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Ainda que a Corticeira Amorim seja líder destacada do seu sector de atividade, na diversa gama de produtos que vende, enfrenta concorrência indireta por parte de artigos feitos de outros materiais que não a cortiça. Assim, um mindset em torno da melhoria contínua, no qual se insere este trabalho, é de grande relevância para assegurar a competitividade da empresa. Quanto ao trabalho desenvolvido, após uma fase inicial de estudo dos processos e dos artigos produzidos, foram enumerados alguns pontos como críticos, onde foram identificados problemas. No caso da retificadora, o bottleneck da secção, conseguiram-se diminuir tempos de set up, que trarão poupanças anuais de 42 horas e melhorou-se a gestão visual do equipamento, consequentemente aumentando a eficiência do mesmo. No caso da prensa, após identificado o problema, implementou-se uma solução que reduziu as paragens constantes, melhorando a produtividade e a satisfação dos operadores.

Além das melhorias isoladas dos processos produtivos, concluiu-se que a interligação destes não é feita de forma tão eficiente quanto desejado. Para procurar minorar este problema complexo e multivariável (gestão de equipamentos, stocks e de três equipas de operadores no chão de fábrica), definiram-se as regras, tendo em vista a implementação futura de um sistema de kanban para as duas referências com maior peso no total de vendas. A aplicação desta medida trará vantagens ao promover o fluxo e o controlo de stocks, reduzindo os desperdícios decorrentes das paragens por falta de material e por superprodução. Ademais, o sistema de

kanban ao delegar responsabilidades para os operadores, reduzirá a micro gestão que é hoje

necessária à direção industrial.

Posto isto, conclui-se então que foram propostas e implementadas medidas no sentido de atingir o objetivo principal - melhorar o fluxo produtivo. Considera-se também que os conhecimentos adquiridos relativos à melhoria de produtos e processos, ainda que desenvolvidos em ambiente industrial, são de aplicação transversal a negócios de outra natureza. Espera-se ainda que exista uma continuação do trabalho desenvolvido, nomeadamente com a execução das medidas que ainda não puderam ser postas em prática. Por fim, e numa ótica mais alargada em relação ao funcionamento da empresa, é importante que seja repensada a forma como é gerido o fluxo de informação. Não só é relevante que o sistema de informação seja atualizado, (o AS400 está ultrapassado e não se adequa às necessidades de detalhe de informação de uma empresa desta dimensão) mas também é necessário que sejam criadas mais pontes entre a direção industrial e o chão de fábrica, fomentado a troca de ideias, promovendo a comunicação e espírito de equipa em torno do objetivo comum - o sucesso da empresa. A longo prazo e após a substituição do ERP, deve ser pensada uma estratégia para que a ACC, e a Corticeira Amorim no geral, caminhem no sentido de se tornarem indústrias 4.0. Tomar este rumo será importante não só para facilitar a tomada de decisão, como para a prática da melhoria contínua (identificação de pontos a otimizar e quantificação de resultados), fundamental para que no futuro a empresa não só consolide a sua posição de referência, mas para que também se possa reforçar como líder do sector, dentro e fora de Portugal.

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ANEXO B: Sequência de operações das referências estudadas no

layout da fábrica

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