• Nenhum resultado encontrado

Terminado este longo e intenso percurso, admito que o EP assumiu um papel com extrema importância no meu processo de formação e com isto afirmo que iniciei a construção da minha identidade profissional.

O ano de estágio ficou marcado pelo trabalho árduo e pela dedicação, resultando na aquisição de novos conhecimentos sobre o ensino da EF. Todos os dias aprendemos e vivenciamos algo novo. Tudo isto, serviu para que crescesse como pessoa e como futuro docente. Desta forma, este ano foi muito mais que um EP, fui aluno, fui colega e fui professor, essencialmente fui alguém que aprendeu e viveu muito.

O EP é marcado por vários momentos, sobressaindo os momentos de partilha de conhecimentos e os momentos de entreajuda. Só foi possível vivenciar estes momentos devido ao EP ser um trabalho de grupo, onde partilhamos experiências e estabelecemos relações de ajuda que promovem a construção de destrezas que terão impacto na prática pedagógica.

Ao longo deste documento intitulado com “Relatório da Prática do Ensino Supervisionado” foi feita uma análise de tudo o que operacionalizei durante o EP, de uma forma de reflexão sobre a reflexão da ação (Schön, 1987), ou seja, refletir sobre uma prática que já foi refletida. A elaboração deste relatório fez com que tivesse uma maior perceção sobre todo o meu desempenho, e consequentemente, ter a noção da evolução nas conceções que fui desenvolvendo ao longo do EP. Ainda, com este documento podemos observar a complexidade da profissão de professor, marcada pelo vasto leque de conhecimentos e competências que são exigidas, que por vezes não são as suficientes. Em todo o EP senti a exigência e dificuldade, e isto levou-me a ser exigente comigo todos os dias, nunca estando satisfeito em tudo o que realizava.

O estado de insatisfação é necessário na profissão de docente, isto é, não pode afetar na motivação a nível negativo, mas sim a nível positivo, pois é com este estado que nunca paramos de investigar e consequentemente, inovar. O ser profissional não é atingir o estatuo de uma determinada posição, mas é inscrever-se numa dinâmica sempre inacabada, remetendo que a formação do professor jamais estará inacabada (Pacheco e Flores, 1999).

Olhando para o passado é normal que repetia o estágio, tudo iria ser diferente. Como não é possível, então recorremos à experiência, permitida pelo EP, para alterar tudo o que foi mal aplicado para que no futuro não se volte a repetir, a isto chamamos a construção da nossa identidade profissional.

Relativamente às expectativas iniciais, estas foram superadas ao longo do tempo, mas de importância realçar que muitas delas não estavam enquadradas com o que na realidade se passou, pois, estas eram baseadas em reflexões antes da prática, onde nessa altura não estávamos cientes da realidade em que nos íamos inserir e de todas as situações inesperadas que poderiam vir a acontecer. Mas com empenho, determinação e principalmente, nunca desistir, esta foram sendo superadas ao longo do tempo.

No início do ano, a quando a escolha das turmas, em conversa com a PO, foi-me proposto um objetivo/desafio que era motivar os alunos da minha turma a realizarem as aulas e mudar um pouco a disciplina dos mesmos. Quanto a este desafio penso que foi conseguido, para isso foi necessário criar uma ligação forte com os alunos para perceber quais as suas preferências e o que lhes motivava a fazer a aula de EF.

Em jeito de conclusão, toda esta atividade reflexiva implícita no dia-a-dia de um professor, levou-me a perceber a importância de adotar posturas profissionais, isto é, ser crítico, ser responsável e ser autónomo. Todas estas posturas fizeram com que fosse uma pessoa diferente, tanto a nível profissional e pessoal. Percebi que refletir sobre tudo o que realizamos é um pilar, um apoio, para adquirir novos conhecimentos, e desta forma, melhorar em tudo o que fazemos, o mesmo aplicamos à nossa futura carreira de docentes.

BIBLIOGRAFIA

Alarcão, I. (2001). Escola Reflexiva e desenvolvimento institucional: que novas funções supervisivas? In Oliveira-Formosinho, J. (Org). A supervisão na formação de

professores I: da sala à escola. Porto: Porto Editora.

Alarcão. I. & Tavares, J. (2003). Supervisão da Prática Pedagógica: uma perspetiva de

Desenvolvimento e Aprendizagem. Coimbra: Editora Almedina.

