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Conclusão

Através da análise dos resultados obtidos, é possível concluir que novas formas de produção energética industrial através de fontes de energia renovável, neste caso energia solar, são um ponto importante de estudo nas medidas de eficiência energética, uma vez que além de visarem a poupança de recursos que não estão disponíveis localmente, são economicamente viáveis. As metodologias encontradas para a simulação das centrais em estudo, procuram ser ferramentas de fácil aplicação para indústrias altamente consumidoras, sendo assim possível fazer uma escolha mais informada.

Em qualquer um dos cenários estudados, tanto a central fotovoltaica, como a central térmica para produção de vapor ou a central térmica para o aquecimento de água de alimentação das caldeiras, verificou-se serem viáveis economicamente. É importante referir que os resultados tiveram em conta a localização geográfica da fábrica da Sugal de Benavente, a irradiação solar neste mesmo local e que o sombreamento é mínimo sobre os módulos fotovoltaicos ou os coletores térmicos. Ainda é importante salientar que o estudo económico foi baseado na legislação em vigor até Março de 2019.

A central fotovoltaica, com uma potência instalada de 256 kW, necessita de um investimento inicial de 293.180 €, para obter um VAL de 691.713 €. O PRI deste investimento ronda os 4 anos. Para os casos da central térmica, são utilizados coletores CPC, no entanto esta metodologia é aplicável a outros tipos de tecnologia. Além disso foi tido em conta um rendimento da central excluindo os coletores de 90%. O tamanho da central pode significar que este valor seja otimista. Para a produção de vapor são necessários 1445 coletores térmicos, o que significa um investimento inicial de 2 774 400 €, com um VAL de 22 921 €. Neste caso o PRI rondaria os 22 anos. Para o caso do aquecimento da água de alimentação, seriam necessários 758 coletores, conseguindo obter um VAL de 280 855€, no mesmo período de tempo e com um investimento inicial de 1 455 360 €. Assim o PRI estaria por volta do 19º ano de vida da central. Apenas neste segundo caso é necessário fazer armazenamento do produto da produção, que ronda os 47 m3. Para calcular o custo com o armazenamento, foi tido em conta um valor médio, 0.24 €/m3 de armazenamento.

Assim sendo é possível concluir que, apesar de todos os investimentos serem economicamente viáveis, o mais apelativo seria a central fotovoltaica uma vez que é uma tecnologia madura e mais barata e apresenta melhores indicadores.

Os CPC ainda são uma tecnologia recente, o que faz com que ainda haja pouca procura sendo por isso mais cara. Apesar disto o estudo desta opção é importante já que permite a concentração de energia sem o seguimento solar.

Trabalhos futuros

Dadas as conclusões e todo o trabalho desenvolvido nesta dissertação, apresentam-se de seguida as seguintes sugestões para trabalhos futuros tendo em vista a eficiência energética: É proposto fazer o estudo de viabilidade para uma Unidade de Produção para Autoconsumo, incluindo a possibilidade de acumulação de energia elétrica e de outras fontes de energia, como a energia eólica, uma vez que a fábrica consome durante todo o dia.

Dado os subprodutos industriais presentes na SUGAL, propõe-se que seja estudado a viabilização da produção de biogás através dos resíduos do tomate, de forma a criar-se assim uma fonte de energia renovável proveniente dos resíduos resultantes do processo industrial do tomate.

De forma a diminuir consumos energéticos, deve ser criado um sistema de apoio à decisão que permita escolher qual equipamento é que deve ser utilizado tendo em conta a quantidade de matéria prima disponível.

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