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6. CONCLUSÕES E PRINCIPAIS RECOMENDAÇÕES

6.1. Conclusões

Ao chegarmos ao término de uma etapa desta pesquisa, a primeira questão que convém realçar é a rigorosidade com que as investigações são desenvolvidas nas ciências socias, que de uma forma ou de outra, o discente sente-se obrigado a aprender, quer através das indicações dos orientadores, quer através das pesquisas bibliográficas.

Quanto a resposta à pergunta de partida, queremos mostrar através de algumas análises rápidas, a avaliação que os lisboetas fazem acerca da notoriedade de Cabo Verde.

Pelos valores analisados na dimensão consciência da marca de destino, que constitui o principal atributo de estudo do valor da marca, observamos que o nível de notoriedade do arquipélago em Lisboa é médio alto porque todas as frases relacionadas com esta dimensão no que diz respeito ao processo de memorização e consciência sobre as características do destino são avaliadas positivamente. Portanto podemos afirmar que os lisboetas inquiridos possuem um elevado grau de consciência da marca destino Cabo Verde.

Todavia, esses valores acabam por ser discutíveis quando analisamos os valores quantitativos na parte que retrata os tipos notoriedade, percebemos que de todos os inquiridos que foram abordados, uma grande parte (47%) não consegue recordar o nome de uma ilha de Cabo Verde à primeira. Desta forma, reparamos que apesar do alto nível de consciência, o destino não possui uma presença e uma efetividade na mente dos lisboetas e que os faria acelerar para formação do processo de decisão e efetuar a compra.

Na distribuição dos tipos de notoriedade percebemos que no nível mais alto de notoriedade que é o top-of-mind encontramos a ilha do Sal como sendo a ilha que se demarca como a mais mencionada. No entanto, na notoriedade espontânea percebemos

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que as ilhas de Santiago e do Fogo estão com valores muito interessantes e muito próximos dos valores da ilha do Sal que também aparece em alta nessa categoria.

Justificam-se os valores dessas ilhas do sul, pelo facto de apostarem em outras formas de turismo, que acabam por ser mais sustentáveis porque tentam explorar todas as potencialidades existentes, para além do produto sol e mar. Desta forma, cumpre-se aquilo que foi sustentado pelos autores Bercial & Timón (2005), que defenderam a promoção dos destinos turísticos na lógica de produto-espaço para garantir que haja pessoas a visitarem um determinado país em todos os periodos do ano, e em vários pontos de interesse e com a diferenciação na base da oferta turística.

A análise final que fazemos em relação à lealdade à marca de destino Cabo Verde está inerente ao perfil dos inquiridos, mais precisamente nos meios por onde os lisboetas receberam a informação sobre o arquipélago.

A maioria das pessoas que inquirimos (91,5%) nunca visitou Cabo Verde. No entanto já tinha ouvido falar do destino devido ao fenómeno word of mouth (boca a boca) porque os lisboetas adquiriram informações sobre o destino através dos amigos (78,8%). A internet e a televisão com 65,6% e 64,6% respetivamente foram outros canais importantes utilizados pelos inquiridos.

A lealdade comportamental foi testada com algumas afirmações tais como: “Cabo Verde será a minha primeira escolha”, “Eu recomendo este destino aos meus amigos”, “Este destino oferece mais benefícios do que os outros com características semelhantes” as pessoas não concordam nem discordam, com 24,5%, 22,2%, (28,3%) respetivamente.

Encontramos duas razões para justificar essa questão da lealdade comportamental:

A) Primeiramente porque as pessoas não foram persuadidas suficientemente para que pudessem estar perto da tomada de decisão. Segundo Hassan, Nadzim, & Shiratuddin (2014), autores que explicaram o processo do modelo AIDA, é necessário que os potenciais clientes sejam informados da existência de um determinado produto, para que se possa consolidar o nível cognitivo, afim de a seguir se construir a componente afetiva

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que fará com que o produto ou serviço seja desenhado na mente do consumidor, para poder despertar a sua atenção e então assim a decisão de compra tornar-se-á uma realidade.

B) A lealdade comportamental está inerente ao processo de decisão de compra, que para além dos fatores cognitivos e afetivos, também necessita de outros fatores que influenciam a tomada de decisão no turismo, como por exemplo os determinantes e os motivacionais. Portanto os responsáveis pela promoção de Cabo Verde em Portugal devem levar em conta todos esses aspetos por forma a usarem as estratégias coerentes, e para um público-alvo atingível, tendo sempre em conta os tais fatores que podem estar ligados ao poder de compra das famílias portuguesas.

Uma última análise a ser feita tem que ver com a dimensão “Valor global da marca destino”. Como tínhamos referido anteriormente, este atributo foi colocado em forma de resumo de todas os outros porque acaba por ser o tema central no qual a própria notoriedade se encontra inserida.

Portanto, na parte final do questionário os lisboetas foram solicitados para fazerem uma avaliação geral acerca do brand equity do destino Cabo Verde. De acordo com os resultados que recolhemos reparamos que as pessoas de Lisboa possuem um alto nível de reconhecimento de Cabo Verde como uma marca de destino turístico porque eles, de um modo geral, se revem positivamente nas afirmações que lhes foram apresentadas.

Contudo eles foram claros na forma como avaliaram o destino, pois, quando as avaliações são mais pendente para os fatores motivacionais e para a qualidade do próprio destino em relação às ofertas apresentadas, eles avaliam positivamente, mas quando as avaliações são voltadas para os fatores determinantes, onde se encontra implícita os preços dos serviços, os custos associados às ofertas, o significado que esses custos teriam no próprio orçamento do lazer, eles voltam novamente para o meio-termo, quando não concordam nem discordam das afirmações.

Em suma, deixamos em aberto a análise desses aspetos inerentes à presença do destino Cabo Verde na mente dos lisboetas, que por um lado recebem informações através de

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amigos e da internet, que, no entanto, não são suficientes para fazerem os potenciais consumidores optarem pela escolha do destino, preferindo antes outros destinos, pois, de todos os lisboetas que foram inquiridos, 91,5% nunca visitou o país, mas 73,1% deles já fizeram férias fora de Portugal.

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