Alarcão, I. & Roldão, M. C., (2008). Supervisão um contexto de desenvolvimento profissional de professores. Mangualde-Edições Pedago.

Albuquerque, A.; Resende, R. E Costa, M. (2013). A avaliação da Prática de Ensino Supervisionada no Instituto Superior da Maia: nós fazemos assim. E vós? Cadernos de Educação, FaE/PPGE/UFPel, 46: 119 - 137.

Amaral, M.; Moreira, M. & Ribeiro, D. (1996). O Papel do Supervisor no Desenvolvimento do Professor Reflexivo: Estratégias de Supervisão. In I. Alarcão (Org.). Formação Reflexiva de Professores: Estratégias de Supervisão. (pp. 89- 122). Porto: Porto Editora.

Aragão, R. & Silva, N. (2012) A Observação como Prática Pedagógica no Ensino de Geografia. Fortaleza: Geosaberes.

Aranha, Á. (2004). Organização, planeamento e avaliação em educação física / Ágata

Aranha. - Vila Real: UTAD, 2004. – Série Didática. Ciências Sociais e Humanas.

Aranha, Á. (2005). Pedagogia da Educação Física e do Desporto I / Ágata Aranha. – Vila Real: UTAD: 2005. - 2v (Série didática – Ciências sociais humanas).

Aranha, Á. (2008). Supervisão Pedagógica em Educação Física e Desporto: Parâmetros

e critérios de avaliação do estagiário de Educação Física. Documento de

orientação. Vila Real: UTAD.

Aranha, Á. (2007). Observação de aulas de Educação Física. Sistematização da observação. Sistemas de observação e fichas de registo (Série Didática no 334-

Ciências Aplicadas). Vila Real: Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.

Aranha, Á. e Coelho, N. (2007). Modelo de um Estudo de Turma: Estágio pedagógico em Educação Física e Desporto. - Vila Real: UTAD. - (Série didática; Ciências aplicadas; 334).

Bento, J. (2003). Planeamento e Avaliação em Educação Física. (3ª Ed.). Lisboa: Livros Horizonte, Lda. ISBN 972-24-1298-1

Bossle, F. (2002). Planeamento de ensino na educação física: Uma contribuição ao coletivo docente. Movimento, 8, (pp. 31-39).

Caires, S. & Almeida, L. S. (2001a). O estágio como um espaço de desenvolvimento de competências pessoais e profissionais: o papel da supervisão. Em A. Gonçalves, L. S. Almeida, R. M. Vasconcelos & S. Caires (Eds.). Atas do seminário da

universidade para o mundo do trabalho: desafios para um diálogo (p. 227-246).

Braga: Universidade do Minho, Conselho Académico.

Caires, S. & Almeida, L. S. (2003). Vivências e perceções dos estágios pedagógicos: estudo com alunos de licenciaturas em ensino. Psico – USF, v.8, n. 2, p. 145 –

153, Jul./ Dez.

Diário da República (2011). Decreto-Lei n.º 94/2011 de 3 de agosto. 1.ª série. N.º 148. Anexo II. Capítulo III. Artigo 12º e Artigo 13º. Ministério da Educação e Ciência. Estrela, A. (1994). Teoria e Prática de Observação de Classes: uma estratégia de

Formação de Professores. 4. ed. Porto, Porto Editora.

Ghedin, E., (2002): “Professor reflexivo: da alienação da técnica à autonomia crítica”, in Pimenta, Selma Garrido, e Ghedin, Evandro: Professor reflexivo no Brasil: gênese e crítica de um conceito. São Paulo, Cortez Editora.

Gomes, M. (2004). Planeamento em Educação Física – Comparação entre professores principiantes e professores experientes. Monografia em Educação Física e Desporto. Universidade da Madeira.

Gomes, H. (2014). Relatório de Estágio Pedagógico em Educação Física na Escola Básica e Secundária Dr. Ângelo Augusto da Silva. Universidade da Madeira.

Gonçalves, F. & Aranha, Á. (2008). Avaliação/ classificação da Disciplina Seminário – Métodos e Técnicas de Avaliação, estudo realizado no curso de Desporto da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. Motri. v.4 n.4 Santa Maria da Feira dez.2008 (p.92 – 101).

