Por meio da elaboração do mapa de uso e cobertura da terra percebeu-se que a área urbana consolidada abrange cerca de 46,5% da área de estudo, seguida da agricultura com 32%, pastagens com 10%, vegetação florestal com aproximadamente 9% e área urbana em expansão de 2,5%.
Com os mapeamentos pedológicos, notou-se que a área em estudo possui três classes de solos, sendo eles o Latossolo Vermelho, Nitossolo Vermelho e Neossolo Litólico. Cruzando-se esse mapa e a área urbana, pôde-se observar que uma parte da cidade se encontra numa região de Neossolo Litólico, estando essa área sujeita ao desenvolvimento de processos erosivos, uma vez que este solo é pouco intemperizado e consequentemente muito raso, tornando-o um solo com fragilidade alta, sendo indicado, prioritariamente, para a preservação da flora e da fauna.
Já no que se refere a elaboração do Mapa Declividade, observou-se que a inclinação do terreno varia de muito fraca (0% - 6%) a muito forte (>30%). Cruzando- se esse mapa e a área urbana, percebeu-se que a área urbana consolidada está predominantemente localizada em regiões em que a fragilidade varia de muito baixa a baixa e que uma parte da área urbana em expansão está expandindo para uma região com declividade de até 30%, necessitando de um maior investimento em infraestrutura e em obras de contenção para as edificações que ali se instalarem.
Com relação às classes de fragilidade potenciais obtidas pelo cruzamento do mapa de declividade com o mapa pedológico, observou-se um predomínio da fragilidade fraca na área de estudo. Realizou-se também o cruzamento entre a fragilidade potencial e as áreas urbana, agrícola e de pastagens, separadamente.
Levando em consideração a área urbana no mapa de fragilidade potencial, observou-se que tanto a área urbana consolidada como a em expansão, estão predominantemente presentes nas fragilidades muito fraca e fraca. Entretanto, há parcelas dessas áreas que estão localizadas onde a fragilidade varia de média a muito forte, necessitando nesses casos de medidas de contenção, para evitar o desenvolvimento de processos erosivos que comprometam as habitações e empreendimentos ali presentes. O cruzamento desses dados, permite uma melhor visualização e identificação de regiões mais propícias para a ocupação assim como
as áreas com restrições para a expansão urbana, podendo evitar, dessa forma, o desenvolvimento de processos erosivos e possíveis danos ao homem e ao meio ambiente.
Com a associação entre o mapa de fragilidade potencial e a área agrícola, pôde-se perceber que estes locais estão presentes em regiões com fragilidade que varia de muito baixa até muito alta, com predomínio de fragilidades muito fraca e fraca, sendo que em muitas regiões são necessárias medidas de conservação, uma vez que em muitas regiões as culturas agrícolas estão ocupando áreas, próximas de corpos hídricos, que deveriam ser destinadas à preservação da mata ciliar, o que poderá acarretar no assoreamento e eutrofização desses ambientes aquáticos. Por meio desse cruzamento, é possível compreender melhor quais são os locais que mais necessitam da introdução de práticas conservacionistas de modo a melhor aproveitar e conservar o solo, trazendo dessa forma, benefícios ao meio ambiente e ao homem.
Já no que diz respeito ao cruzamento do mapa de fragilidade potencial e as áreas de pastagens, observou-se que essas áreas abrangem todas as classes de fragilidade e que em algumas regiões em que há a presença de gado, a probabilidade do desenvolvimento de processos erosivos é maior, uma vez que eles compactam o solo. Também se constatou que em algumas regiões próximas de cursos hídricos, as pastagens ocupam o lugar das matas ciliares para que o gado utilize essas fontes de água para dessedentação. Dessa forma, a correlação dessas informações permitiu identificar as áreas mais frágeis e suscetíveis a erosão, podendo adotar então, medidas conservacionistas para proteção do solo e dos recursos hídricos, beneficiando o meio ambiente e a sociedade.
Com este estudo, é possível perceber que os mapeamentos obtidos podem auxiliar no planejamento ambiental urbano e rural, uma vez que permitem identificar as áreas que são mais propícias para os diversos usos e ocupações do solo, e dessa forma, permitem propor medidas de conservação dos recursos naturais, nos setores urbano e rural do município de São Miguel do Iguaçu.
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