• Nenhum resultado encontrado

5

CONCLUSÃO E PERSPECTIVAS

Os venenos das serpentes da família Viperidae são conhecidos por apresentar vasta atividade farmacológica, sendo as fosfolipases A2,os seus principais constituintes.

Apesar dessas toxinas serem objetivo de muitos estudos, ainda há controvérsias quanto as atividades farmacológicas das Asp49-PLA2s miotóxicas (BthTX-II e PrTX-III), uma

vez que consistem numa exceção em comparação as demais Asp49-PLA2s, que

apresentam alta atividade catalítica. É ainda carente o número de proteínas Asp49 miotóxicas conhecidas e cujas estruturas nativas ou complexadas foram elucidadas, sendo a BthTX-II/Ca2+ de grande contribuição para compreensão da baixa ou

inexistente atividade catalítica.

Foi possível concluir que a BthTX-II cristalizada em presença dos íons cálcio não apresentou este íonno sítio de coordenação do cálcio (loop de cálcio), ao contrário do observado nas PLA2s clássicas. Não foram perceptíveis diferenças substanciais entre

as estruturas cristalográficas da apo e BthTX-II/Ca2+, sendo que apenas uma região demonstrou-se distorcida e sem relação aparente com os resíduos responsáveis pela atividade catalítica. A oligomerização apresentada a partir da submissão ao PISA foi diferente da cristalográfica, havendo naquela exposição de resíduos do loop de cálcio de forma diferente das demais Asp49-PLA2s, o que pode ser o motivo da baixa atividade

catalítica. A estrutura da PrTX-I em presença de íons manganês conta com 10 regiões candidatas a possuir tais íons que deverão ser confirmadas por outros experimentos. Possivelmente essas regiões são importantes para a atividade miotóxica, incluindo a região do C-terminal. Assim, a conclusão deste estudo pode contribuir para a compreensão do mecanismo ação das Lys49-PLA2s.

Diante das dúvidas e hipóteses levantadas, algumas perspectivas podem ser traçadas para que mais informações sejam geradas com o objetivo de esclarecê-las e auxiliar a compreenção do mecanismo de ação da miotoxicidade e das diferenças entre as PLA2s, uma vez que são toxinas semelhantes e apresentam atividades diferentes.

• A co-cristalização da BthTX-II com inibidores pode apresentar as diferenças conformacionais responsáveis pela redução de sua atividade.

• A co-cristalização da BthTX-II com composto que provoque mudança no grupo espacial e na sua oligomerização, podendo se aproximar ao dímero biológico apontado pelo programa PISA e podendo gerar novos dados para comparação com a forma nativa.

Virtual screening e Docking de possíveis ligantes nas regiões apontadas pela presença dos íons de cálcio na BthTX-II e dos íons de manganês na PrTX-I, podendo assim gerar informações sobre moléculas com potencial farmacológico.

• Dinâmicas moleculares do dímero encontrado na BthTX-II/Ca2+ e do

dímero sugerido pelo programa PISA, comparação dos resultados gerados e inferência do dímero mais adequado.

As serpentes, animais temidos e surpreendes, podem contribuir ainda mais para a compreensão de fenômenos farmacológicos. Embora seja necessário produzir mais informação para chegar a conclusões efetivas sobre o mecanismo de ação das PLA2s,

grandes avanços já foram alcançados. As novas perspectivas descritas bem como novos experimentos realizados por outros grupos apresentam grande potencial para compreenção do mecanismo de ação de fosfolipases e podem oferecer informações úteis para elaboração de novos fármacos envolvidos com os processos farmacológicos dessas proteínas e com os males provocados pelos acidentes ofídicos.

REFERÊNCIAS

Ambrosio, A. L. B., M. C. Nonato, et al. A molecular mechanism for Lys(49)-phospholipase A(2) activity based on ligand-induced conformational change. Journal of Biological Chemistry, v.280, n.8, p.7326-7335. 2005.

Andriao-Escarso, S. H., A. M. Soares, et al. Structural and functional characterization of an acidic platelet aggregation inhibitor and hypotensive phospholipase A(2) from Bothrops jararacussu snake venom. Biochem Pharmacol, v.64, n.4, Aug 15, p.723-32. 2002.

Andriao-Escarso, S. H. et al. Myotoxic phospholipases A(2) in bothrops snake venoms: effect of chemical modifications on the enzymatic and pharmacological properties of bothropstoxins from Bothrops jararacussu. Biochimie, v.82, n.8, Aug, p.755-63. 2000.

