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CAPÍTULO IV – Conclusões e considerações finais

4.1 Conclusões

4.1.1 Relação que os alunos estabelecem com tarefas matemáticas construídas a partir de modelos matemáticos presentes em histórias.

Os alunos mostraram-se envolvidos nas tarefas apresentadas. Transportando o teor da narrativa para a vida real, os alunos revelaram-se motivados na resolução das tarefas, como se aquela aldeia de macacos e aquele tratador de jardim zoológico, presentes no conto trabalhado, existissem mesmo e, este último, necessitasse de ajuda para alimentar os animais.

Foi notório todo o envolvimento dos alunos no trabalho, por existir um contexto, uma finalidade, ou seja, tinham o objetivo de auxiliar o tratador, e, por isso, existiu dedicação por parte dos alunos na resolução das tarefas e em todo o trabalho realizado, estes sentiram-se emocionalmente envolvidos no ambiente proporcionado pela história, motivando-os a apresentar estratégias, respostas e a analisar e discutir com os colegas todas as possibilidades existentes para solucionar aquele desafio.

O contexto tem um grande valor na aprendizagem, por ser algo mais concreto e mentalmente mais visível.

Tal como mencionei anteriormente, Loureiro et al (2006), citados por Rodrigues (2011), “uma boa história para trabalhar matemática deve enquadrar na sua narrativa, ilustração, ou ambas um modelo matemático forte e apelativo” (p.9), de maneira a que exista um contexto e os alunos se sintam envolvidos na narrativa, remetendo-os para a realidade, e, se esse mesmo contexto os cativar, torna-se mais fácil para os alunos construir conhecimentos

matemáticos consistentes e duradouros e as aprendizagens tornam-se verdadeiramente significativas.

Neste percurso, a história parece ter-se tornado um elemento fundamental para o envolvimento dos alunos nas tarefas, ao longo de todo o trabalho, abraçando todos os novos desafios e empenhando-se na criação de estratégias para a resolução dos mesmos.

4.1.2 Tipo de conhecimentos matemáticos que surgem quando os alunos resolvem tarefas construídas a partir de um modelo matemático presente numa história.

Através das tarefas construídas a partir de um modelo matemático presente numa história é possível trabalhar vários conteúdos matemáticos.

No processo de realização das tarefas, foram trabalhados vários conteúdos dentro dos temas Números e operações e Medida por, neste caso, a história trabalhada ter modelos matemáticos que nos remetem para esses temas.

Ao longo de todo o trabalho foi possível trabalhar e discutir com os alunos a composição e decomposição de números; a invariância de quantidade; os números racionais não negativos: utilizando representações decimais e frações; frações próprias, impróprias e mistas; frações equivalentes; identificação, leitura e representação de horas em relógios digitais e analógicos; operações com frações e a multiplicação de números naturais por frações.

Se a história tiver bons modelos matemáticos, é possível criar tarefas e desafios que levam os alunos a adquirir um leque de conhecimentos bastante vasto.

Os alunos ao sentirem-se motivados e envolvidos no trabalho, procuram criar mais e melhores estratégias, desenvolvendo o seu raciocínio logico-matemático.

4.1.3 Desenvolvimento da comunicação matemática dos alunos quando se utilizam tarefas construídas a partir de modelos existentes em histórias.

A turma, no geral, foi capaz de criar estratégias variadas e bastante interessantes do ponto de vista do conhecimento matemático, sendo os alunos, capazes de comunicar as mesmas aos colegas.

Através do contexto proporcionado pela história, os alunos foram capazes de discutir as estratégias e ideias em grande grupo, promovendo a interação entre os mesmos e entre a

Um pequeno número de alunos demonstrou, no início do trabalho, algumas dificuldades em explicar o seu pensamento no decorrer da apresentação da sua estratégia, no entanto, ao longo de todo o processo realizado foram notáveis evoluções por parte desses alunos. No final do trabalho, já mostravam estar mais seguros quando comunicavam as suas ideias aos colegas.

As tarefas provenientes de modelos matemáticos existentes em histórias, como já referi anteriormente, parecem motivar os alunos, dão sentido ao trabalho realizado, e, por isso, os alunos aparentam grande envolvimento com as tarefas e no processo de discussão das suas estratégias.

Através desta história, foi possível criar um ambiente propício à aprendizagem e ao desenvolvimento de diferentes tópicos matemáticos, bem como a articulação entre os mesmos. Ao longo deste percurso, os alunos revelaram grande interesse em resolver todas as tarefas propostas e em comunicar as suas ideias e pensamentos aos colegas e professores.

Os alunos envolveram-se no ambiente criado através da história, recorrendo muitas vezes a expressões presentes na narrativa para explicarem as suas estratégias, como por exemplo, em relação ao número de bananas por dia, a que cada macaco tinha direito, “Dez, nem mais nem menos!” (p.25). Desta forma, é possível salientar a importância das histórias para o desenvolvimento da comunicação matemática.

Essa comunicação, tendo subjacente o contexto da narrativa, permitiu que as crianças sentissem que têm um papel significativo no trabalho que estão a realizar, logo aparentaram grande motivação para aprender, trazendo e discutindo novas ideias, novos conceitos, que foram sendo aproveitados e orientados para a realização de novas aprendizagens.

Em suma, tal como mencionam Hierbert & Carpenter (1992), citados por Rodrigues (2011), “os alunos constroem conhecimento quando o ambiente de aprendizagem é propício ao desenvolvimento de interações” (p.152), um ambiente proveniente do contexto de uma história, que possibilita a interação, a comunicação matemática e, consequentemente, as análises e discussões em grande grupo, permite aos alunos a construção de um conhecimento, individual e coletivo, baseado em aprendizagens significativas.

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