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Retomando os objetivos norteadores deste trabalho, pode-se afirmar que, de acordo com o primeiro, que consistia em conhecer o conceito de acessibilidade física e comunicacional, foi mostrada a construção histórica do conceito de Acessibilidade e de Educação Especial. Isso permitiu perceber que todo o contexto desta modalidade de educação e seu desenvolvimento levam à realidade que temos hoje, na qual se busca incluir todos os alunos na escola, e para isso, ter acessibilidade é fundamental para o acesso de todos à educação.

Através do estudo do histórico do tratamento dado às pessoas com deficiências, foi possível perceber que as possibilidades inscritas, inclusive nas legislações atuais, se encaminham para a inclusão de todos os alunos na rede regular de ensino. Nessa expectativa, tem-se que a acessibilidade se torna um item muito importante para que aconteça a inclusão nas escolas.

A inclusão é a perspectiva da educação que pensa numa escola diferente, aberta à diversidade de todos os alunos. É uma perspectiva que certamente precisa da ressignificação de muitos conceitos na educação e da criação de possibilidade de uma aprendizagem a todos os alunos.

O que se pretende na educação inclusiva é remover barreiras, sejam elas extrínsecas ou intrínsecas aos alunos, buscando-se todas as formas de acessibilidade e de apoio de modo a assegurar (o que a lei faz) e, principalmente garantir (o que deve constar dos projetos político-pedagógicos dos sistemas de ensino e das escolas e que deve ser executado), tomando-se as providências para efetivar ações para o acesso, ingresso e permanência bem-sucedida na escola. (CARVALHO, 2004, p. 73)

Ao realizar essa pesquisa, foi possível averiguar que a educação progride de forma lenta, e mais vagarosa ainda, a educação inclusiva. A segunda por sua vez, trava batalhas árduas para existir em um sistema onde as barreiras ao novo ainda têm muito peso. Apesar de hoje se falar mais sobre as diferenças e do respeito à diversidade, o mundo ainda continua despreparado quando o assunto é educação escolar, já que a mesma ainda se apresenta de forma tradicionalista ou apesar de uma concepção inovadora, ainda não possui recursos financeiros e físicos para acolher a todos de forma igualitária, mas se adequando às suas peculiaridades.

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Em relação ao segundo objetivo, que foi o de refletir sobre as concepções de acessibilidade na legislação, foi constatado que já existem muitos registros sobre acessibilidade nas legislações brasileiras, porém não se percebe grandes atitudes em relação ao problema existente. Constata-se também, que com o passar do tempo, as leis têm se tornado mais específicas e eficientes, e o que falta ainda são programas que tornem possível a acessibilidade.

Com as legislações e programas já existentes, poucas são as mudanças percebidas de imediato, mas sabe-se que as futuras mudanças dependem daqueles que estão em relação direta com os alunos em situação de desvantagem. Por isso, é importante uma mudança atitudinal dos educadores e da sociedade como um todo. Assim, os professores precisam lutar por um espaço na escola que possibilite a aprendizagem de todos os educandos. Os gestores, por sua vez, devem encaminhar suas demandas e lutar para que sua escola seja adaptada tanto arquitetonicamente quanto com ferramentas que possibilitem comunicação e informação a todas as crianças. E as suas famílias devem estar sempre atentas aos seus direitos e lutarem para que estes sejam cumpridos.

Além disso, a sociedade precisa apoiar e prestar atenção ao que se passa entre os muros da escola, já que ela será seus olhos e ouvidos perante as autoridades que, evidentemente, devem estar atentas ao cumprimento das leis em vigor, uma vez em que essas já suprem uma boa parte das mudanças necessárias, mas que na maioria das vezes passam despercebidas.

O terceiro objetivo vem complementar em muito o segundo, já que aborda a importância de refletir sobre as mudanças necessárias no ambiente físico e comunicacional escolar. Logo, este objetivo vem defender e garantir a inclusão através dos avanços ocorridos, tanto relacionados à acessibilidade arquitetônica, quanto de acesso à informação e comunicação.

Em relação ao acesso arquitetônico, foi possível constatar que essas são mudanças mais fáceis de serem realizadas, por requererem apenas adaptação dos prédios já construídos, ou um planejamento dentro das normas legais dos prédios novos. Contudo, isso ainda não se tornou realidade em nosso país, já que há poucas mudanças nesse sentido.