Arni, R. K. e R. J. Ward. Phospholipase A(2) - A structural review. Toxicon, v.34, n.8, p.827-841. 1996. Asherie, N. Protein crystallization and phase diagrams. Methods, v.34, n.3, Nov, p.266-72. 2004. Austin, S. C. e C. D. Funk. Insight into prostaglandin, leukotriene, and other eicosanoid functions using mice with targeted gene disruptions. Prostaglandins Other Lipid Mediat, v.58, n.5-6, Nov, p.231-52. 1999.

Balsinde, J., M. A. Balboa, et al. Regulation and inhibition of phospholipase A2. Annu Rev Pharmacol Toxicol, v.39, p.175-89. 1999.

Berk, P. D. e D. D. Stump. Mechanisms of cellular uptake of long chain free fatty acids. Mol Cell Biochem, v.192, n.1-2, Feb, p.17-31. 1999.

Bingham, C. O., 3rd e K. F. Austen. Phospholipase A2 enzymes in eicosanoid generation. Proc Assoc Am Physicians, v.111, n.6, Nov-Dec, p.516-24. 1999.

Braud, S., C. Bon, et al. Snake venom proteins acting on hemostasis. Biochimie, v.82, n.9-10, Sep-Oct, p.851-9. 2000.

Brunger, A. T. Free R value: a novel statistical quantity for assessing the accuracy of crystal structures. Nature, v.355, n.6359, Jan 30, p.472-5. 1992.

Brunger, A. T., P. D. Adams, et al. Crystallography & NMR system: A new software suite for

macromolecular structure determination. Acta Crystallographica Section D-Biological Crystallography, v.54, Sep 1, p.905-921. 1998.

Cardoso, J. L. C., F. O. S. França, et al. Animais Peçonhentos no Brasil: biologia, clínica e teratêutica dos acidentes: Sarvier. 2002. 46-50 p.

Chioato, L., E. A. Aragao, et al. Mapping of the structural determinants of artificial and biological membrane damaging activities of a Lys49 phospholipase A(2) by scanning alanine mutagenesis. Biochimica Et Biophysica Acta-Biomembranes, v.1768, n.5, p.1247-1257. 2007.

Chioato, L., A. H. C. De Oliveira, et al. Distinct sites for myotoxic and membrane-damaging activities in the C-terminal region of a Lys(49)-phospholipase A(2). Biochemical Journal, v.366, p.971-976. 2002. Chippaux, J. P. Snake-bites: appraisal of the global situation. Bull World Health Organ, v.76, n.5, p.515- 24. 1998.

Chippaux, J. P. e M. Goyffon. Venoms, antivenoms and immunotherapy. Toxicon, v.36, n.6, Jun, p.823- 46. 1998.

Cintra-Francischinelli, M., P. Pizzo, et al. The C-terminal region of a Lys49 myotoxin mediates Ca(2+) influx in C2C12 myotubes. Toxicon, Oct 14. 2009.

Correa, L. C., D. P. Marchi-Salvador, et al. Crystal structure of a myotoxic Asp49-phospholipase A2 with low catalytic activity: Insights into Ca2+-independent catalytic mechanism. Biochim Biophys Acta, v.1784, n.4, Apr, p.591-9. 2008.

De Azevedo, W. F., Jr., R. J. Ward, et al. Crystal structure of piratoxin-I: a calcium-independent, myotoxic phospholipase A2-homologue from Bothrops pirajai venom. Toxicon, v.36, n.10, Oct, p.1395- 406. 1998.

Delano, W. L. The PyMOL Molecular Graphics System. San Carlos, CA: DeLano Scientific LLC. 2002 Dennis, E. A. J. Diversity of group types, regulation, and function of phospholipase A2. J Biol Chem., v.269, n.18, p.13057-13060. 1994.

Diaz, C., J. M. Gutierrez, et al. Isolation and characterization of basic myotoxic phospholipases A2 from Bothrops godmani (Godman's pit viper) snake venom. Arch Biochem Biophys, v.298, n.1, Oct, p.135-42. 1992.

Dos Santos, J. I., C. A. Fernandes, et al. The intriguing phospholipases A2 homologues: relevant structural features on myotoxicity and catalytic inactivity. Protein Pept Lett, v.16, n.8, p.887-93. 2009. Dos Santos, J. I., A. M. Soares, et al. Comparative structural studies on Lys49-phospholipases A(2) from Bothrops genus reveal their myotoxic site. J Struct Biol, v.167, n.2, Aug, p.106-16. 2009.