Jacinto, J.; Carvalho, L.; Comédias, J. & Mira, J. (2001). Programa de Educação Física 10º, 11º e 12º Anos – Cursos Científico-Humanísticos e Cursos Tecnológicos. Ministério da Educação. Departamento do Ensino Secundário.

Luckesi, C. (2005). Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições/ Cipriano Carlos Luckesi. – 17. Ed. – São Paulo: Cortez.

Martins, A. (2011). A observação no estágio pedagógico dos professores de Educação Física. Relatório de estágio, Universidade Lusófona, Faculdade de Educação Física e Desporto, Lisboa.

Matos, Z. (2014). Normas Orientadoras do Estágio Profissional do Ciclo de Estudos conducente ao grau de Mestre em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário da FADEUP.

Meijer, P. C., Zanting, A. & Verloop, N. (2002). How can student teachers elicit experienced teachers’ practical knowledge? Journal of Teacher Education, 53(5), 406-419.

Mourão, A. (2012). Relatório de Estágio Profissional. Porto: A. Mourão. Relatório de Estágio Profissionalizante para a obtenção do grau de Mestre em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário. Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.

Nardes, K., (2011). Bom planeamento aprendizagem satisfatória. Universidade Federal do Tocantins, Brasil.

Pacheco, J., & Flores, M. (1999). Formação e Avaliação de Professores. Porto: Porto Editora.

Perrenoud, P. (1999). Da excelência a regulação das aprendizagens: entre duas lógicas. Traduzido por Patrícia Ositoni Ramos. Porto Alegre: Artes Médicas

Pimenta, S. G., (2001). O estágio na formação de professores: Unidade teoria e prática? (4a ed). São Paulo: Cortez.

Reis, P. (2011). Observação de Aulas e Avaliação do Desempenho Docente. Cadernos do CCAP – 2

Rosado, A. (1997). Observação e Reação à Prestação Motora. Serviço de Edições da Faculdade de Motricidade Humana.

Santos. A., (2013) Planeamento de ensino: suas contribuições no processo de ensino e aprendizagem na Escola Municipal Papa Pio XII. 43 páginas. Monografia de Especialização em Educação: Métodos e Técnicas de Ensino. Universidade Tecnológica Federal do Paraná.

Seabra, C.; Silva, E. & Resende, R. (2016). A prática de Ensino Supervisionada em Educação Física. Journal of Sport Pedagogy and Research, 2(3), pp.32-47,2016. Schön, A. (1987). Educating the reflective practitioner. San Francisco: Jossey-Bass.
 Serrazina, L., (1998). Teacher’s professional development in a period of radical change

in primary mathematics education in Portugal (Tese de doutoramento, Universidade de Londres). Lisboa: APM.

Silva, R. (2007). Supervisão da Prática Pedagógica: um processo de aprendizagem e desenvolvimento profissional e Organizacional? – Estudo de Caso – Mestrado EM Ciências da Educação. Universidade do Algarve – Faculdade de Ciências Humanas e Sociais – Faro.

Silva, A. (2015). A instrução e recursos didáticos no processo de ensino e aprendizagem: uma promoção de aprendizagens significativas à luz de uma intencionalidade refletida - Relatório de Estágio Profissional. Porto: A. Silva. Relatório de estágio profissionalizante para a obtenção do grau de Mestre em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário, apresentado à Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.

Vasconcelos, C. e Almeida, A. (2012). Aprendizagem baseada na resolução de problemas no Ensino das Ciências. Porto: Porto Editora.

Vieira, F. (1993). Supervisão: Uma Prática Reflexiva de Formação de Professores. Rio Tinto: Edições ASA.

Vieira, F. (2009). Para uma visão Transformadora da Supervisão Pedagógica. Educ. Soc., Campinas, vol. 29, n. 105, p. 197-217, jan./abr.

Vieira, G. e Zaidan, S. (2013). Sobre o conceito de prática pedagógica e o professor de matemática. Revista Paideia. Universidade FUMEC. Belo Horizonte Ano 10 n. 14 p. 33-54.

Zenhas, A. (2006). O Papel do Diretor de Turma na Colaboração Escola - Família. Coleções Panorama. Porto Editora.

ANEXOS Anexo I - Exemplo de uma UD

Anexo III - Exemplo da Gralha de Avaliação Final

Anexo VI - Questionário da AI

Documentos relacionados