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O presente trabalho apresentou um levantamento sobre problemas patológicos em estruturas de concreto armado, procurando identificar as principais manifestações patológicas que possam ocasionar a diminuição da vida útil da estrutura. Bem como os tipos de reforço estrutural mais indicados para a recuperação do desempenho requerido.

Como foi apresentado, há diversas causas e origens que levam a redução da vida útil da estrutura, podendo estas se originarem nas fases de projeto, execução e utilização. Foram apresentadas diversas manifestações patológicas com características próprias de cada uma, atrelando a importância do conhecimento técnico para um coerente diagnóstico. Outro fator importante levantado, foi uma série de métodos para reforço e reparo de estruturas de concreto armado em edificações com mais de 30 anos.

O estudo de caso presente neste trabalho foi realizado em um edifício residencial com estrutura em concreto armado construído a mais de 30 anos na cidade de Imbituba-SC, com o objetivo de investigar as manifestações patológicas instaladas na estrutura, a fim de encontrar as possíveis causas, origens e mecanismos de ocorrência, pesquisar técnicas de recuperação e reforço estrutural e realizar um comparativo entre as técnicas pesquisadas e a utilizada na recuperação.

Feito a investigação das manifestações patológicas, observou-se maior deterioração dos pilares da garagem, devido ao ataque de cloretos por depósito de agua do mar na superfície do concreto, falta de cobrimento e acidentes, que de acordo com Fusco (2008), diante desses problemas patológicos referentes a resistência mecânica da estrutura, ainda há o agravante de outros agentes nocivos penetrarem na peça, podendo prejudicar ainda mais a armadura e o concreto. Ocasionando, assim, a corrosão da armadura com sua expansão, ao ponto que o concreto fissure perdendo a aderência com o aço, gerando o desplacamento do concreto de cobertura, deixando a armadura mais exposta.

De acordo com a pesquisa realizada sobre as técnicas de recuperação e reforço estrutural, observou-se que, para o objeto de estudo, o melhor material para a recuperação é o graute, devido sua característica de resistência mecânica e trabalhabilidade no processo de enchimento das formas, para um correto cobrimento da nova armadura de reforço.

Conclui-se que de acordo com todo conhecimento adquirido com a pesquisa, ao fazer o comparativo entre o melhor método de recuperação estrutural escolhido e o método realizado na execução, observou-se alguns pontos falhos, como por exemplo, ao limpar todo o concreto desagregado da armadura corroída para limpar e tratar a armadura, existia alguns

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pontos da armadura que não tinham mais seção de aço. Assim, comprometendo a resistência do pilar. Diante disso, foi simplesmente realizado a limpeza da armadura e, posteriormente, aumentado a seção do pilar com graute. O correto seria dimensionar uma nova armadura de reforço para aquele pilar. Outro ponto negativo observado foi no processo de cura do graute, no qual durante a desforma já haviam diversas fissuras devido à ausência de cura úmida no período inicial de hidratação do cimento (7dias), deixando exposto a penetração de gases atmosféricos e cloretos, acelerando o processo de oxidação da armadura. Ademais, o lançamento do graute foi feito sem interação mecânica, prejudicando a sua aderência e compactibilidade.

A engenharia civil busca atender uma melhor qualidade na construção civil, mas para isso acontecer, todas as áreas envolvidas devem estar em harmonia e comprometimento, desde a mão de obra de execução e materiais até os projetistas, para uma estrutura de concreto armado durável com qualidade e livre de manifestações patológicas.

A pesquisa sobre técnicas de recuperação e reforço estrutural, corroborou com uma maior necessidade de se evitar manifestações patológicas, devido à dificuldade em executar algumas recuperações e reforços que dependem de uma mão de obra especializada e materiais específicos, como por exemplo, a fibra de carbono. Mas em contrapartida, existe uma demanda em crescimento nessa área de recuperação e reforço estrutural, pois existe um gama muito grande de edifícios com mais de 30 anos apresentando diversos problemas patológicos, apontando um nicho do mercado de trabalho muito promissor.

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