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Os resultados aqui apresentados corroboram com os estudos de representação da biodiversidade em espaços não formais que, de modo geral, apresentam a abordagem de Níveis de Organização em destaque nas atividades educativas (GRANDI et al., 2014; OLIVEIRA; MARANDINO, 2012). Essa abordagem aproximou os discursos dos mediadores do Trajeto da Biodiversidade às definições clássicas do conceito, que também vão ao encontro às concepções comumente descritas tanto pelo público leigo quanto especializado, demonstrando uma convergência nessa representação da biodiversidade (MOTOKANE; KAWASAKI; OLIVEIRA, 2005; GAYFORD, 2000).

Assim como em trabalhos anteriores (GRANDI et al., 2014; OLIVEIRA; MARANDINO, 2012), o desafio de desenvolver a temática da biodiversidade em sua dimensão genética também aparece na atividade e é marcado pela ausência dessa subcategoria nos discursos dos mediadores. Tal ausência pode estar relacionada à complexidade dos conceitos genéticos, relatada na literatura (GRACE; RATCLIFFE, 2002), e a consequente dificuldade de inseri-los nestas atividades.

Este trabalho também apresentou que as categorias Evolutivas, Humanas e Conservacionistas da biodiversidade, embora façam parte dos objetivos institucionais do Museu do Meio Ambiente e/ou do planejamento da atividade, foram pouco abordadas em sua execução. Este resultado pode indicar certa incoerência entre o discurso institucional e a prática da atividade, também constatada por Garcia (2006) em um zoológico.

Tais resultados também provocam a reflexão do papel dos museus na educação para a biodiversidade - suscitada por Marandino e Monaco (2007) - e a necessidade de trabalhar nesses espaços com abordagens mais integradoras da relação natureza-homem, que levem em consideração os vieses econômicos e político-sociais do conceito de biodiversidade (SOUZA, 2017). Tais aspectos têm o potencial de promover a educação para biodiversidade ao auxiliar na construção de um pensamento crítico acerca da diversidade biológica e dos valores associados a ela (MOTOKANE, 2005; WEELIE; WALS, 2002).

Foi possível identificar que, a potencialidade de atuação do Museu do Meio Ambiente através do diálogo com o Arboreto e coleções do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, apontada por Vieira (2010), se revelou em alguns discursos dos mediadores do Trajeto da Biodiversidade. Para o Museu do Meio Ambiente, esse potencial educativo pôde ser percebido no destaque à abordagem Biogeográfica, que esteve fortemente atrelada à distribuição geográfica das espécies exóticas de fauna e flora encontradas no Arboreto, ainda que o planejamento da atividade não considerasse esta categoria. Em outro momento, a intenção da atividade em apresentar a importância do JBRJ para conservação e pesquisa, pôde indicar o potencial do Museu na ampliação do reconhecimento do papel do Instituto de Pesquisas.

Apesar de não ser foco do presente estudo, os resultados e discussões aqui apresentados podem fundamentar a reflexão das práticas educativas no Museu do Meio Ambiente, revelando suas potencialidades e auxiliando o setor educativo na compreensão de suas atividades, no sentido de adequá-las aos seus objetivos e intenções ou mesmo reforçá-las (GARCIA, 2006).

As contribuições para os estudos da biodiversidade em museus se apresentam nas discussões dos resultados deste trabalho e reforçam os desafios já relatados para o tema - como predomínio de abordagens menos integradoras e ausência de abordagens genéticas nos discursos. Estes também indicam as potencialidades desses espaços não formais na divulgação e educação para biodiversidade – como no diálogo com o Arboreto do Jardim

Botânico, que evidenciou a abordagem Biogeográfica, mesmo que essa não fizesse parte do planejamento da atividade educativa.

No entanto, é preciso reconhecer as limitações metodológicas da presente pesquisa que apontam para a necessidade de realizar mais estudos capazes de apresentar como a biodiversidade é representada no Museu do Meio Ambiente - tendo em vista seu potencial para o tema aqui apresentado - a partir da análise de outras atividades da instituição e do uso de metodologias que privilegiem também as percepções do público visitante e as concepções dos profissionais do setor educativo.

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imperativo das abordagens integrativas. Dimensões humanas da biodiversidade: o

APÊNDICE A – TRANSCRIÇÃO DO TRAJETO DA BIODIVERSIDADE PRIMEIRO PONTO – CASCATA

M NT TURNO DE FALA ABORDAGENS

M1 1 Vamos conversar um pouco pra gente não perder muito tempo aqui. Primeiramente o que é isso aqui? Uma cachoeira, uma cascata. E ela é construída ou natural? Ela é construída. Será que uma cascata natural seria tão perfeitinha assim?

SEM

ABORDAGEM

M1 2 Alguém aqui me perguntou “Tia, pra onde essa água tá indo?. Lembram que a gente está no Jardim Botânico? Então a gente vai precisar de água pra quem? Pras plantas. Então essa cascata é construída, existe um rio lá dentro da floresta da tijuca que ele é desviado pra cá, aí ele traz essa água pra cá e tem uma outra ali na frente que a gente também vai poder ver. Alguém já passou e observou muito bem que dentro dos canteiros existem canaletas e a gente vai ter essas canaletas em todo o jardim e essa água vai ser distribuída por todo jardim pra irrigar.

SEM

ABORDAGEM

M1 3 Lá dentro do Museu a gente estava falando de Biodiversidade e aqui vocês veem alguma coisa relacionada a isso? As plantas diferentes. Tem planta na terra e planta na água também né? Essa planta se a gente observar é a mesma que está aqui em volta. E se a gente parar pra observar, essa planta a gente vai encontrar em lugares muito úmidos. Então essa planta precisa de muita ou pouca água? Muita né. Ela já é uma planta que precisa de mais água.

