• Nenhum resultado encontrado

Ao longo deste projeto, percorreram-se as diferentes fases do dimensionamento de uma estrutura de betão armado, iniciando-se pela análise da arquitetura do edifício, modelação, análise de resultados, dimensionamento, até à pormenorização dos diversos elementos estruturais com base nos Eurocódigos Estruturais, cujo principal objetivo de implementação, consiste na uniformização e harmonização do projeto estrutural nos diferentes países da União Europeia. O edifício em estudo por se situar em Lisboa, e atendendo à sismicidade da zona, foi dimensionado sobretudo com base nas disposições prescritas no EC8 para edifícios sismo- resistentes.

A aplicação dos Eurocódigos, mais precisamente do EC8, constituí um processo de grande complexidade na contabilização e no tratamento dos efeitos da ação sísmica. Por exemplo, o facto da regularidade estrutural condicionar o tipo de análise a ser realizado, dificulta a compatibilização do projeto de estrutura e de arquitetura. Introduz conceitos novos relativamente ao coeficiente de comportamento, o aparecimento do conceito de “ coeficiente de importância”, das classes de ductilidade, e da aplicação do Cálculo pela Capacidade Real de modo a tirar partido da ductilidade dos materiais estruturais, garantindo a formação de rótulas plásticas e consequentemente garantir o mecanismo de rotura expectável (roturas dúcteis).

No projeto desenvolvido, uma vez que se adotou uma solução de lajes fungiformes assentes em pilares e paredes (ligados na periferia por vigas exteriores), para esses tipos de lajes o EC8 não apresenta muitos esclarecimentos, apenas recomenda que estas lajes não sejam utilizadas como parte de elementos sísmicos primários devido a falta de capacidade de dissipação de energia das mesmas na ligação aos pilares.

O sistema estrutural embora classificado como sistemas de paredes, não garantia os requisitos de torção mínima, devendo isto à disposição dos elementos estruturais verticais. Neste caso, se não fossem os condicionalismos impostos pela arquitetura, alterar-se-ia a disposição dos elementos estruturais de modo a diminuir o efeito de torção na estrutura.

Para a análise do edifício em estudo, o modelo tridimensional desenvolvido no SAP2000 foi extremamente importante, possibilitando a obtenção de resultados precisos, para análise estrutural.

De uma forma contínua este projeto possibilitou o desenvolvimento de competências face aos Softwares utilizados, constituindo assim ferramentas para a aplicação em projetos futuros.

125 A aplicação do Cálculo pela Capacidade Real, filosofia que assegura às estruturas um mecanismo de rotura dúctil em vez de roturas frágeis, faz com que haja um aumento significativo dos esforços resistentes, sendo no entanto essa metodologia um pouco trabalhosa.

Em relação à pormenorização dos diversos elementos, o EC8 impõe medidas relativamente a pormenorização das zonas críticas, nomeadamente quanto ao afastamento das armaduras de confinamento dessas zonas complementando assim as disposições prescritas no EC2, o que traz melhorias significativas, embora, em certos casos os espaçamentos reduzidos nas armaduras de confinamento dificultarem a execução de certos elementos.

De um modo geral, conclui-se que a elaboração de um projeto é um processo de tomada de decisões tendo sempre em atenção a aplicação dos regulamentos, e que os Eurocódigos são abrangentes, mas a aplicação desses regulamentos constituí um desafio interessante, uma vez que abordam vários conceitos importantes no âmbito do projeto estrutural face as ações, em especial a ação sísmica, e sobretudo face ao meio envolvente.

126

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

NP EN 1990:2009;” Eurocódigo 0- Bases para o projeto de estruturas”, CEN, Bruxelas. NP EN 1991-1-1:2009;” Eurocódigo 1- Ações em estruturas-Parte 1-1:Ações gerais- pesos

volúmicos, pesos próprios, sobrecargas em edifícios ”, CEN, Bruxelas.

