• Nenhum resultado encontrado

Em concordância com os objetivos propostos, foram dispostos os princípios de proteção contra descargas atmosféricas, abordando aspectos teóricos, legais e práticos para elaboração de projeto do SPDA. Pode-se concluir que os objetivos propostos foram alcançados e expostos. A análise do gerenciamento de risco tornou-se algo complexo, por vezes, utiliza-se dados subjetivos (tabelados) e, em alguns casos, a experiência do projetista é posta à prova para determinar quais valores devem ser adotados nos cálculos, buscando a melhor solução, considerando a segurança e economia. Como o órgão (CBM/SC) que analisava os projetos de SPDA não é mais responsável pela análise, apenas recepciona o projeto juntamente com a respectiva ART, fica a cargo do projetista e do executor do sistema toda a responsabilidade técnica sobre as soluções adotadas.

O SPDA é um projeto multidisciplinar que abrange diversos ramos da arquitetura, engenharias civil e elétrica devendo ser executado em paralelo aos outros projetos. Os subsistemas de capitação, descidas e aterramento, por exemplo, dependem do arranjo dos elementos estruturais (vigas, pilares, colunas, fundações etc). Já o sistema interno de proteção é diretamente relacionado ao projeto elétrico da edificação. Portanto, para a correta execução do SPDA, os projetistas devem conversar entre si, para maior compatibilidade das soluções adotadas.

Apesar do SPDA estrutural ser prática antiga, já prevista na NBR 5419-2005, as equipes de armadura estrutural normalmente não observam a normativa relativa à execução do SPDA, principalmente no que diz respeito às conexões entre as ferragens estruturais. Em função disto, a adoção de barras adicionais é mais utilizada, pois, a observância das conexões torna-se mais facilitada. Cabe ressaltar que a norma estudada neste trabalho não prevê, tampouco obriga, a instalação de barras adicionais, bastando a observância das amarrações das ferragens para proporcionar a continuidade elétrica do sistema

Neste trabalho, fica evidente que um estudo tão aprofundado na análise de risco, para o tipo de edificação estudada, levando em consideração tantos fatores, alguns subjetivos, resultaram na necessidade de SPDA com maior classe (IV), ou seja, menor índice de proteção possível, e que, juntamente com utilização de DPS na entrada de energia e telecom, seria o suficiente para mitigar os riscos (descarga atmosférica e MPS) que a edificação está exposta. Analisando em termos práticos, podemos concluír que o sistema de proteção por DPS já é exigido pela NBR 5410. Assim, obrigatoriamente, a edificação já contaria com esse sistema de proteção contra surtos de tensão. Levando em conta o exposto acima, sugere-se para trabalhos

futuros a análise dos índices determinantes na mudança das classes de SPDA, de forma que seja mais simplória a determinação dos mesmos, pois, em se tratando de edificação nova, utilizando a estrutura como parte do SPDA, o único ponto relevante seria o subsistema de captação, no qual há variação no comprimento das malhas e ângulos de proteção. Desta forma, ao se levar em conta o valor reduzido do subsistema de captação se comparado com o restante da obra, poderia-se restringir os índices de captação apenas para as classes I e II, simplificando o processo.

REFERÊNCIAS

ABNT. NBR 6118: Projeto de estruturas de concreto - Procedimentos. ABNT. Rio de Janeiro, p. 238. 2014.

ABNT. NBR 5419: Proteção contra descargas atmosféricas - Parte 1: Princípios Gerais. Rio de Janeiro. 2015.

ABNT. NBR 5419: Proteção contra descargas atmosféricas - Parte 2: Gerenciamento de Risco. Rio de Janeiro. 2015.

ABNT. NBR 5419: Proteção Contra Descargas Atmosféricas - Parte 3: Danos Físicos a Estruturas e Perigos à Vida. Rio de Janeiro. 2015.

ABNT. NBR 5419: Proteção Contra Descargas Atmosféricas - Parte 4: Sistemas Elétricos e Eletrônicos Internos na Estrutura. Rio de Janeiro. 2015.

ABNT:5410. NBR 5410: Instalações elétricas de baixa tensão. Rio de Janeiro. 2004.

BEZERRA, S. R. C. Avaliação de Sistemas de Aterramento Considerando a Utilização de Condutores e Hastes Envoltos em Concreto. Universidade de São Paulo. São Paulo. 2011. BORSOI, S. S. Coordenação de Dispositivos de Proteção Contra Surtos em Baixa Tensão - Ênfase Instalações Nucleares. Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. São Paulo, p. 111. 2018.

BORTOLATO, W. W. Estudo comparativo das alterações da norma NBR 5419, avaliação e estudo de gerenciamento de risco. Universidade Estadual de Londrina. Londrina. 2017. CLAMPER. Proteção de Equipamentos Elétricos. 1º Edição. ed. Lagoa Santa: Editora Clamper, 2016.

COUTINHO, F. N.; ALTOÉ, C. A. Levantamento de Estruturas que Necessitam de SPDA na UnB e Análise de Seus Efetivos Sistemas de Proteção. Universidade de Brasília - UnB. Brasília, p. 88. 2003.

KAFER, E. M. Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas para uma Indústria Têxtil: Estudo de Caso. UFSC. Florianópolis. 2018.

KINDERMAN, G. Proteção Contra Descargas Atmosféricas em Estruturas Edificadas. 4ª Edição. ed. Florianópolis: [s.n.], 2009.

KINDERMAN, G.; CAMPAGNOLO, J. M. Aterramento Elétrico. 4ª edição. ed. Porto Alegre: [s.n.], 1998.

MAMED, J. F. Instalações Elétricas Industriais. 9ª edição. ed. São Paulo:LTC: [s.n.], 2017. MONTAL. MONTAL. Montal Para-raios, 2019. Disponivel em: <https://montal.com.br/>. Acesso em: 17 abr. 2019.

RAKOV, V.; MARTIN, U. Lightning, Physics and Effecs. Cambridge University Press. Cambridge, p. 687. 2003.

RINDAT. Rede Integrada Nacional de Detecção de Descargas Atmosféricas, 2018. Disponivel em: <http://simepar.br/rindat/internas/faq.shtml>. Acesso em: 19 set. 2018.

SANT'ANNA, C. J. Estudo do desempenho de sistemas de aterramento frente às descargas atmosféricas em instalações de baixa e média tensão. Universidade Estadual Paulista. São Paulo. 2005.

SILVA, O. A. Metodologia para Subsidiar a Análise de Pedidos de Ressarcimento com Dispositivos de Proteção Contra Surtos. Universidade Federal de Uberlândia. Uberlândia, p. 172. 2010.

SUETA, H. E. Uso de componentes naturais de edificações como parte integrante do sistema de proteção contra descargas atmosféricas - Uma visão relativa aos danos físicos. Universidade de São Paulo. São Paulo, p. 255. 2005.

SUETA, H. E. Uso de componentes naturais de edificações como parte intyegrante do sistema de proteção contra descargas atmosféricas - Uma visão relativa aos danos físicos. Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. São Paulo. 2005.

VICENTE, O. Estudo sobre o comportamento elétrico do concreto utilizado en sistemas de aterramento estrutural. Universidade Estadual de Londrina. Londrina, p. 62. 2010. ZAGO, F. O Impacto do Aumento da Urbanização nos Níveis das Tensões Induzidas por Desdargas Atmosféricas nas Proximidades de Linhas de Transmissão. UNICAMP. Campinas. 2009.

Documentos relacionados