Drenth, J. Principles of Protein X-ray crystallography. New York: Springer-Verlag. 1994

Emsley, P. e K. Cowtan. Coot: model-building tools for molecular graphics. Acta Crystallogr D Biol Crystallogr, v.60, n.Pt 12 Pt 1, Dec, p.2126-32. 2004.

Francis, B., J. M. Gutierrez, et al. Myotoxin II from Bothrops asper (Terciopelo) venom is a lysine-49 phospholipase A2. Arch Biochem Biophys, v.284, n.2, Feb 1, p.352-9. 1991.

Gijon, M. A. e C. C. Leslie. Regulation of arachidonic acid release and cytosolic phospholipase A2 activation. J Leukoc Biol, v.65, n.3, Mar, p.330-6. 1999.

Goyal, K. e S. C. Mande. Exploiting 3D structural templates for detection of metal-binding sites in protein structures. Proteins, v.70, n.4, Mar, p.1206-18. 2008.

Gu, L., H. Zhang, et al. Structure of an acidic phospholipase A2 from the venom of Deinagkistrodon acutus. Acta Crystallogr D Biol Crystallogr, v.58, n.Pt 1, Jan, p.104-10. 2002.

Gutierrez, J. M. e B. Lomonte. Phospholipase A2 myotoxins from Bothrops snake venoms. Toxicon, v.33, n.11, Nov, p.1405-24. 1995.

Gutiérrez, J. M. e B. Lomonte. Venom phospholipase A2 enzymes: structure, function and mechanism. R. M. Kini. Chichester: Wiley: 321-352 p. 1997.

Gutierrez, J. M., J. Nunez, et al. Skeletal muscle degeneration and regeneration after injection of bothropstoxin-II, a phospholipase A2 isolated from the venom of the snake Bothrops jararacussu. Exp Mol Pathol, v.55, n.3, Dec, p.217-29. 1991.

Homsi-Brandeburgo, M. I., L. S. Queiroz, et al. Fractionation of Bothrops jararacussu snake venom: partial chemical characterization and biological activity of bothropstoxin. Toxicon, v.26, n.7, p.615-27. 1988.

Jones, T. A., M. Bergdoll, et al. O: a macromolecule modeling environment. New York: Springer-Verlag. C. E. Bugg e S. E. Ealick: 189-95 p. 1990.

Kashchiev, D. Nucleation Theory: Basic Theory and Applications. Chemical Engineering Journal, v.83, n.1, 2001/04/15, p.66. 2001.

Kini, R. M. Structure-function relationships and mechanism of anticoagulant phospholipase A2 enzymes from snake venoms. Toxicon, v.45, n.8, Jun 15, p.1147-61. 2005.

Kini, R. M. e H. J. Evans. A model to explain the pharmacological effects of snake venom phospholipases A2. Toxicon, v.27, n.6, p.613-35. 1989.

Krissinel, E. e K. Henrick. Inference of macromolecular assemblies from crystalline state. Journal of Molecular Biology, v.372, n.3, Sep 21, p.774-797. 2007.

Laskowski, R. A., M. W. Macarthur, et al. Procheck - a Program to Check the Stereochemical Quality of Protein Structures. Journal of Applied Crystallography, v.26, Apr 1, p.283-291. 1993.

Lee, W. H., M. T. Da Silva Giotto, et al. Structural basis for low catalytic activity in Lys49 phospholipases A2--a hypothesis: the crystal structure of piratoxin II complexed to fatty acid. Biochemistry, v.40, n.1, Jan 9, p.28-36. 2001.

Liu, S. Y., K. Yoshizumi, et al. Purification and amino acid sequence of basic protein II, a lysine-49- phospholipase A2 with low activity, from Trimeresurus flavoviridis venom. J Biochem, v.107, n.3, Mar, p.400-8. 1990.

Lomonte, B., Y. Angulo, et al. Comparative study of synthetic peptides corresponding to region 115-129 in Lys49 myotoxic phospholipases A2 from snake venoms. Toxicon, v.42, n.3, Sep, p.307-12. 2003. Lomonte, B., E. Moreno, et al. Neutralizing interaction between heparins and myotoxin II, a lysine 49 phospholipase A2 from Bothrops asper snake venom. Identification of a heparin-binding and cytolytic toxin region by the use of synthetic peptides and molecular modeling. J Biol Chem, v.269, n.47, Nov 25, p.29867-73. 1994.

