• Nenhum resultado encontrado

Conclusão

No documento MODELAGEM EM BIOMATEMÁTICA (páginas 30-35)

Do ponto de vista da reconstrução da imagem, os principais aspectos que devem ser considerados foram tratados nesse capítulo: precisão e tempo de processamento.

A precisão da solução numérica final passa pelo controle minucioso da qualidade do modelo matemático e do algoritmo de reconstrução. Cada estratégia introduzida na solução numérica deve ser testada com problemas padrão, para os quais conhecemos a solução analítica ou pelo menos uma boa aproximação dela. Nem sempre as melhores estratégias para um problema padrão são as melhores no problema real, mas ajudam a construir o conhecimento em torno do problema.

Precisão e tempo de processamento estão geralmente em posições opostas. Para este problema não podemos abrir mão nem de uma nem da outra. Qualquer ganho de tempo é imediatamente revertido na melhoria da precisão, que faz com que o tempo de

processamento aumente novamente e o desafio recomece. Não discutimos a otimização do tempo de processamento, já que ainda estamos explorando os algoritmos de reconstrução, apenas mencionamos algumas estratégias futuras.

O tomógrafo de impedância elétrica, apesar de todas as limitações de hardware e

software que foram detalhadas neste capítulo, aparece como uma opção bastante viável

para ser utilizado para monitoramento de pacientes, como pode ser comprovado pelas simulações reais. Portanto, gerar imagens em tempo real e com qualidade é o desafio para os pesquisadores das áreas médica, de engenharia e matemática.

1.8 Agradecimentos

Todos os dados e simulações apresentadas neste capítulo contaram com a participação de várias pessoas, integrantes do grupo multidisciplinar sob coordenação do prof. Marcelo Amato, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Um carinho especial aos estudantes que contribuem ativamente para o projeto: Masaishi Yoshikawa (Backprojection), Janaína Marques (problema direto), Rafael Souza (filtros de imagem) e Elisa Kameda (função peso).

1.9 Referências Bibliográficas

[1] M.B.P. Amato, C.S.V. Barbas, C.R.R. Carvalho, Protective ventilation for the acute respiratory distress syndrome, N Engl J Med , 339 (1998),196-199.

[2] M.B.P. Amato, C.S. Barbas, D.M. Medeiros, et al. Effect of a protective-ventilation strategy on mortality in the acute respiratory distress syndrome, N Engl J Med, 338 (1998), 347-54.

[3] A. Allers, F. Santosa, Stability and Resolution Analisys of a Linearized Problem in Electrical Impedance Tomography, Inverse Problems, 7 (1991), 515-533.

[4] N.J. Avist, D.C. Barber, Incorporating a priori Information into the Sheffield Filtered Backprojection Algorithm, Physiol.Meas. 16, (1995), A111-A122.

[5] J. Bevilacqua, R.M. Yoshikawa, Monitoring Lungs with Electrical Impedance Tomography, aceito para o ICIAM, Julho 2003.

[6] J.Bevilacqua, R.M. Yoshikawa, Interpolated Data in Conductivity Domain Reconstruction: Comparison Between Fourier and Cubic Spline Techniques, aceito para COBEM, 2003.

[7] D.C. Barber, B.H. Brown, Applied Potential Tomography, J. Phys. E: Sci. Instrum.,

17 (1984), 723-733.

[8] D.C. Barber, Quantification in Impedance Imaging, Clin. Physiol. Meas., 11 (1990), Suppl A, 45-56.

[9] L. Borcea, Electrical impedance tomography, Inverse Problems, 18 (2002), R99 - R136.

[10] A.P. Calderón, On an inverse boundary value problem, em “Seminar on Numerical Analysis and its applications to Continuum Physics”, pp. 65-73, LNCC, Rio de Janeiro, 1980.

[11] M. Cheney, D. Isaacson, J.C. Newell, Electrical Impedance Tomography, SIAM

Review, Vol. 41 (1), pp. 85-101, 1999.

[12] V. Cherepenin, A. Karpov, A. Korjenevsky, V. Kornienko, A. Mazaletskaya, D. Mazourov,D. Meister, A 3D electrical impedance tomography (EIT) system for breast cancer detection”, Physiol. Meas., Vol 22(1), pp. 9-18, 2001.

[13] M. Frigo, S.G. Johnson, FFTW: An Adaptive Software Architeture for the FFT, in

Proceedigns of the ICASSP Conference, Vol 3, pp. 1381-1384, 1998.