O fato de transformações tão necessárias ocorrerem de forma extremamente lenta estão ligadas há inúmeros fatores, porém, os mais rotineiros são: a negligência do poder público diante desta situação, a falta de informação da sociedade, que se vê de mãos atadas,

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sem ter como reagir a tanto descaso, aos próprios educadores que não se mobilizam para lutar por seus direitos. Ou seja, é um conjunto de fatores que favorecem esse ambiente vicioso e permissivo, tornando a inclusão uma realidade ainda distante, apesar de todas as leis e mobilizações existentes.

Outro fator agravante foi o fato das obras patrocinadas com o dinheiro público não cumprirem as recomendações da legislação vigente no que diz respeito às normas de segurança e de acessibilidade. Essa realidade prejudica muito o acesso da criança em situação de desvantagem à escola, pois a mesma não tem como se locomover e ter acesso a todas áreas comuns ofertadas no ambiente escolar e, com isso, seu ensino, socialização e autoestima ficam comprometidos.

Nos casos das edificações e dos equipamentos existentes, portanto, há que investir em obras para as adaptações físicas necessárias ao acesso dos alunos, dos mestres e da comunidade, incluindo instalações complementares, tais como sinais sonoros e de trânsito, rampas, elevadores, móveis ou salas de recursos. Sobretudo, no caso das grandes redes físicas escolares, para que estes novos investimentos sejam economicamente viáveis, em prazos aceitáveis, a diretriz mais sensata, certamente, será o aproveitamento sistemático e gradual das oportunidades que vão surgindo para as intervenções de manutenção corretiva, ou seja, para as obras de recuperação e reforma (EDIFICAÇÕES, 1997, p. 8).

Ao falar do acesso à informação e à comunicação, encontramos mais resistência ao seu uso pelo desconhecimento das tecnologias e pela mudança, já que ela aparentemente interfere nos métodos de ensino tradicionais. Por exemplo, com as formas de acessibilidade à informação e comunicação, o processo de ensino-aprendizagem se torna possível em espaços onde antes não era concebido. Isso mostra o quanto é possível que a inclusão aconteça dentro da sala de aula, como é possível atender diferentes alunos de diferentes formas dentro da escola.

Uma vez em que se mostra essa possibilidade, surgem outros enfrentamentos: despreparo dos professores para atenderem esses alunos, falta de interesse em tentar atendê- los, falta de recursos na aquisição dos equipamentos que possibilitem o acesso à informação e possibilitem a comunicação, falta de investimentos nesses espaços específicos dentro da escola, enfim, problemas que fazem parte das escolas públicas que se acentuam aqui, uma vez em que essas ferramentas são muito importantes para que aqueles alunos em situação de desvantagem possam permanecer dentro do espaço escolar.

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Em contrapartida a tudo isso, encontramos espaços para as experiências que têm dado certo, para as escolas que têm prontamente se esforçado para atender aos alunos em situação de desvantagem, para as ideias criativas dos professores em possibilitar que a aprendizagem se torne possível para todos. São escolas que não medem esforços em construir rampas e em adaptar banheiros, que incentivam e orientam seus professores sobre a melhor maneira de como atender esses alunos.

E pensando nessas escolas, nas possibilidades de melhoria que existem e podem ser implantadas, em buscar sempre ver o que se pode realizar de forma a facilitar o acesso e a aprendizagem de todos os alunos, que se conclui esse trabalho.

Não existem respostas certas a todas as questões que foram apresentadas, mas sabe-se que, com a ajuda e boa vontade de alguns que convivem nesse meio no qual a acessibilidade se faz presente, muita coisa é possível. E muitas coisas ainda podem acontecer se cada vez mais pessoas tomarem conhecimento das legislações e direitos que existem.

Logo, a partir deste estudo, foi possível verificar o que foi questionado originalmente, ou seja, como a inclusão se dá em uma escola de Ensino Fundamental pertencente à rede pública municipal de Fortaleza. Assim, percebeu-se que a escola estudada é comprometida com a educação inclusiva e vê na mesma, a ponte que a conduzirá a uma educação mais democrática e menos preconceituosa. No entanto, ainda há muito o que melhorar, pois apesar da boa vontade dos professores e da gestão, a escola deixa muito a desejar no quesito estrutural e comunicacional. Pois, mesmo com uma Sala de Recursos Multifuncionais equipada, as salas regulares ainda estão aquém do necessário para atender ao público alvo da Educação Especial (deficientes, Transtorno Espectro Autista – TEA e altas habilidades ou superdotação).