Mancuso, L. C., M. M. Correa, et al. Fractionation of Bothrops pirajai snake venom: isolation and characterization of piratoxin-I, a new myotoxic protein. Toxicon, v.33, n.5, May, p.615-26. 1995. Maraganore, J. M., G. Merutka, et al. A new class of phospholipases A2 with lysine in place of aspartate 49. Functional consequences for calcium and substrate binding. J Biol Chem, v.259, n.22, Nov 25, p.13839-43. 1984.

Mcpherson, A. Introduction to Macromolecular Cristallography. Hoboken: Wiley-Liss. 2003 Mcree, D. E. Practical Protein Crystallography. San Diego: Academic Press. 1993. 386p p.

Mikol, V., E. Hirsch, et al. Diagnostic of precipitant for biomacromolecule crystallization by quasi-elastic light-scattering. J Mol Biol, v.213, n.1, May 5, p.187-95. 1990.

Moolenaar, W. H., O. Kranenburg, et al. Lysophosphatidic acid: G-protein signalling and cellular responses. Curr Opin Cell Biol, v.9, n.2, Apr, p.168-73. 1997.

Murshudov, G. N., A. A. Vagin, et al. Refinement of macromolecular structures by the maximum- likelihood method. Acta Crystallogr D Biol Crystallogr, v.53, n.Pt 3, May 1, p.240-55. 1997.

Navaza, J. Amore - an Automated Package for Molecular Replacement. Acta Crystallographica Section A, v.50, Mar 1, p.157-163. 1994.

Otwinowski, Z. e W. Minor. Processing of X-ray diffraction data collected in oscillation mode. Macromolecular Crystallography, Pt A, v.276, p.307-326. 1997.

Pereira, M. F., J. C. Novello, et al. The amino acid sequence of bothropstoxin-II, an Asp-49 myotoxin from Bothrops jararacussu (Jararacucu) venom with low phospholipase A2 activity. J Protein Chem, v.17, n.4, May, p.381-6. 1998.

Potterton, E., P. Briggs, et al. A graphical user interface to the CCP4 program suite. Acta Crystallogr D Biol Crystallogr, v.59, n.Pt 7, Jul, p.1131-7. 2003.

Rigden, D. J., L. W. Hwa, et al. The structure of the D49 phospholipase A2 piratoxin III from Bothrops pirajai reveals unprecedented structural displacement of the calcium-binding loop: possiblerelationship to cooperative substrate binding. Acta Crystallogr D Biol Crystallogr, v.59, n.Pt 2, Feb, p.255-62. 2003. Rosenberg, P. Handbook of toxinology. W. T. Shyer e D. Mebs. New York: Dekker 1990.

Rufini, S., P. Cesaroni, et al. Calcium ion independent membrane leakage induced by phospholipase-like myotoxins. Biochemistry, v.31, n.49, Dec 15, p.12424-30. 1992.

Saridakis, E. e N. E. Chayen. Systematic improvement of protein crystals by determining the supersolubility curves of phase diagrams. Biophys J, v.84, n.2 Pt 1, Feb, p.1218-22. 2003.

Schaloske, R. H. e E. A. Dennis. The phospholipase A2 superfamily and its group numbering system. Biochim Biophys Acta, v.1761, n.11, Nov, p.1246-59. 2006.

Scott, D. L., A. Achari, et al. Crystallographic and biochemical studies of the (inactive) Lys-49

phospholipase A2 from the venom of Agkistridon piscivorus piscivorus. J Biol Chem, v.267, n.31, Nov 5, p.22645-57. 1992.

Soares, A. M., S. H. Andriao-Escarso, et al. Dissociation of enzymatic and pharmacological properties of piratoxins-I and -III, two myotoxic phospholipases A2 from Bothrops pirajai snake venom. Arch

Biochem Biophys, v.387, n.2, Mar 15, p.188-96. 2001.

Soares, A. M., Y. Oshima-Franco, et al. Mn2+ ions reduce the enzymatic and pharmacological activities of bothropstoxin-I, a myotoxic Lys49 phospholipase A(2) homologue from Bothrops jararacussu snake venom. International Journal of Biochemistry & Cell Biology, v.34, n.6, p.668-677. 2002.