[14] C.F. Gerald, P.O. Wheatley, “Applied Numerical Analysis”, Addison-Wesley Publishing Company, Inc.,New York, 1996.

[15] G.A.Gray, “A Variational Study of the Electrical Impedance Tomography Problem” PhD. Thesis, Rice University, Houston, Texas, USA, 2002.

[16] D.G. Gisser, D. Isaacson, J.C. Newell, Electric Current Tomography and Eigenvalues, SIAM, J. Appl. Math., vol. 50, no 6, 1623-1634, 1990.

[17] R. Guardo, C. Boulay, B. Murray, M Bertrand, An Experimental Study in Electrical Impedance Tomography Using Backprojection Reconstruction, IEEE Trans. on

Biom. Engin, vol. 38, no 7, 616-627, 1991.

[18] G.T. Herman, “Image Reconstruction from Projections”, Computer Science and Applied Mathematics, Werner Rheinboldt, Academic Press, New York, 1980. [19] L. Hyriac, M.K.Pidcock, A One Step Image Reconstruction Algorithm for Electrical

Impedance Tomography in Three Dimensions, Physiol. Meas. 21 , 95-98, 1999. [20] J. Kepler, “www.if.ufrgs.br/ast/med/imagens/” , Instituto de Física da Universidade

Federal do Rio Grande do Sul, 2000.

[21] R. Kohn, M. Vogelius, Determining Conductivity by Boundary Measurements, Communications on “Pure and Applied Mathematics”, vol. XXXVII, 289-298, 1984.

[22] J. Li, A Method of Reducing the Error Caused by Boundary Shape and Electrode Positions in Electrical Tomography, Physiol. Meas. 101-106, 1994.

[23] F.J. MacArdle, A.J. Suggett, B.H. Brown, D.C. Barber, An Assessment of Dynamic Images by Applied Potential Tomography for Monitoring Pulmonary Perfusion,

Clin. Physiol. Meas., Vol. 9, Suppl A, pp. 87-91, 1988.

[24] J.C. Munck, T.J.C. Faes, R.M. Heethaar, The Boundary Element Method in the Forward and Inverse problem of Electrical Impedance Tomography, IEEE Trans. on

Biom. Eng., vol. 47, no 6, 792-800, 2000.

[25] A. Nachmann, Reconstructions from Boundary Measurements, Annals of

mathematics, 128, 531-576, 1988.

[26] G.X. Ritter, J.N., Wilson, “Hadbook of Computer Vision Algorithms in Image Algebra” 2nd Edition, CRC Press, Florida, USA, 2001.

[27] F. Santosa, M. Vogelius, A backprojection algorithm for electrical impedance image, SIAM J. Appl. Math. vol. 50, no. 1, pp. 216–243, 1990.

[28] R.W.M. Smith, I.L. Freeston, B.H. Brown, A Real-Time Electrical Impedance Tomography System for Clinical Use – Design and Preliminary Results, IEEE

Transactions on Biomedical Engineering, vol 42, no 2, 133-140, 1995.

[29] E. Somersalo, M. Cheney, Existence and Uniqueness for Electrode Models for Electric Current Computed Tomography, SIAM, J. Appl. Math, vol 52, no 4, 1023-

1040, 1992.

[30] J. Sylvester, G. Uhlmann, A Global Uniqueness Theorem for an Inverse Boundary Value Problem, Annals of Mathematics, 125, 153-169, 1987.

[31] T. Muray, Y. Kagawa, Electrical Impedance Computed Tomography Based on a Finite Elements Model, IEEE Trans. Biomed. Eng., 32, 1985.

[32] M. Tang, W. Wang, J. Wheeler, M. McCormick, X. Dong, The Number of Electrodes and Basis Functions in EIT Image Reconstruction, Physiol. Meas. Vol 23, pp. 129-140, 2002.

[33] A.N. Tikhonov, V.Y. Arsenin, “Solutions of Ill- Posed Problems”, V.H. Winston & Sons, N.W., Washington, D.C., 1977.

[34] M.Vauhkonen, “Electrical Impedance Tomography and Prior Information”, PhD. Thesis, Kuopio University Publications C. Natural and Environmental Sciencies, Finland, 1997.

