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36 já violados pelo sistema do capital, este que visa apenas o lucro passando por cima de quaisquer que estejam pela frente.

É de suma importância que as profissionais sigam realizando a capacitação continuada, que mesmo, em sua grande maioria, não tenham se deparado com as temáticas de luta pela terra e gênero e sexualidade em suas graduações, se capacitem para que seus atendimentos tenham como horizonte e compromisso, a construção de processos emancipatórios. Tendo sempre em mente a construção de uma nova ordem societária que abrace a todos e todas sem distinção classe social, gênero, etnia, religião, nacionalidade, orientação sexual, identidade de gênero, idade e condição física. Que o serviço social seja a luz de um mundo melhor e igual para todas e todos e que brilhe na direção da defesa dos direitos sociais e da liberdade como valor ético.

Para Daro e Guedes (2008):

A perspectiva de liberdade posta no código de ética de 1993 e que pretende ser uma das mediações para a consolidação do projeto ético-político do Serviço Social, pautada nesta perspectiva de liberdade que se associa à consciência do humano-genérico, está vinculada à crítica da sociedade burguesa, porque esta, para perpetuar-se como sociedade de classes, suprime a possibilidade dessa consciência e, portanto, da efetiva liberdade. Assim, a liberdade a que se refere o mencionado princípio não está associada à mera autonomia de escolha entre alternativas postas pelo movimento da realidade de exclusão social na qual se encontram os que, em sua grande maioria, são usuários dos serviços sociais. A liberdade posta neste princípio não é, portanto, a reposição do princípio de autodeterminação que orientava o exercício profissional no Serviço Social Tradicional, em que caberia ao

“cliente” decidir se acolheria ou não o encaminhamento ou o processo de

“tratamento” proposto pelo assistente social (DARO; GUEDES, 2008, v. 10n2).

Desse modo,

A perspectiva de liberdade posta no código de ética de 1993 e que pretende ser uma das mediações para a consolidação do projeto ético-político do Serviço Social, pautada nesta perspectiva de liberdade que se associa à consciência do

humano-genérico, está vinculada à crítica da sociedade burguesa (DARO;

GUEDES, 2008, v. 10n2).,

Diante do exposto, podemos afirmar que o fazer profissional deve ter como horizonte último que a liberdade junto com outros princípios do código de ética profissional, remete e associa o projeto do Serviço Social a um projeto ético-político de uma nova sociabilidade.

Finalizo este trabalho de conclusão de curso com um poema de Jeniffer Rocha, Mulher trans Sem Terra do MST/RN titulado como “Sou como você”

Muitos não gostam de mim / Por meu jeito de ser / Sou gay, sou bi, sou lesbica, sou travesti / Sou LGBT e não vou me esconder / Quero aparecer mostrando à sociedade / A minha capacidade de que posso vencer / Sou aquela bicha preta / Que veio lutar contra teu preconceito / Contra teu racismo, contra teu machismo / Sou negra, sou negrita então grita / Mas grita bem alto para o mundo ouvir / Que você é igual a mim / Sou assim como você / Invisível na sociedade que / Esconde a realidade e a vida LGBT / Me reconheço como classe / Trabalhadora do MST / Sou homem, sou mulher / Desculpa meu amigo / Mas eu sou o que eu quiser / Sou humano como você / Que sonha por um mundo melhor / Por um mundo mais digno / Por um mundo mais divertido / Por um mundo mais colorido / Junto com o MST / Sou bicha preta que a maioria discrimina / Mas vou fazer justiça / E meu direito vou conquistar / Sou humano, sou resistência, sou TRANS / Na luta pela sobrevivência (MARIANO; PAZ, 2021, p. 88).

38 7. REFERÊNCIAS

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