Soares, A. M., W. P. Sestito, et al. Alkylation of myotoxic phospholipases A2 in Bothrops moojeni venom: a promising approach to an enhanced antivenom production. Int J Biochem Cell Biol, v.36, n.2, Feb, p.258-70. 2004.

Soares, A. M., F. K. Ticli, et al. Medicinal plants with inhibitory properties against snake venoms. Curr Med Chem, v.12, n.22, p.2625-41. 2005.

Toyama, M. H., A. M. Soares, et al. Amino acid sequence of piratoxin-I, a myotoxin from Bothrops pirajai snake venom, and its biological activity after alkylation with p-bromophenacyl bromide. J Protein Chem, v.17, n.7, Oct, p.713-8. 1998.

Valentin, E. e G. Lambeau. What can venom phospholipases A(2) tell us about the functional diversity of mammalian secreted phospholipases A(2)? Biochimie, v.82, n.9-10, Sep-Oct, p.815-31. 2000.

Wang, X. Q., J. Yang, et al. Crystal structure of an acidic phospholipase A2 from the venom of Agkistrodon halys pallas at 2.0 A resolution. J Mol Biol, v.255, n.5, Feb 9, p.669-76. 1996. Ward, R. J., W. F. De Azevedo Jr., et al. At the interface: crystal structures of phospholipases A2. Toxicon, v.36, n.11, p.1623-33. 1998.

Warrell, D. A. Clinical features of envenoming ROM snake bites, in Envenomings and their treatments. Lyon. 1996 (Ed. Fondation Marcel Mérieux)

Yoshizumi, K., S. Y. Liu, et al. Purification and amino acid sequence of basic protein I, a lysine-49- phospholipase A2 with low activity, from the venom of Trimeresurus flavoviridis (Habu snake). Toxicon, v.28, n.1, p.43-54. 1990.

APÊNDICE

Segue abaixo resumo publicado no Livro Anais do 11º Encontro Regional de Biomedicina:

1.6.2 ESTUDOS ESTRUTURAIS PRELIMINARES SOBRE A PrTX-I EM PRESENÇA DE ÍONS MANGANÊS.

BORGES, R. J.1; SANTOS, J. I.1; SOARES, A. M.2; FONTES, M. R. M.1;

1 UNESP - Campus Botucatu. 2 Universidade de São Paulo - Campus Ribeirão Preto.

Serpentes do gênero Bothrops representam um assunto de grande interesse científico, médico e social no

Brasil, pois são responsáveis mais de 90% do total de acidentes ofídicos que ocorrem no país. Venenos botrópicos contêm diversas toxinas, sendo um de seus principais componentes as fosfolipases A2. Fosfolipases A2 (PLA2s) são enzimas pequenas, estáveis e cálcio-dependentes que hidrolisam a ligação éster sn-2 de fosfolipídios, liberando lisofosfolipídios e ácidos graxos. Estas toxinas induzem diversos efeitos farmacológicos, como atividade hipontensora, cardiotóxica, neurotóxica e miotóxica, sendo esta última objetivo de diversos estudos, já que a lesão muscular não é eficazmente neutralizada pela soroterapia. Recentes estudos demonstraram redução da atividade miotóxica da bothropstoxina-I (BthTX- I, uma Lys49-PLA2) na presença de íons divalentes quando injetados em ratos, sendo que a maior redução foi observada com íons manganês quando pré-incubados com a toxina antes da injeção. Nesse

trabalho, relatamos a co-cristalização da piratoxina-I (PrTX-I), uma PLA2 dimérica e básica de Bothrops

pirajai, com íons manganês, bem como estatísticas dos dados de difração de raios-X. A estrutura

cristalográfica foi determinada utilizando técnicas de substituição molecular através do programa AMoRe. Os dados da difração de raios-X foram coletados a 1,9 Å (LNLS, Campinas) com dados 92,3% completos e Rmerge =10.1%. O cristal pertence ao grupo espacial P3121 com célula unitária de a = b = 55,17, c =

126.28 Å. Resultados preliminares indicam duas densidades eletrônicas que podem corresponder ao manganês. A proteína está sendo refinada através do programa CNS e estudos comparativos serão realizados com o intuíto de compreender a redução da atividade miotóxica quando o mangânes interage com a toxina.

Segue abaixo resumo publicado na revista The Journal of Venomous Animals and Toxins including Tropical Diseases decorrente da participação do 11º Encontro Regional de Biomedicina:

Documentos relacionados