NP EN 1992-1 -1:2010; “ Eurocódigo 2 – Projeto de estruturas de Betão – Parte1 -1: Regras

gerais e regras para edifícios”, CEN, Bruxelas.

NP EN 1997-1:2010; “ Eurocódigo 7 – Projeto geotécnico – Parte 1: Regras gerais”, CEN,

Bruxelas.

NP EN 1998-1:2010; “ Eurocódigo 8 – Projeto de estruturas para resistência aos sismos – Parte

1: Regras gerais, ações sísmicas e regras para edifícios”, CEN, Bruxelas.

NP EN206-1: 2007; “ Betão – Parte 1: Especificação, desempenho, produção e Conformidade ”, CEN, Bruxelas.

COSTA, António; “ Aplicação do Eurocódigo 8 ao projeto de edifícios – Projeto de estruturas

para resistência aos sismos”, Ordem dos Engenheiros, Lisboa/Porto, 2011.

JACINTO, Luciano; “ Dimensionamento sísmico de edifícios de betão segundo o EC8-

1”,2014.

REIS, Ana Rita; “Ligação viga-pilar de alto desempenho sísmico”, Lisboa: FCT/UNL, 2012. LOPES, Mário; “Sismos e Edifícios”.

GORGULHO, António; “Betão Estrutural II-Versão atualizada segundo o Eurocódigo 2”,

Departamento de Engenharia Civil, ISEL, Lisboa, 2007.

LÚCIO, Valter; - “Estruturas de Betão Armado I - Estado Limite de Deformação”,

Departamento de Engenharia Civil, UNL, 2006.

NOVAIS, Tiago Filipe Pereira; - “Projeto de fundações e estrutura de um colégio em Ponta

Delgada utilizando os Eurocódigos estruturais”, Lisboa: Instituto Superior de Engenharia de Lisboa 2014.

PIRES, Sérgio Salústio; - “ Projeto de fundações e Estrutura de um Edifício de Betão Armado”,

Lisboa: Instituto Superior de Engenharia de Lisboa 2015.

ROMÃOZINHO, Manuel Francisco; - “Dimensionamento para a Ação Sísimica”, Lisboa:

127

LISTA DE PEÇAS DESENHADAS

Projeto de Arquitetura Nº de ordem

Plantas de Arquitetura 01 a 09

Alçados e Cortes 10 a 14

Projeto de Fundações e Estrutura

Plantas Estruturais 15 a 25 Fundações 26 Quadros de Pilares 27 a 30 Paredes 31 e 32 Vigas 33 a 40 Lajes 41 a 56 Escadas 57

Pormenor tipo dos Muros de Suporte 58

Pormenor tipo das Vigas de Cobertura 59

128

ANEXOS

Anexo A – Dimensões dos elementos estruturais

Anexo B – Definição dos centros de rigidez e identificação dos centros de massa de cada piso Anexo C – Modos de vibração e fatores de participação modal

Anexo D – Comprimentos críticos e espaçamentos máximos da armadura transversal em vigas Anexo E – Armadura longitudinal, taxa da armadura longitudinal e armadura transversal em vigas

Anexo F – Comprimentos críticos e espaçamentos máximos da armadura transversal em pilares sísmicos primários

Anexo G – Armadura longitudinal e transversal em pilares sísmicos primários Anexo H – Características e disposições construtivas das paredes estruturais Anexo I – Armadura longitudinal e transversal nos pilares fictícios das paredes

Anexo J – Pilares de extremidade das paredes que constituem os núcleos dos elevadores (NU) Anexo K – Vigas de escadas, vigas das rampas de acesso ao estacionamento, pilares e paredes nas caves

Anexo L – Armaduras de lajes

Anexo M – Verificação ao estado limite de punçoamento nas lajes Anexo N – Fundações

Anexo O – Espessura equivalente das escadas, cargas equivalentes utilizadas no processo de modelação e vigas de cobertura

Documentos relacionados