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III. Realização da Prática Profissional

7. Conclusão e Perspetivas de Futuro

Neste ultimo capítulo, é apresentada uma conclusão geral refletora de todo o processo de estágio e as consequências do mesmo nas aprendizagens da estagiária.

Este ano, foi como o nome do ramo de mestrado indica, realmente, um processo de aprofundamento de competências profissionais. Estas aprendizagens resultaram tanto da prática, como das constantes pesquisas teóricas realizadas, ao longo ano, necessárias para fundamentar a intervenção. Mas, penso que as mais importantes aprendizagens tenham resultado da prática profissional, no contacto com as crianças e com a equipa do CSPSMCC, na resolução de problemas que foram surgindo, na partilha de experiência, que todos, de alguma forma, contribuíram para o enriquecimento dos meus conhecimentos e capacidades enquanto psicomotricista.

Considero que tenha sido uma experiência muito positiva que permitiu atingir os meus objetivos definidos na entrada para mestrado de Reabilitação Psicomotora. Desenvolvi mais experiência e competências importantes no trabalho com crianças de idades 0 aos 6 anos, que é a minha área de interesse. Foi uma experiência positiva não só para mim, como para as crianças e famílias com quem interagi, pois fui recebendo feedbacks muito positivos de todas as partes, incluindo a equipa do CSPSMCC.

A nível cientifico, penso que continua a ser necessário, estudar e avaliar a eficácia e importância da intervenção precoce nos âmbitos preventivos e educativos nas idades pré- escolares. Além disso, penso que, ainda que para nós profissionais esteja completamente claro que a Intervenção Precoce deve focar-se na família como um todo e não apenas na criança, outros profissionais, sem formação nesta área, ainda não têm esta noção. Por isso, sensibilizações, palestras e outras formas de alerta, sobre esta temática, poderiam ser bastante importantes no esclarecimento geral da população, sobre esta forma de intervir.

Cresci muito, tanto a nível pessoal como profissional, e espero continuar a fazê-lo no futuro, pois a nossa profissão depende muito deste crescimento continuo, em ambos os níveis. No futuro, espero poder continuar a minha prática profissional na Intervenção Psicomotora em idades precoces, especialmente, com grupos de crianças em creches e jardins de infância, no âmbito preventivo e educativo. Mas também, ainda nestas idades, trabalhar mais com crianças com perturbações de desenvolvimento. Não só com crianças com diagnóstico de Perturbação do Especto do Autismo, mas, também, com outras problemáticas. Pois, antes desta experiência nunca tinha trabalhado com crianças com

necessidades educativas especiais, tendo assim, sido um desafio muito importante e difícil, mas muito interessante e enriquecedor.

Espero também, conseguir incluir mais facilmente, a componente familiar fundamental da intervenção precoce, na minha prática com futuras crianças, o que não consegui durante este estágio, pois acredito que seja determinante no processo de intervenção de cada criança, uma vez, que este é o seu contexto de crescimento e desenvolvimento principal. Por fim, quero continuar a experienciar novos desafios, a desenvolver novas aprendizagens e adquirir mais conhecimentos, para que o meu futuro, enquanto psicomotricista, possa ter o mais sucesso possível e eu ser cada vez mais eficaz para com as populações com quem intervir.

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Anexo B - Termo de Consentimento Informado

AUTORIZAÇÃO Exmo. Encarregado de Educação,

Enquanto Técnica Superior de Reabilitação Psicomotora e estagiária no Centro Social e Paroquial de Santa Marta de Casal de Cambra, venho solicitar a sua autorização para a realização de uma avaliação de desenvolvimento ao seu educando.

Esta avaliação tem como objetivo a recolha de informações sobre o desenvolvimento de cada criança em diversos domínios, para, numa fase posterior, traçar o perfil de desenvolvimento infantil e desenvolver objetivos de intervenção individuais. Será utilizado o instrumento de avaliação Schedule of Growing Skills II que, a partir de diversas tarefas, avalia capacidades motoras e manipulativas, de audição e visão, linguagem e interação social, tal como, a cognição e a autonomia.

A avaliação surge no âmbito da unidade curricular Atividades de Aprofundamento de Competências Profissionais (Estágio Profissional), inserida no segundo ano do Mestrado de Reabilitação Psicomotora na Faculdade de Motricidade Humana (Universidade de Lisboa).

A participação é voluntária e durante todo o processo, tem o direito de tirar qualquer dúvida ou pedir qualquer outro esclarecimento.

Agradeço desde já a sua atenção e colaboração.

Casal de Cambra, 31 de outubro de 2016, Solange Alexandra de Assunção Moura

---

Eu____________________________________________________, (Encarregado de Educação), de __________________________________________________, (nome da criança) da Educadora ________________________ autorizo a avaliação a realizar por parte da Estagiária Solange Moura.

