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Considerando-se as 16 formulações estudadas (incluída a de referência), as três temperaturas de queima e as respectivas aplicações nos produtos cerâmicos objeto desta pesquisa (tijolos maciços, blocos cerâmicos e telhas), conclui-se:

 O resíduo de polimento de porcelanato e o resíduo de cascalho de perfuração de poço petrolífero podem ser usados em matriz argilosa, nas três temperaturas estudadas, mas não em todas as formulações;

 As temperaturas de 850 °C e 950 °C foram as mais adequadas ao maior número de formulações (10);

 A temperatura de 1050 °C foi satisfatória para o menor número de formulações (6);  A restrição de uso nas formulações estudadas ocorreu por conta das telhas, cujas

exigências normativas quanto aos limites de valores nas propriedades tecnológicas são maiores.

Quanto às propriedades tecnológicas dos corpos de prova sinterizados, conclui-se:  A absorção de água (AA) teve os menores valores para a temperatura de 1050 °C,

particularmente nas formulações com percentuais de RPP < 5,0 %;

 A porosidade aparente (PA) teve comportamento semelhante ao da absorção de água, pois, para temperaturas mais altas, ocorreu a fundência, provocando o fechamento dos poros;

 A retração linear de queima (RLq) teve os maiores valores para T = 1050 °C e cresceu com o aumento do resíduo do polimento de porcelanato na mistura;

 Para a tensão de ruptura à flexão (TRF), a formulação sem resíduos foi a que apresentou o maior valor, nas três temperaturas estudadas. Nas formulações com mistura, não foi possível estabelecer a influência da temperatura nessa propriedade; isto é, para determinada formulação, a variação dos valores da TRF não seguiu a mesma tendência em outra formulação; e

 A massa específica aparente (MEA) foi a propriedade que apresentou o melhor comportamento, constatando-se a redução de seu valor com o aumento da percentagem total de resíduos. Também, em cada formulação, ela cresceu com o aumento da temperatura.

Em torno dos pontos de gresificação, as curvas indicaram valores de AA variando de 9,63 % a 12,35 %. A tendência de variação seguiu a variação de RC nas misturas, com exceção registrada para a formulação Q. Para a RLq, quanto ao ponto de gresificação os valores foram muito aleatórios, de forma que não se pode estabelecer uma correlação entre ela e os fatores envolvidos.

A utilização da técnica estatística denominada análise fatorial, aliada À técnica da superfície de resposta, revelou-se de extrema utilidade na compreensão do comportamento das

propriedades cerâmicas analisadas bem como da influência de cada uma das matérias-primas e temperaturas de queima e de suas interações nessas propriedades.

Neste sentido, todos os modelos ajustados para descrever as variáveis respostas – as propriedades cerâmicas dos corpos de prova – foram modelos lineares e com coeficientes de determinação R2 muito bons, variando de 0,87 a 0,97.

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