NOE NOECO

M1 4 E alguém já observou dentro do lago uma outra coisa, fora as plantas, tem o que? Girino. E girino é o que? Peixe? Filhote de sapo. Parece até filhotinho de peixe, mas é girino. Gente esse é um tipo de vida.

NOE

M1 5 Se a gente se atentar também à borda, o que tem na borda da cascata? Tem raíz, pedra e esse negócio verde na pedra é o que? Musgo. Lodo é um pouquinho diferente. Agora passa a mão de leve em cima do musgo, ele é fofinho. Cada “floquinho” desse é um indivíduo.

NOE

M1 6 Pensando na evolução das plantas, o musgo faz parte desse processo evolutivo, eles precisam de muita água, então eles também não vão ter a estabilidade que essas árvores grandes têm, eles precisam estar num lugar fresco, com bastante água para reprodução e pra

EVO NOE

também conseguir se manter vivo por conta da questão térmica. E aqui a gente pode observar várias cores deles e tem outras em volta.

M NT TURNO DE FALA ABORDAGENS

M1 7 Então a gente pode observar aqui, que do momento que a gente chegou e observou a cascata que é algo artificial... Lembra dos impactos que falamos dentro do museu? Que determinada construção pode gerar um impacto? Aqui com certeza gerou. E gerou também para a vida acontecer.

SEM

ABORDAGEM

M1 8 Lembrando que estamos no Jardim Botânico e que teremos várias criações que vão servir pra manutenção de determinadas plantas pra gente conseguir observar, pra gente conseguir conhecer e no caso aqui, os pesquisadores estudarem. Aqui é muito bonito então a gente tira muita foto e está aqui desde a construção do Jardim.

CONS HUM

M1 9 T9 Só pra recapitular, aqui nessa cascata a gente tem várias formas de vida como vocês falaram. Temos as plantas tanto dentro da água como do lado, tem o musgo que é outro tipo de planta, tem os animais como girinos e pequenos peixes também e tem os animais que estão em volta como a lavadeira.E todo esse processo de biodiversidade só acontece aqui por conta de um impacto e de uma influência humana que foi o desvio da água que vinha lá da Floresta da Tijuca, o Rio dos Macacos, e agora ele vem pra cá e irriga todo o jardim.

NOE CONS

M2 10 Assim a gente consegue perceber que uma forma de vida possibilita que outra também exista. A água possibilitou a existência do musgo, porque sem corpo hídrico perto não existe o musgo. E da água veio os peixes, girinos e as lavadeiras que também necessitam desse corpo hídrico. Então a gente sempre vê que quando há uma forma de vida, isso vai caminhando devagarinho para que outras surjam. Então quanto mais espécies diferentes, mais formas de vida diferentes de vida existem, vai possibilitar que outras mais existam também.

EVO NOE

M2 11 Então o ambiente diversificado é bom porque propicia essa chegada de novos seres possam habitar o mesmo ambiente, aumentando a biodiversidade. Vamos seguir aqui.

NOE NOECO

SEGUNDO PONTO – ÁRVORES

M NT TURNO DE FALA ABORDAGENS

M2 12 Gente, eu falei aquilo lá rapidinho complementando a M1, pra gente começar a construir o conceito de biodiversidade que estamos construindo juntos. Lá a gente conversou que uma vida ajuda e possibilita que outras também existam. Mas que outras coisas podem influenciar na biodiversidade? Que características...do espaço...têm alguma ideia? Temperatura, água, incidência de raios solares, as espécies de plantas que existem, insetos...

NOECO NOE

M2 13 Minhoca? A minhoca é muito importante pra biodiversidade. E você sabe por que? Ela abre espaço pra que a água possa infiltrar com mais facilidade. E a minhoca vive embaixo da terra, o que ela come? Ela come terra e o cocozinho dela vira o adubo.

NOE NOECO

M2 14 Vocês falaram várias coisas né? Incidência de raios solares; água; temperatura; plantas, mas não falaram uma que eu gostaria de chamar atenção agora que tem mais a ver com o espaço/território. O que eu queria chamar atenção pra vocês que influencia na biodiversidade é o tamanho.

SEM

ABORDAGEM

M2 15 Por exemplo: quantas formas de vida vocês veem nessa árvore? As raízes e o tronco fazem parte da árvore que já é uma forma de vida só. Quais outras? Árvore, musgos, solo, plantas aéreas que são essas penduradas aqui que não fazem parte dessa árvore, insetos, minhoca.

NOE

M2 16 E essas manchas aqui? Não é o leite da árvore, mas faz sentido você falar porque algumas árvores soltam essa coisa que parece um leite, chamado látex, tipo seringueiras, algumas euforbiáceas.

NOE

M2 17 Então aqui a gente conseguiu contar no mínimo 5 espécies diferentes: as manchas que são fungos, líquens, as plantas aéreas e os insetos, formigas, minhocas.

NOE

M2 18 Agora vou pedir pra vocês virarem assim, meia volta. E essa árvore aqui, quantas formas de vida vocês conseguem identificar?... Muitas né? Inúmeras. Então a gente consegue relacionar que o espaço/tamanho também está relacionado com a quantidade de biodiversidade? Porque aquela árvore ela é

pequenininha, mas a gente contou 5 formas de vida diferentes, já essa árvore que é muito maior ela tem inúmeras formas de vida porque ela tem um espaço maior para que possa ocorrer essas formas de vida.

M NT TURNO DE FALA ABORDAGENS

M2 19 E além de espaço, ela tem coisas diferente. Tipo, essa árvore de trás tem mais musgo de um lado do tronco que de outro. Um lado tem mais manchas (liquens) e o outro, mais musgos por conta da incidência solar. O musgo gosta de lugar muito quente, com muito sol e

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