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De acordo com os resultados obtidos, concluiu-se que:

 A espécie de maracujá azedo Passiflora edulis Sims f. flavicarpa Deg. apresentou maiores teores de vitamina C (ácido ascórbico) em relação à espécie de maracujá doce Passiflora alata Dryand, o que representa, portanto, maior atividade antioxidante, que foi condizente com os resultados obtidos na determinação da atividade de antioxidantes totais, em que a espécie Passiflora edulis Sims f. flavicarpa Deg apresentou maior porcentagem de atividade de sequestro do radical livre DPPH comparada a outra espécie estudada. Ambas as espécies mostraram-se baixas fontes de vitamina C por apresentarem menos de 50g de ácido ascórbico/100g.

 A espécie Passiflora alata Dryand apresentou baixo teor de acidez e a espécie Passiflora edulis Sims f. flavicarpa Deg. apresentou teor de acidez maior. Esta característica é importante para o processamento por influenciar diretamente nas características sensoriais da polpa, a acidez em uma faixa ideal evita a adição de acidulante e por consequência a possibilidade de degradação de compostos fitoquímicos por elevação da acidez. Desta forma, o maracujá doce não é destinado à produção de sucos por ter baixa acidez, sendo destinada ao mercado de fruta fresca. Já o maracujá azedo é destinado, em sua maioria, à produção de sucos.

 Para os compostos fenólicos totais a espécie Passiflora edulis Sims f. flavicarpa Deg. apresentou teor praticamente semelhante ao da polpa da espécie Passiflora alata Dryand. A característica de bioatividade antioxidante conhecida destes compostos presentes nas polpas dos frutos das espécies estudadas mostra-se interessante devido ao seu potencial efeito na prevenção do estresse oxidativo, que é a principal causa de muitas doenças crônicas e degenerativas.

 A polpa do Passiflora alata Dryand apresentou o menor teor de carotenóides que Passiflora edulis Sims f. flavicarpa Deg. Porém a característica bioativa dos carotenóides é encontrada em ambas as espécies de maracujá e são

32 importantes, pois tornam estas polpas atrativas aos consumidores que buscam cada vez mais alimentos que previnam doenças, sobretudo aquelas degenerativas causadas por reações oxidativas.

 A espécie de maracujá silvestre Passiflora edulis Sims f. flavicarpa Deg. apresentara valores de sólidos solúveis mais elevados em relação ao Passiflora alata Dryand, esta característica influência diretamente o rendimento do produto final e a eficiência do processamento.

De maneira geral, o maracujá azedo ou amarelo apresentou maiores características antioxidantes e características que possibilitam seu processamento, sendo mais atrativo ao consumidor e principalmente para as indústrias. Já o maracujá doce é mais indicado para consumo “in natura”, consumo que vem ganhando cada vez mais espaço.

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