A pesquisa teve como objetivo geral criar um processo, baseado nas contribuições da AI proposta pelo CPAI, para a construção de ontologias de domínio segundo o ponto de vista formal de um construto científico.
As contribuições da AI foram instrumentalizadas para a criação de um processo que permite a criação de ontologias com um viés segundo o qual algumas vantagens podem ser observadas. Tais vantagens podem ser sintetizadas pelo caráter exaustivo de pontos de aten- ção a serem considerados na constituição de uma ontologia, o que garante uma completude ao artefato no que tange às características desejáveis.
O problema de pesquisa definido neste trabalho teve como motivação a constante difi- culdade de utilizar os elementos teóricos tradicionais em relação à modelagem dos problemas da organização. O contato com os temas tratados no CPAI permitiu observar que o uso daque- les conceitos pode facilitar a compreensão dos elementos relativos à informação organizacio- nal. Daí a ideia de se aplicar os constructos do CPAI no ambiente de trabalho. O resultado mostrou-se promissor e disto resultou o intento de dissertar sobre o tema neste mestrado pro- fissional.
Compreender o material produzido pelo CPAI requereu um enorme esforço de pesqui- sa, leitura e seleção de conteúdos. Por tratar-se de uma pesquisa teórica, a compreensão ade- quada dos elementos conceituais envolvidos caracterizou as principais dificuldades da pesqui- sa, tanto em relação à extensão dos trabalhos produzidos pelo CPAI quanto pela complexida- de dos conceitos, pois o grupo tem desenvolvido um corpus teórico consistente que precisa ser compreendido em seu conjunto.
O principal resultado desta pesquisa foi o mapeamento das contribuições do CPAI em recomendações de uso para a construção de ontologias de domínio. A identificação da ontolo- gia como expressão de uma arquitetura da informação e o aproveitamento de seu referencial teórico como disciplina permite destacar a consistência de uma abordagem teórica baseada em AI.
A partir desta pesquisa puderam-se identificar alguns trabalhos futuros:
Estudos de casos de aplicação das recomendações produzidas na construção de ontolo- gias de domínio específicas;
Um aprofundamento da aplicação do MAIA na construção de ontologias de domínio específicas;
A caracterização dos artefatos intermediários que podem ser produzidos e os processos que devem ser seguidos para a construção de ontologias de domínio dentro das reco- mendações efetuadas.
A validação dos fatores críticos de sucesso identificados em um conjunto significativo de amostras experimentais.
A pesquisa naturalmente apresenta um conjunto de limitadores. Sabe-se que a análise das contribuições do CPAI foi mais abrangente do que profunda. Outros trabalhos poderiam aprofundar tais contribuições em outras áreas de conhecimento. Não se fez uma apreciação crítica das contribuições teóricas, antes se buscou a aplicabilidade delas. Outros trabalhos poderiam empreender uma avaliação crítica do corpus teórico produzido pelo Grupo de Brasí- lia de modo a validar o conjunto da produção.
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ANEXO A – GOVCONTACAIXA - PRODUTO PARA O ESTUDO DE
CASO
APÊNDICE B – ALGUMAS FERRAMENTAS DE CONSTRUÇÃO DE
ARQUITETURAS DA INFORMAÇÃO E DE ONTOLOGIAS
TOGAF (The Open Group Architecture Framework)4 propõe um processo metódico
juntamente com um conjunto de ferramentas de apoio para a AE (Arquitetura Empresa- rial). O TOGAF atinge seu objetivo com três principais componentes: (i) um método, o
Architectural Development Method (ADM); (ii) um repositório de modelos, padrões e
descrições de arquiteturas e (iii) um conjunto de recursos incluindo orientações para au- xiliar o ADM;
Wireframe. Utilizado no processo de tomada de decisões voltado à Web, é a fase inicial de um projeto, tomada pelo arquiteto da informação, onde várias informações são ob- servadas. O uso de Wireframe está orientado à identificação de objetos que irão consti- tuir o espaço de informação na Web. As observações concluem que, apesar da centrali- dade do Wireframe em projetos de páginas e sites na Web, a sua utilidade é orientada para determinados casos, podendo não ser fundamental para todos os contextos de pro- jetos. Em particular, tem baixa utilidade na construção de ontologias de domínio fora do contexto da Web.