Assinatura do Encarregado de Educação

Anexo C – Exemplo de um relatório de observação e avaliação

Relatório de Avaliação Psicomotora e de Desenvolvimento Inicial

Nome: JG Data da avaliação formal: 24 de novembro de 2016 Avaliadora: Solange Moura, Técnica Superior de Reabilitação Psicomotora

A avaliação formal, realizada individualmente, com a aplicação da Schedule of Growing Skills ll, permitiu perceber que o J tem como áreas fortes: capacidades manipulativas, compreensão visual e auditiva, capacidades de autonomia e cognição; domínios nos quais obteve a pontuação máxima tendo em conta a sua idade. Relativamente às capacidades locomotoras, estas foram consideradas como uma área intermédia pois verificou-se uma prestação satisfatória, ainda acima do tracejado da idade cronológica, mas em que se observaram pequenas dificuldades, uma vez que o J não salta ao pé coxinho e não desce as escadas com alternância de pés, de modo independente. Como áreas fracas, no J observaram-se os domínios Fala e Linguagem e Interação Social nos quais obteve resultados abaixo do tracejado para a sua idade.

Uma avaliação informal, através da observação do comportamento do J, em diversos momentos em grupo, permitiu retirar algumas conclusões relativas ao seu comportamento e prestação. A nível da fala e linguagem foi observado que o J apresenta algumas dificuldades em manter conversações simples, ou seja, em descrever e relatar vagamente acontecimentos recentes. Quando lhe são feitas perguntas sobre o que fez ou o que mais gostou nas sessões de psicomotricidade, o J tende a dar a mesma resposta “a mãe, a pai e kiko” e apenas após alguma insistência e pistas verbais, é que dá uma resposta adequada à questão realizada. Além disso, por vezes, exprime-se com palavras em inglês e não em português.

Quanto à interação social, o J apresenta algumas dificuldades na partilha de brinquedos e na participação em jogos de cooperação/pares, tal como no cumprimento de regras dos mesmos. O J brinca maioritariamente sozinho, encontrando-se, por vezes, dentro de um grupo, mas em brincadeira individual.

É importante, referir que o J, na maioria das vezes, apresenta um comportamento ajustado, durante as sessões, uma vez que mostra gosto e motivação pelas atividades motoras e jogos realizados, tal como, facilidade na realização dos mesmos. No entanto, por vezes, apresenta alguns padrões de comportamento desadequados como: correr e andar pelo salão quando é pedido para estar sentado ou em espera para realizar os jogos e chorar

quando é contrariado. Quando são realizadas atividades com cores, o J tem a tendência de escolher tudo o que for azul e se por acaso algum colega também o fizer ou esta não for uma opção para ele, fica frustrado e recusa-se a utilizar materiais das restantes cores. Ainda, relativamente às cores, durante a avaliação formal, nas atividades dos cubos, foi observada a necessidade do J de construir torres com uma só cor, mesmo após lhe ter sido explicado e demonstrado que não era necessário. Só depois de colocar todos os cubos duma cor é que o J avançava para cubos de uma cor diferente.

Sendo assim, é compreendido que, no geral, a nível motor e cognitivo, o J não apresenta dificuldades, mostrando competências em algumas áreas até acima da sua idade (compreensão visual e capacidades manipulativas) mas a nível da fala e linguagem e no domínio comportamental, foram observadas algumas dificuldades e, por vezes, comportamentos desviantes tendo em conta o típico para a sua idade, que se têm mantido ao longo do tempo.

Anexo E – Lista de Materiais Disponíveis e Construídos

Materiais Disponíveis no CSPSMCC

6 Arcos Tapete de esponja com números

20 Colchões 100 Bolas de piscina

Espelho 2 Bolas de esponja

1 Set de bowling 2 Bolas de peluche

30 Mini colchões redondos 10 Bolas de basquete e futebol

20 Colchões tipo yoga 2 Bolas Suíças

Materiais comprados ou construídos pela estagiária

Túnel Copos de plástico

Cordas Painel de figuras geométricas

Garrafas sensoriais Cubo de cores

Esponjas de piscina Painel de Sequências de cores Bastões de esponja Jogos de memória e encaixe

Balões Areia sensorial

Palhinhas Letras e números de esponja

Pés para saltar em várias direções Pinos de bowling de diferentes tamanhos

Cubos sensoriais Molas com cores

Anexo F – Sessão Dia do Pijama

Sala Descrição/Objetivos Comportamentais Objetivos gerais Material Estratégias Tempo

Sala do Sonecas

As crianças encontram-se sentadas em círculo. Uma de cada vez, devem vir ter com a psicomotricista, retirar um papel do saco e depois em conjunto com o grupo e com apoio da psicomotricista, procurar a carta correspondente (cor e número). De seguida, a psicomotricista lê a instrução e explica o jogo. As crianças devem realizar as tarefas, com demonstração e ajuda física, caso necessário.

