemento (variável dependente). Por outro lado, voluntários com concentrações de C3 do complemento (variável independente) no maior quartil apresentavam maior chance de ter excesso de gordura corporal (variável dependente), quando comparados aos no menor quartil. Nesse estudo, para cada aumento de 10,0 mg/dL das concentrações de complememto C3, aumenta a chance de apresentar circunferência da cintura elevada, excesso de peso e excesso de gordura corporal. Ainda, apesar das concentrações de C3 do complemento terem se correlacionado com as determinações bioquímicas: insulina, HOMA-IR, colesterol total, triacilgliceróis, VLDL-c, índice aterogênico e ceruloplasmina, os preditores das concentrações de C3 do complemento (variável dependente) foram os triacilgliceróis, o HDL-colesterol e a ceruloplasmina. Por outro lado, voluntários com concentrações de C3 do complemento (variável independente) no maior quartil apresentavam maior chance de ter resistência à insulina (variável dependente), quando comparado aos do menor quartil. Nesse estudo, para cada aumento de 10,0 mg/dL das concentrações de complememto C3, aumenta a chance de apresentar hipertrigliceridemia, hiperinsulinemia e RI.

Já as concentrações de adiponectina foram significativamente maiores para as mulheres, quando comparadas aos homens e correlacionaram-se com as medidas de adiposidade, e as medidas de PCT, PCSI, MLG (BIA), CQ e os METs foram preditores das concentrações de adiponectina (variável dependente). Ainda, apesar das concentrações de adiponectina terem se correlacionado com as determinações bioquímicas: colesterol total, HDL-c, índice aterogênico, ácido úrico e ceruloplasmina, os possíveis preditores das concentrações de adiponectina (variável dependente) foram os triacilgliceróis e o ácido úrico. Por outro lado, voluntários com concentrações de adiponectina (variável independente) no maior quartil apresentavam maior chance de apresentar HDL-colesterol reduzido (variável dependente), quando comparados aos no menor quartil. Em relação à dieta, apesar das concentrações de adiponectina terem se associado com IAS, calorias, lipídio (g), proteínas (g), fibras (g), riboflavina (mg), tiamina (mg), cobre (mg), ferro (mg),

potássio (mg), sódio (mg), fósforo (mg) e magnésio (mg), os preditores das concentrações de adiponectina foram: as fibras (g), o retinol (Eq. retinol) e a riboflavina (mg). Nesse estudo, para toda a amostra, para cada aumento de 1,0 μg/mL das concentrações de adiponectina, diminui a chance de apresentar HDL- colesterol reduzido e para as mulheres, diminui a chance de apresentar circunferência da cintura elevada e HDL-colesterol reduzido. Por fim, não houve associação entre as concentrações de adiponectina com os indicadores de hábitos de vida.

Para o biomarcador PCR, as mulheres apresentaram maiores concentrações, quando comparadas aos homens (p<0,05), bem como apresentaram também maiores medidas de adiposidade. As concentrações de PCR foram maiores para o grupo com sobrepeso/obesidade, bem como as análises de correlação apresentaram relação direta e significativa com o IMC e com medidas de adiposidade e o PCT foi preditor das concentrações de PCR (variável dependente). Por outro lado, voluntários com concentrações de PCR (variável independente) no maior quartil apresentam maior chance de ter excesso de peso e excesso de gordura corporal (variáveis dependentes), quando comparados aos no menor quartil. Ainda, apesar das concentrações de PCR terem se correlacionado com as determinações bioquímicas: glicose, insulina, HOMA-IR, colesterol total, triacilgliceróis, VLDL-colesterol e ceruloplasmina, os preditores das concentrações de PCR (variável dependente) foram o HDL-colesterol e a ceruloplasmina. Baseando-se na relação entre os componentes da SM com a inflamação, a CC, os triacilgliceróis e a glicose foram os preditores das concentrações de PCR (variável dependente). Por outro lado, voluntários com concentrações de PCR (variável independente) no maior quartil apresentam maior chance de ter hipertrigliceridemia (variável dependente), quando comparado aos no menor quartil. Nesse estudo, para toda a amostra, para cada aumento de 0,1 mg/dL das concentrações de PCR, aumenta a chance de apresentar hipertrigliceridemia, excesso de peso e excesso de gordura corporal e para os homens, aumenta a chance de apresentar excesso de gordura corporal. Não houve associação entre as concentrações de adiponectina com os dados de dieta (exceção do sódio), e com os indicadores de hábitos de vida.

Cabe ressaltar que nesse estudo, de delineamento transversal, não se pode estabelecer uma relação causal. Até o momento sabe-se da relação bidirecional, porém se são os dados antropométricos e de composição corporal e, ou dados bioquímicos e, ou dietéticos e, ou de estilo de vida que determinam as concentrações

destes biomarcadores estudados ou se são as concentrações dos mesmos que determinam esses fatores é objeto de pesquisa futura.

Por fim, o C3 do complemento parece estar relacionado com medidas antropométricas e de composição corporal, bem como bioquímicas, as quais estão relacionadas a SM e doenças cardiovasculares. Estes resultados demonstram um papel independente dos triacilgliceróis, componente da SM, e da gordura corporal, como preditores das concentrações de C3 do complemento. Desta forma, o C3 do complemento pode ser usado como um marcador precoce da síndrome metabólica.

A adiponectina parece ser modulada por medidas antropométricas, bioquímicas e dietéticas, as quais estão relacionadas a SM e doenças cardiovasculares. Estes resultados demonstram um papel independente do HDL- colesterol, um componente da SM, como preditor das concentrações de adiponectina. Ainda, o papel protetor da adiponectina em diminuir chance de risco para alguns fatores de risco da SM, em especial nas mulheres, que possuem concentrações de adiponectina significativamente maiores que os homens. Desta forma, a adiponectina pode ser usada como um marcador precoce da síndrome metabólica, em especial nas mulheres.

A PCR parece ser modulada por medidas antropométricas e de composição corporal, bem como bioquímicas e dietéticas, as quais estão relacionadas à SM e doenças cardiovasculares. Ainda, estes resultados demonstram a capacidade dos triacilgliceróis, componente da SM, em predizer as concentrações de PCR. Desta forma, a PCR, um marcador de inflamação subclínica, pode ser usada como um marcador precoce da síndrome metabólica.

Assim, pode-se concluir que o C3 do complemento, adiponectina e PCR parecem estar relacionados com medidas antropométricas e de composição corporal bem como bioquímicas, dietéticas e de estilo de vida, em indivíduos jovens aparentemente saudáveis. Em suma, os resultados do presente trabalho demonstram: (a) um papel independente dos triacilgliceróis, componente da SM, e da gordura corporal, como preditores das concentrações de C3 do complemento; (b) um papel independente do HDL, componente da SM, como preditor das concentrações de adiponectina; e (c) um papel dos triacilgliceróis, componente da SM, como preditor das concentrações de PCR. Por outro lado: (d) a capacidade do C3 do complemento em predizer chance de apresentar circunferência da cintura elevada, excesso de peso e de gordura corporal; (e) a capacidade da adiponectina em predizer chance de

apresentar HDL-colesterol reduzido e SM; e (f) a capacidade da PCR em predizer chance de apresentar hipertrigliceridemia, excesso de peso e de gordura corporal. Desta forma, o C3 do complemento, a PCR e em especial a adiponectina, podem ser usados como marcadores precoces da SM.

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