GERAM (Generalized Enterprise Reference Architecture and Methodology), proposta pela IFIP-IFAC em 1999, é uma generalização da GIM, da PERA e da CIMOSA, e se utiliza das melhores partes dessas arquiteturas, com o intuito de servir como referência para todos os envolvidos na área de engenharia e integração de empresa. Foi classifica- do, na época, como integrador da engenharia organizacional. Tem como objetivo unifi- car diversas disciplinas envolvidas no processo de gerência de mudanças, ao considerar o desenho e a construção de soluções utilizando conceitos, métodos, linguagens e ins- trumentos. O framework considera ainda o reuso de modelos e módulos de implementa- ção;
Protégé5 é utilizado para construir ontologias de domínio, personalizar formulários de
entrada de dados, inserir e editar dados, possibilitando, então, a criação de bases de co- nhecimento guiadas por uma ontologia. Sua principal característica é o uso de modelos de lógica de primeira ordem para a construção de ontologias em que os conceitos e as relações podem ser validados.
4 http://www.opengroup.org/subjectareas/enterprise/togaf/ 5 protege.stanford.edu
OilEd ou DAML+OIL6 é um editor de ontologias de código aberto; permite construir
ontologias utilizando a linguagem OIL. Não é um ambiente completo para desenvolvi- mento de ontologias. Verificação da consistência e classificação automática da ontolo- gia podem ser executadas por ferramentas acessórias.
JOE (Java Ontology Editor)7 é uma ferramenta para construção e visualização de onto-
logias que proporciona gerenciamento do conhecimento em ambientes abertos, hetero- gêneos e com diversos usuários. As ontologias são visualizadas como um diagrama en- tidade-relacionamento, como o gerenciador de arquivos do MS Windows ou como uma estrutura em árvore. (MAHALINGAM; HUHNS, 1997);
TEIA8 (Tool for Enterprise Information Architecture) foi um modelo de criação de on-
tologias organizacionais proposto por (DUARTE, 2010). Nele é possível identificar as classes de conceitos, suas relações intrínsecas na organização e as visões históricas. A ferramenta atua como um sistema de informações sobre a organização, detalhando os componentes da ontologia de domínio dentro de uma perspectiva de integração de con- teúdos.
OntoEdit9 (Frame-Logic, OXML, RDF-Schema, OIL) é um ambiente gráfico para edi-
ção de ontologias; permite inspeção, navegação, codificação e alteração de ontologias. O modelo conceitual é armazenado usando um modelo de ontologia que pode ser mape- ado em diferentes linguagens de representação. As ontologias são armazenadas em ban- cos relacionais e podem ser implementadas em XML, FLogic, RDF(S) e DAML+OIL. WebODE10(WebODE’s XML, X-Carin) é um ambiente para engenharia ontológica que
fornece suporte à maioria das atividades de desenvolvimento de ontologias, fornecendo uma API (application programming interface) que facilita a integração com outros sis- temas, importa e exporta ontologias de linguagens de marcação.
VOID11 (CML, EXPRESS, Ontolingua) é um ambiente para navegação, edição e geren-
ciamento de ontologias que, por meio de simulações, possibilita o estudo de questões teóricas como, entre outras: organização de bibliotecas de ontologias e tradução entre diferentes formalismos.
6 OilEd (open source) http://oiled.man.ac.uk/ DAML+OIL: http://www.w3.org/Submission/2001/12/ 7 JOE (Java Ontology Editor) http://cit.cse.sc.edu/demos/java/joe/default.htm
8 TEIA: DUARTE, J. C. Uma Arquitetura Ágil da Informação Organizacional. Tese de Doutorado – Departa-
mento de Ciência da Informação e Documentação da Universidade de Brasília, 2010
9 http://www.semafora-systems.com/documents/tutorial_ontoedit.pdf. Acesso em 24/08/2015
10 http://www.oeg-upm.net/webode http://mayor2.dia.fi.upm.es/oeg-upm/index.php/en/old-technologies/60-
webode. Acesso em 03 setembro de 2014