[35] T.J. Yorkey, J.G. Webster, A Comparison of Impedance Tomography Reconstruction Algorithms, Clin. Phys. Physiol. Measur., vol 8, suppl. A, 55-62, 1987.

Capítulo 2

Controle Ótimo de Sistemas Populacionais

Marat Rafikov

2.1 Introdução

Dinâmica de Populações é uma poderosa síntese matemática que permite identificar, transferir e interfertilizar diversas teorias da Biologia Teórica, desde o nível molecular em Processos Físico - Químicos, passando pelo nível celular em Fisiologia, e chegando até a Epidemiologia e a Sociobiologia de organismos superiores, o que inclui naturalmente as sociedades humanas [11]. Em Dinâmica Populacional as informações biológicas são transformadas em hipóteses teóricas básicas que alimentam conceitualmente um modelo matemático cuja finalidade é descrever a evolução temporal do sistema a partir de cada dado inicial.

O estudo matemático de dinâmica de populações surgiu em 1798, quando foi publicado anonimamente o artigo “An Essay on the Principle of Population as it Affects the Future Improvement of Society” do economista e demógrafo britânico Thomas Robert Malthus. Seu trabalho previa um crescimento em progressão geométrica para a população e em progressão aritmética para os meios de sobrevivência, porém Malthus não considerou em seus modelos que vivemos em um sistema ecológico fechado e por isso, mais cedo ou mais tarde, toda a população seria forçada a encontrar limitações de alimento, água, ar ou espaço físico e por isso, manteria-se estável em um limite máximo de sobrevivência. Apesar disso, seu trabalho serviu como um alerta às autoridades e a população em geral sobre o problema que poderia ocorrer se as taxas de natalidade não fossem controladas, ou seja, não houvesse alimento suficiente para toda a população, resultando em guerra, fome e miséria. Um pouco mais tarde, por volta de 1838, a limitação dos recursos foi estudada por Pierre Verhulst, a pedido do governo da Bélgica que estava preocupado com o crescimento populacional. Verhulst incorporou essa limitação ao modelo de Malthus e apresentou a equação do crescimento populacional [40]. A dinâmica populacional só tornou-se mais conhecida na década 20 do século XX, interessando a muitos cientistas, entre eles o químico Lotka [23] e o matemático Volterra [41], que focalizaram a interação entre duas espécies num modelo que hoje é chamado de Lotka – Volterra. Este modelo foi aperfeiçoado por vários cientistas, entre eles Gause [13], Holling [19], Rosenzweig, MacArtur [31], entre outros. Nos últimos anos surgiu um grande número de modelos populacionais, aplicados às áreas de biologia, ecologia, epidemiologia, imunologia, genética, bioquímica, engenharias biomédica e sanitária, entre outras [23]. Estes modelos descrevem a dinâmica de populações cujos indivíduos

podem ser moléculas bioquímicas, bactérias, neurônios, células, insetos, indivíduos infectados, colônias de formigas ou abelhas, etc.

As primeiras publicações sobre aplicações da teoria do controle ótimo aos problemas ecológicos apareceram somente no final da década 60 – início da década 70. Na mesma época vários autores começaram a publicar os resultados semelhantes independentemente um de outro [1,6,14,35,44]. Em maioria dos problemas formulados as funções de controle são as taxas de eliminação ou introdução de populações que entram nas equações em forma linear (ou bilinear). Neste caso o controle não influi diretamente em processos de reprodução, competição e interação entre espécies de população. Este tipo de modelos é aplicável quando são feitas pequenas, mas freqüentes, retiradas de uma população de grande dimensão, por exemplo, a pesca no mar ou oceano. Uma outra forma de introdução de funções de controle em equações da dinâmica populacional que admite imediatamente a influência de funções de controle nos processos de reprodução, competição e interação entre espécies, foi proposta por Svireghev e Elizarov [35]. Nas próximas sessões será apresentada uma generalização desta forma de introdução de funções de controle.

Neste trabalho são apresentadas as aplicações de teoria de controle ótimo em alguns problemas populacionais nos quais foram obtidas as soluções analíticas. Não se pretende apresentar todos os tipos de problemas do controle ótimo que foram resolvidos para sistemas populacionais. Alguns outros problemas do controle ótimo de sistemas populacionais podem ser procurados nas referências [4,5,7,16,17,35,46].

No documento MODELAGEM EM BIOMATEMÁTICA (páginas 30-35)

Documentos relacionados