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5. Conclusões, Limitações e Futuras Linhas de Investigação

5.1. Conclusões

Com este trabalho pretendeu-se, identificar e analisar a intenção empreendedora dos for- mandos da região centro (Coimbra, Lisboa, Covilhã, Aveiro, Figueira da Foz, Castelo Branco, Viseu, Porto, Guarda, Santarém, Abrantes e Vila Real), que participaram em 2017/18 das formações que fazem parte das atividades do projeto “Apreender 3.0”. Para tal, nesta inves- tigação foram analisadas alguns fatores determinantes, a Educação para o empreendedoris- mo, Antecedentes Familiares, Experiência/Formação Profissional Prévia e a Propensão para Assumir Riscos, sendo esses, as variáveis independentes e as suas influências sobre a variável dependente a Intenção empreendedora.

A escolha do tema desta investigação deve-se à pertinência do estudo do empreendedorismo e outros fatores já mencionados e dos resultados que se tem constatado através de vários estudos referidos nesse e em outros trabalhos científicos na importância e contributo no de- senvolvimento das economias dos países e das regiões.

Por todo estes aspetos apresentados o principal objetivo consistiu em perceber de que forma é influenciada a intenção empreendedora, tendo em conta os fatores determinantes já refe- ridos. Ainda, analisar outros objetivos relativamente ao empreendedorismo e à intenção na criação de novas empresas.

Em virtude do que foi mencionado, para a análise das relações funcionais entre as variáveis recorreu-se à análise da regressão múltipla, onde é possível verificar quais os fatores deter- minantes (variáveis independentes) que predizem as intenções empreendedoras.

Pela observação dos resultados analisados entre a educação para o empreendedorismo e a intenção empreendedora foi possível verificar que a educação para o empreendedorismo in- fluencia significativamente a intenção empreendedora dos formandos do projeto “Apreender 3.0” da região centro. A educação para o empreendedorismo influencia de forma proporcional a intenção empreendedora na medida em que aumentando uma unidade, aumenta também a intenção empreendedora. Portanto, logo confirma a literatura apresentada sobre esse aspeto, a qual evidencia o importante papel do ensino na promoção do empreendedorismo o que vai corresponder um efeito nas intenções em empreender. Deste modo, sugere-se que o empre- endedorismo contribua positivamente para o desenvolvimento pessoal e profissional de todos

67 os formandos/estudantes que fizerem parte desse sistema contribuindo para o desenvolvi- mento económico através da criação de novas empresas e por conseguinte do emprego e crescimento inclusivo.

Dos resultados obtidos entre os antecedentes familiares e a intenção empreendedora, consta- tou-se nesse estudo não haver uma ligação positiva entre ambas. O nível de significância foi relativamente baixa. Na revisão da literatura foi possível verificar a uma divisão das opiniões em relação aos antecedentes familiares. Vários estudos já realizados chegaram a conclusão que os antecedentes familiares não influenciam a intenção empreendedora. O fato de ter familiares próximos, como exemplo desse estudo em que a maioria tem antecedentes familia- res, isso, não implica que os descendentes (filhos) possam vir a ser empreendedores.

Levando-se em conta nos resultados obtidos, da experiência/formação profissional prévia foi observado que não houve uma influência positiva sobre a intenção empreendedora. Dado que, a maioria tem emprego há mais de 1 ano. Percebe-se, nesses resultados que há outros aspetos que podem estar subjacentes a esse resultado nomeadamente ao medo em empreender e a preferência em trabalhar por contra de outrem evitando arriscar. Os dados não foram de acordo com a revisão da bibliografia, nessa questão em que a abertura para a experiência é caracterizada por curiosidade e exploração de novas experiências e ambos essenciais para o estabelecimento de novas empresas, visto que os empreendedores são necessários para explo- rar novas ideias para os seus produtos e serviços.

Ao análise da relação entre a propensão para assumir riscos e a intenção empreendedora é possível verificar que, a propensão para assumir riscos exerce uma influência significativa na intenção de empreender dos formandos do projeto “Apreender 3.0”, sendo essa a variável com um peso relevante na geração da intenção empreendedora. Esta conclusão é segurado pela maioria da revisão da literatura. A propensão para assumir riscos é um dos fatores, fun- damentais na distinção dos empreendedores e decisão em empreender. Uma vez que, pode-se constatar o quão disposto estão em assumir os riscos. Pode-se observar nos resultados que a propensão aos riscos relacionou-se muito bem com outras variáveis como a educação para o empreendedorismo ao qual a apetência pelo risco controlado apresentou um efeito mediado. Contudo, nesse estudo pelos resultados constatou-se que aumentando o risco, diminui a in- tenção empreendedora. Assim, pode-se afirmar que o processo de reconhecimento dos riscos para empreender pode estar relacionado não somente aos fatores externos à futura organiza- ção, como também à formação do futuro empreendedor.

Dado ao exposto, foi possível elaborar as hipóteses de investigação que, foram testadas e analisadas na análise de dados. Com isso constatou-se que, duas hipóteses foram comprova- das (H1 e H4) a Educação para o Empreendedorismo e a Propensão para Assumir Riscos respe- tivamente. Portanto, ambas influenciam a intenção empreendedora e a Propensão ao Risco associada à Educação para o empreendedorismo apresentam valores significativos. As hipóte-

68 ses (H2 e H3), não foram comprovadas, sendo, Antecedentes Familiares e Experiên- cia/Formação Profissional Prévia. Pois, essas duas hipóteses não exerceram resultados signifi- cativos sobre a intenção empreendedora.

Tendo em conta os resultados analíticos esses foram obtidos, através do IBM SPSS Statistics que é um Software estatístico, muito útil e que disponibiliza múltiplas técnicas e métodos estatísticos de modo que, transforma de acordo com os pressupostos analíticos da técnica o que se pretende utilizar. A IBM SPSS Statistics é uma ferramenta modular e integrada que cobre todo o processo analítico. Assim, considera-se essa ferramenta crucial para análise e os resultados obtidos nessa investigação.

Através da revisão da literatura sobre os determinantes da intenção empreendedora, pode-se concluir que há controvérsias na literatura em diversas vertentes em relação aos fatores ana- lisados nesse estudo e que os resultados podem depender do grupo alvo em estudo e que pode ditar por resultados positivos ou não. Entretanto, esses fatores devem ser explorados para que possa dinamizar a intensão empreendedora. A educação para o empreendedorismo deve ter como foco as experiências/formações prévias e antecedentes familiares. Pois, essas reve- laram ser dois fatores surpreendentes. O empreendedorismo tem sido adotado como alterna- tiva para geração do autoemprego e desenvolvimento das economias dos países. Para isso, os países devem continuar a investir nos programas de apoio aos empreendedores e isso é im- prescindível que todas instituições trabalhem em conjunto de modo a desenvolver as compe- tências empreendedoras das pessoas, criando um espírito empreendedor e proactivo. As insti- tuições de ensino e outras instituições devem continuar a apostar fortemente na promoção do ensino do empreendedorismo, como forma de incentivar, desenvolver novas competências e criação de novas empresas, fato esse comprovado nesta investigação pela importância atribu- ída às formações ministradas através do projeto “Apreender 3.0”.

5.2. Limitações do Estudo e Futuras Linhas de Investiga-

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