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Segundo Patrícia Seybold “Os clientes, equipados hoje com informação e acesso, são mais exigentes do que jamais foram”. [Dearlove et al., 2002]

“A economia do conhecimento, por muitos autores apelidada de economia em rede, pode ser resumida numa palavra: interligação. A crescente evolução das TI nas suas mais variadas vertentes – computadores, software, telecomunicações e Internet – está a alterar a forma como se comunica, se trabalha e se usa o espaço e o tempo” [Ferreira 2002].

A necessidade humana de compreender o meio em que se move sempre gerou e gera conhecimento sobre a sua realidade física e cultural. Esse conhecimento adquiriu uma nova dimensão e tem desempenhado um importante papel na sociedade, potenciado pelas TI e comunicação que provocaram um impacto positivo em todos os sectores da actividade humana.

O valor da informação aumenta à medida que ela é utilizada e partilhada por múltiplos elementos dentro de uma organização, representando esta um valor tão ou mais importante que os restantes intervenientes. Existe cada vez mais a consciência generalizada de que a gestão da informação constitui a chave do sucesso para as organizações.

A informação abordada ao longo deste trabalho refere-se à informação georeferenciada, ou seja, toda a informação com referência à Terra ou que tem associada uma localização. O seu valor, aliado ao poder das aplicações SIG para resolver problemas, é proporcional à sua acessibilidade, que é potenciado com o desenvolvimento das TI, nomeadamente a Internet como uma ferramenta de comunicação poderosa que permite aceder e tornar disponíveis grandes quantidade de dados de forma rápida. A partilha da informação e do conhecimento é cada vez mais uma base para um desenvolvimento sustentável. A tomada de decisão depende sempre do profundo conhecimento da realidade, sendo para tal indispensável a existência de informação de qualidade actualizada sobre os objectos de decisão.

A forma como se usa a tecnologia, a capacidade de adquirir, tratar, interpretar e utilizar a informação de uma forma capaz é que promove uma vantagem estratégica e competitiva.

CONCLUSÃO

Os SIG´s surgem como uma ferramenta poderosa de apoio à decisão, com capacidade para armazenar e gerir informação geográfica e alfanumérica de forma interligada e estruturada, fundamental para o auxílio nas tarefas de gestão que têm por base a variável espacial. Sendo as Autarquias responsáveis pela organização e ocupação do território que presidem quem compete promover a gestão dos recursos e utilização criteriosa dos espaços numa perspectiva de desenvolvimento sustentável, a informação georeferenciada constitui uma componente principal para a qualidade do processo, que pode ser potenciada e gerida com o recurso aos SIG’s.

Com o uso da tecnologia SIG torna-se mais provável a percepção do território nas suas múltiplas facetas podendo ser o suporte da aplicação e do acompanhamento de políticas públicas diferenciadas e adequadas a cada situação.

O uso da tecnologia torna mais provável, mas não garante a aplicação de políticas públicas adequadas. A forma como se utilizam as tecnologias e o papel dos decisores envolvidos em todos os sectores é essencial no sucesso do uso, na disseminação e na aplicação desta tecnologia na busca de uma forma democrática e transparente de governar. O uso da tecnologia deve ser visto como um meio para um fim social, não como um fim em si mesmo, devendo contribuir para a promoção de intervenções políticas adequadas e para a avaliação dessas intervenções uma vez que os governos municipais têm um papel de destaque na melhoria da qualidade de vida e no incentivo ao desenvolvimento local.

Esta foi a mensagem que se pretendeu deixar e que se desenvolveu ao longo de todo o trabalho. No sentido de se concretizar esta mensagem surgiu o Modelo para a Disseminação da Informação Geográfica para as Autarquias Locais. Este Modelo foi o resultado da concretização dos objectivos que se foram desenvolvendo ao longo deste trabalho e que estão associados à compreensão das actividades associadas à gestão dos SIG’s, ao seu impacto nas autarquias, ao valor que a informação, quando partilhada, apresenta como um factor de sucesso das organizações.

O Modelo vai servir as Autarquias como um guião de apoio na adopção e implementação participada dos SIG, que apoiarão certamente a eficiência e a qualidade no desempenho da organização municipal. Estes fornecem as bases de fundamentação e apoio na definição de políticas e na tomada de decisões, que se espera sejam para o bem comum enquadrando. Estes sistemas permitem ainda enquadrar de uma forma apropriada o planeamento da ocupação do solo e um melhor ambiente, objectos do

CONCLUSÃO

Planeamento Regional e Urbano, cenários da nossa vivência e da nossa acção, e consequentemente uma melhor relação da Autarquia com o seu exterior.

Actualmente verifica-se que a Internet, e mais recentemente as comunicações móveis, com a utilização de aplicações cliente remotas via Internet ou em dispositivos móveis, originara uma abertura dos SIG’s ao exterior. Esta enorme evolução trás a necessidade de informação de qualidade e actualizada, sem a qual não vale a pena abrir os sistemas ao exterior. A tendência da evolução dos SIG será orientada para a produção de conteúdos e ferramentas de trabalho, dando especial ênfase à disponibilização dos conteúdos, no sentido da disseminação de aplicações clientes na Internet e em sistemas móveis baseados em comunicações sem fios.

Neste contexto de tecnologias mais orientadas à partilha, em que cada vez mais utilizadores acedem à informação, e a um leque de aplicações mais abrangente, a informação só é útil se estiver devidamente estruturada e se forem assegurados os mecanismos e os meios para a sua actualização contínua. Os SIG’s são uma ferramenta orientada para a recolha, armazenamento, tratamento e disseminação da informação, que aliada à evolução das tecnologias de satélites para a recolha actualizada de informação, constituem um potencial para a partilha da informação dentro e fora das organizações.

Os SIG proporcionam um momento ideal para se repensar as autarquias. Espera- se que as administrações municipais estabeleçam como prioridade a utilização deste tipo de tecnologia de forma adequada, criando uma política de informação urbana que estabeleça mecanismos de manutenção, integração e partilha da base dados geográfica, e dentro do possível, mantendo-se actualizada tecnologicamente. Tudo isto deve acontecer em estreita ligação com o exterior, de forma a usufruir e contribuir para o fomento e modernização das políticas integradas e estratégias nacionais de apoio à implementação das referidas tecnologias, bem como à valorização da informação e incremento das infra-estruturas nacionais de informação geográfica.

Como trabalho futuro destaca-se que o Modelo proposto será utilizado na CMPV. Esta utilização permitirá validar o Modelo e proceder à sua respectiva actualização e melhoria. Pretende-se desenvolver um compromisso entre a Autarquia e o Modelo de forma a estabelecer um ajustamento do Modelo à Autarquia e da Autarquia ao Modelo e estaremos certos que ambos serão enriquecidos.

BIBLIOGRAFIA

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