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Como conclusões gerais, pode-se afirmar que através da análise geoambiental do sistema fluvial – rio Paraná, na região entre os municípios de Marilena e Guaíra, no Estado do Paraná, e da infraestrutura instalada nos portos de areia visitados, foi possível entender os impactos ambientais relacionados à mineração de areia no canal fluvial.

As conclusões específicas foram:

x A extração de areia realizada no canal do alto curso do rio Paraná não está influenciando no transporte de sedimentos dentro do sistema fluvial, e nem tão pouco em sua morfologia – agradação ou incisão. Somando todos os valores de extração de areia ao longo do alto rio Paraná, entre os municípios de Marilena e Guaíra no Estado do Paraná, é de aproximadamente 7.720m³/dia. Quando levamos em consideração os levantamentos realizados de carga de fundo na região de Porto São José (PR), e a extração de areia na mesma área, percebemos que há um excedente mineral, ou seja, a taxa de reposição é superior a de extração. Contudo, é importante observar que não foram realizadas batimetrias fora de Porto São José (PR), mas poderemos entender esses dados como uma amostra para toda a área investigada.

x Foi possível analisar a atual característica de balanço sedimentar na área estudada, onde o sistema fluvial apresenta uma tendência de incisão do seu canal, tanto nas áreas fortemente mineradas e, também aquelas que não sofrem a extração de areia. Esta hipótese foi possível ser confirmada na região de Porto São José (PR), onde foram realizadas recentemente levantamentos batimétricos e comparados com os dados da Marinha do Brasil de 1957. Assim, foi possível traçar um perfil do comportamento do leito do rio

– incisão e agradação. Contudo, não poderemos afirmar que a incisão no canal se confirmará, pois os fatores que controlam os processos de incisão e agradação, como velocidade da corrente, carga e dimensão dos sedimentos, descarga de sedimentos, poderá está sendo influenciada pelo represamento

do canal a montante da área de estudo por série de barramento, e desta forma fica difícil de precisar um diagnóstico.

x As formações de bancos arenosos nas margens e no centro do canal se mantiveram, mesmo após o início das atividades de mineração de areia em seu canal;

x Os projetos de portos de areia ecologicamente corretos se mostraram com maior viabilidade, já que protegem suas bases – o ambiente de canal que é sua fonte para a atividade de extração de areia, e ao mesmo tempo criam um salvaguarda de uma possível punição do órgão legislador; quando comparados com os empreendimentos de pouca preocupação ambiental;

x Constatou-se ainda, que a partir da instalação do porto de areia em Porto São José (PR), todos os outros empreendimentos minerário de extração de areia no canal do rio foram pressionados a adotarem medidas de baixo impacto ambiental, e até mesmo forçando o poder público a agir com maior vigor e severidade. O exemplo que pode ilustrar esta nova fase nos empreendimentos foi à interdição e proibição das atividades de extração mineral do ministério público em todos os portos de areia entre os municípios de Querência do Norte a Guaíra, no estado do Paraná.

x As visitas aos portos de areia possibilitaram o mapeamento dos atuais pontos de extração de areia, fato este que constitui uma atualização nas informações da exploração de areia no alto curso do rio Paraná.

Por fim, os resultados obtidos com o presente estudo podem servir como ponto de partida para um monitoramento extensivo do alto curso do rio Paraná, entre os municípios de Marilena e Guaíra, localizados no estado do Paraná.

A partir das análises realizadas, consideram-se pertinentes as seguintes recomendações:

x Como sugestão, poderemos estimular a criação de um Manejo Mineral para a extração de areia em todo o alto rio Paraná, lembrando que já existe um projeto nestes moldes em funcionamento no rio Paraíba do Sul, no estado de São Paulo, que foi elaborado em 1997 pelo Instituto

Geológico da Secretaria do Meio Ambiente do estado de São Paulo, já que a degradação ambiental em atividades de mineração tem sofrido grandes ataques da mídia e da sociedade civil organizada, esquecendo-se que a extração de areia em uma atividade econômica de cunho social, principalmente para os modelos de organização e vida das diferentes sociedades humanas que têm se concentrados em médias e grandes cidades em todo o mundo;

x Que estudos futuros de sondagens a jusante de Porto São José, possam estimar a potencialidade mineral para a extração de areia, de maneira que não comprometa esta atividade econômica, já que esta caracterização poderá ser um forte subsídio para a definição das áreas próprias ao longo do canal para a prática da atividade de extração mineral;

x Que o DNPM possa utilizar destas informações para orientar e disciplinar futuras áreas requeridas para a exploração mineral, proporcionando um gerenciamento na extração de areia de baixo impacto ambiental para o sistema fluvial, e até mesmo para as comunidades no entorno do empreendimento;

x Oferecer condições de múltiplos usos das águas, como já ocorre no porto de areia de Porto São José, considerado o primeiro porto ecologicamente correto do Brasil, onde além da extração de areia, ocorrem as práticas de turismo e educação ambiental, o primeiro porque a estrutura instalada acabou virando um atrativo turístico e a segunda pelo fato de muitas escolas de ensino fundamental 1 e 2 levarem seus alunos para conheceram uma atividade de baixo impacto ambiental;

x Por se tratar de um estudo pioneiro, as estimativas aqui apresentadas -

quantitativas e qualitativas, podem servir como referencial para estudos

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