Sendo assim, conclui-se que os objetivos inicialmente estruturados e que serviram de norte para esta pesquisa foram respondidos, já que se pôde evidenciar que a escola e seus funcionários conhecem bem as leis que regem a inclusão, mas por motivos físicos e estruturais não são capazes de atender as necessidades de todos em sua plenitude. Por isso, se faz necessário que a sua parte física seja restruturada e adaptada para receber usuários de cadeiras de rodas; que os recursos pedagógicos para pessoas com surdez e cegueira sejam adquiridos e melhorados; e que haja mais treinamentos para a capacitação do professor e de todos os profissionais que atuam na escola.

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APÊNDICE A

QUESTIONÁRIO DE ENTREVISTA COM UMA PROFESSORA DA SALA DE AULA COMUM

ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL DA REDE MUNICIPAL DE FORTALEZA

1 Qual a sua formação inicial?

Sou formada em Pedagogia pela UFC e tenho especialização em Didática pela UECE.

2 Qual o seu cargo?

Sou professora do Município PRA no 1º ano da manhã como polivalente e, no turno da tarde, sou PRB no 4º e 5º ano com as disciplinas de História e Geografia.

3 Há quanto tempo você atua nesse cargo?

Nessa escola, eu trabalhei 3 anos, dei um tempo, e retornei há 2 anos. Assim, estou com 5 anos aqui. Mas no turno da tarde, eu só tenho 3 meses aqui nessa turma do 4º ano B.

4 Há quanto tempo você atua na educação?

Há 11 anos sou professora.

5 Possui curso de extensão ou pós-graduação? Quais?

Sim, fiz especialização em Didática na UECE.

6 Como é para você ter um aluno com deficiência ou dificuldades de aprendizagem, nas suas aulas?

Eu não vejo problema porque, quando eu entrei na Prefeitura em 2004, peguei uma sala de Educação Infantil com 3 alunos especiais. Eu não tive dificuldades porque a escola, aqui mesmo, já tinha sala de AEE e ela me deu muito apoio. Além disso, quando eu estudei no Ensino Médio, a gente tinha na sala alunos com deficiências. O colégio era particular, mas mesmo assim, os padres já aceitavam receber alunos com deficiências. Então, para mim foi fácil porque já tinha um contato e tenho até parentes na família como primos com alguma deficiência.

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7 Você compreende o tipo de deficiência ou dificuldade de aprendizagem que o aluno tem? Sabe as limitações e potencialidades?

O Leandro não tem laudo. Ele tem alguma coisa escrita da família na pasta individual que fica com a professora PRA. Mas a gente acha que é alguma Deficiência Intelectual que ele tem. Eu já fiz prova de História e Geografia com ele, e eu tenho que ler a prova, explicar várias vezes, até mesmo para escrever. Ele tem muita dificuldade para entender porque, às vezes, quando estou explicando, fico perguntando: “Leandro, você entendeu?” E ele fica no mundo dele, sem responder nada. Os colegas da turma sabem que ele é especial e ajudam. Ele escreve, mas a letra é “tremidinha”.

8 Tem dificuldade de planejar aula para incluir esse aluno nas atividades?

Tenho, porque como eu sempre ensinei Educação Infantil e Alfabetização, que hoje é o 1º ano, ainda estou aprendendo a ensinar História e Geografia. Comecei agora em agosto a ser PRB do 4º e 5º ano, e agora estou aprendendo todo o conteúdo novo e as estratégias. Também peguei a turma já andando e fica complicado. O planejamento não foi compartilhado, porque no primeiro semestre, era uma professora substituta. Ela saiu e não deixou nada. Eu peguei tudo meio “voando” agora que sou efetiva.

9 Quais materiais adaptados você conhece?

Tem as placas que trabalham as figuras e as palavras, tipo um jogo de memória; tem as formas grandes. Na minha experiência na Educação Infantil, já utilizei a caneta adaptada com uma aluna com deficiência motora e intelectual. Também já tive uma aluna surda e trabalhei com o alfabeto todo em libras, e acabei aprendendo algumas coisas com a própria aluna porque ela tinha aula à tarde de Libras na Escola de Surdos e ensinava para a turma. E aqui também na sala de AEE, tem muito material. Na nossa biblioteca, também tem muito material de bibliografia que vem do MEC para pesquisar e com sugestões de atividades.

10 Quais as estratégias que geralmente utiliza para incluir esses alunos?

Geralmente com o Leandro, eu faço o que faço com qualquer aluno. Não uso estratégia diferente. O que faço, quando preciso, é alguma atividade diferenciada como, por exemplo, na prova, eu fico do lado dele, eu leio a prova e ajudo. Quando trabalhamos mapas, eu trouxe um mapa bem grande de quebra-cabeça e trabalhei com ele, porque se fosse só no desenho, ele

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não conseguiria entender as regiões e as cidades. Ele consegue fazer o mapa completo no quebra-cabeça.