Estimulação das capacidades locomotoras, equilíbrio, trabalho em grupo, estruturação espácio- temporal, estimulação da imaginação, representação mental e expressão corporal, discriminação de cores, identificação de números

Saco com papéis Cartas do jogo

Tampas (p/ o coração - 8) Demonstração Instrução verbal Feedback corretivo Ajuda verbal e física Dispor o grupo em círculo, para que estejam todos visíveis 30’ Sala dos Sonhadores

As crianças encontram-se sentadas em círculo. Uma de cada vez, devem vir ter com a psicomotricista, retirar um papel do saco e depois em conjunto com o grupo procurar a carta correspondente (cor e número). De seguida, a psicomotricista lê a instrução e explica o jogo. As crianças devem realizar as tarefas, com demonstração e ajuda física, caso necessário.

30’

Sala dos Saltitões

As crianças encontram-se sentadas em círculo. Aos pares, devem vir ter com a psicomotricista e uma das crianças retira um papel do saco e depois em conjunto procuram a carta correspondente (cor e número). De seguida, a psicomotricista lê a instrução e explica o jogo. As crianças devem realizar as tarefas, com demonstração e ajuda física, caso necessário.

Anexo G – Sessão de Estimulação Sensorial

Atividades Objetivos Comportamentais Objetivos gerais Material Estratégias Tempo

Conversa inicial +

“Os sentidos e o que podemos fazer”

As crianças sentadas conversam com a psicomotricista sobre os sentidos e as partes do corpo associadas. Depois, em grupo, escutam a explicação da psicomotricista sobre cada área (visão, tato, audição, olfato, propriocepção).

As crianças devem ser capazes de responder a questões, e.g.: o que usamos para ver/ouvir/cheirar. Devem ser capazes de associar os verbos à parte do corpo e depois aos sentidos. Devem ser capazes de permanecer em silêncio e tranquilos enquanto lhes é dado a conhecer os diferentes materiais. Cognição, Atenção e concentração, noção corporal, estimulação sensorial, associação Materiais de estimulação dos sentidos Demonstração Instrução verbal Feedback corretivo Ajuda verbal 20’ “Vamos explorar”

As crianças, divididas em 4 grupos e em sistema rotativo, exploram os materiais das áreas de estimulação sensorial, independentemente.

As crianças devem ser capazes de explorar os diferentes materiais de estimulação sensorial; com apoio manual e verbal quando necessário.

Estimulação sensorial 20’

Conversa final

Enquanto uma música calma toca, as crianças sentadas, inspiram e expiram profundamente. Depois fazem uma revisão com a psicomotricista sobre os sentidos e as partes do corpo associadas. E o que preferiram na sessão.

As crianças devem ser capazes de retornar ao estado de calma e realizar os movimentos demonstrados. Devem ser capazes de associar os verbos à parte do corpo e depois aos sentidos. Não apresentando desconforto e permanecendo calmos e tranquilos durante a atividade. Retorno à calma Cognição, Atenção e concentração, noção corporal, estimulação sensorial, associação

Falar num tom baixo e por uma

música a tocar para induzir um estado de calma

Anexo H – Exemplo de um relatório de avaliação inicial de

grupo entregue à educadora de sala

Relatório de Avaliação Inicial dos Sonecas

Teste de Avaliação do Desenvolvimento – “The Schedule of Growing Skills II”

Avaliadora: Solange Moura, Técnica Superior de Reabilitação Psicomotora

A avaliação inicial tem como objetivo a recolha de informação sobre as capacidades e dificuldades de cada criança de modo a estabelecer objetivos a atingir até ao final da intervenção, através das sessões de psicomotricidade no âmbito da Intervenção Precoce. Esta avaliação baseou-se numa avaliação formal com a aplicação da Schedule of Growing Skills ll (SGS II), entre 15 e 24 de outubro, em momentos individuais com cada criança, e uma avaliação informal através da observação do comportamento de cada criança, em diversos momentos.

A Schedule of Growing Skills II é um teste de avaliação do desenvolvimento que, a partir de diversas tarefas, possibilita avaliar o nível de desenvolvimento da criança através de pontuações em dez domínios do desenvolvimento (posturas passivas e ativas, capacidades motoras e manipulativas, audição e visão, linguagem e interação social, cognição e autonomia). Estas pontuações permitem traçar o perfil de desenvolvimento infantil, através da comparação com os resultados estandardizados. Trata-se, portanto, de um teste de referência à norma que permite identificar as áreas fortes, fracas e intermédias