11 Há fatores que dificultam a inclusão? Quais?

O que eu acho que mais dificulta é o professor ficar sozinho em sala com muitos alunos. Não tem um auxiliar na sala, apenas na Educação Infantil.

12 Há fatores que facilitam a inclusão? Quais?

A melhor coisa hoje é a facilidade de acesso de informações na internet. Tem tudo disponível como vídeos, textos e até planejamentos.

13 Como você acha que deve ser a formação inicial e continuada do professor para atender aos alunos a partir da proposta da educação inclusiva?

Uma das coisas que eu mais questiono nas formações da Prefeitura é o tempo porque é tudo muito rápido. É muita coisa para pouco tempo de formação. Agora, depois da última que eu fiz, já entraram assuntos novos, mas a gente devia todo ano ter acesso a essas novidades porque todo ano vamos ter alunos diferentes. Pode acontecer de ter alunos com a mesma deficiência, mas eles serão diferentes. Com essas formações muito rápidas, não temos tempo de aprofundar nada naquela deficiência, porque é um curso que engloba tudo e acaba sendo muito superficial. Quando eu fiz a Graduação e fiz a disciplina de Educação Especial, não dava para trabalhar em sala com nenhuma deficiência porque foi tudo só introdução.

14 Você sente desejo ou necessidade de aprender mais sobre seu trabalho? Em caso positivo que demanda você teria de formação?

Eu sinto a necessidade de ter novas formações e aprender mais, porque, por exemplo, no ano passo, tive um aluno com autismo e eu não sabia quase nada a respeito dessa deficiência. Depois de três meses de aula, a mãe conseguiu o diagnóstico e o laudo e ele começou a frequentar a sala de AEE e, então, fui aprendendo um pouco mais com a professora da sala de recursos. Uma coisa nova que aprendi foi que eles não gostam de som alto e de muito barulho, e com isso, fui controlando os barulhos da sala.

15 Você participa e/ou participou de cursos oferecidos pela Secretaria de Educação? À distância ou presencial? O que você pensa sobre esses cursos de formação continuada?

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Participo quando tenho oportunidade. Já fiz à distância e presencial. Da Prefeitura, todo ano tem uma Formação do ano que você está lecionando. Esse ano, por exemplo, faço a formação do PAIC para o 1º ano manhã (que foi igual ao do ano passado) e também de História e Geografia para o 4º e 5º ano tarde. Acontece 2 dias da semana com 4 horas.

16 Quais as deficiências que existem aqui na escola?

Aqui na escola tem Síndrome de Down, Autismo, Deficiência física, Deficiência Intelectual e outros que não têm laudo.

17 Como você percebe o envolvimento da equipe pedagógica, incluindo o gestor da escola, com a SRM?

Tem muito envolvimento porque a coordenação e a direção sempre ficam perguntando se estamos tendo dificuldades com esses alunos.

18 Há espaços sistematizados de discussão e reflexão sobre inclusão durante o ano letivo envolvendo direção, orientação pedagógica e professores?

Sim. Temos algumas reuniões no semestre em que discutimos as dificuldades de sala de aula e, consequentemente, a inclusão.

19 Quais equipamentos específicos, material didático, recursos pedagógicos e de acessibilidade estão disponíveis na sua escola?

Temos muitos materiais aqui na escola na sala de recursos como jogos, alfabetos móveis, material em Libras e até em Braile. O espaço físico da escola também é adaptado com rampas de acesso, portas largas e o banheiro também é adaptado.

20 O que você pensa acerca do Atendimento Educacional Especializado – AEE ser oferecido nas salas de recursos multifuncionais?

Acho importantíssimo, porque é uma forma de auxiliar o trabalho do professor na sala de aula.

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APÊNDICE B

QUESTIONÁRIO DE ENTREVISTA COM UMA PROFESSORA DO AEE

ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL DA REDE MUNICIPAL DE FORTALEZA

1 Qual sua formação inicial?

Minha formação inicial é Pedagogia.

2 Qual o seu cargo e há quanto tempo você atua na educação?

Atuo na educação desde 2001. São 14 anos e, nesse cargo, há 6 anos, que aqui na sala de recurso multifuncional, e eu sou especialista em atendimento educacional especializado.

3 Possui curso de graduação e extensão, quais?

Tenho pós-graduação em Psicopedagogia e AEE.

4 Como você ingressou nessa área da educação especial?

Desde a faculdade de Pedagogia, eu me interessava por disciplinas que iam para o lado da educação especial e inclusiva, e gosto demais, tanto que fiz Psicopedagogia logo que terminei

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