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6.1. Conclusões

Quanto ao comportamento das argamassas no estado fresco verificou-se que: as argamassas com traço em massa, mais ricas em ligante, necessitam de uma menor quantidade de água para se obter uma boa trabalhabilidade, independentemente do tipo de areia; as argamassas com traço em volume, menos ricas em ligante, necessitam de uma maior quantidade de água, quantidade essa, que é superior para as argamassas com areia com granulometria corrigida. Foi também verificado que para as argamassas com maior quantidade de ligante foi necessário um espalhamento superior para obter o mesmo tipo de trabalhabilidade.

A cura dos provetes não foi um processo muito fácil, pois no seu início houve algumas peripécias que levaram a que se alterassem alguns procedimentos definidos inicialmente, como o tempo dos provetes dentro dos moldes e a colocação em bancada dos provetes de cura húmida (alternância seco/molhado).

As argamassas com areia com granulometria corrigida apresentam valores mais elevados de massa volúmica, o que poderá estar relacionado com a diferença entre as massas volúmicas dos constituintes.

Quanto às características mecânicas, as argamassas com areia corrigida e traço mais rico em ligante, em massa, são as que atingem valores mais elevados.

No que diz respeito à caraterização física constatou-se que as argamassas com traço em massa absorvem maiores quantidades de água e apresentam coeficientes de absorção capilar superiores. No que se refere à porosidade aberta verificou-se que as argamassas com maior dosagem de ligante (traço em massa) são as que têm maior percentagem de poros, o que justifica a maior absorção de água.

A carbonatação das argamassas foi nitidamente influenciada pelo tipo de cura. Ao fim de um ano as argamassas com cura húmida já se encontravam completamente carbonatadas.

Da correlação entre as características das argamassas, efetuada na análise relacional, conclui-se que:

6. Conclusões e desenvolvimentos futuros

 as argamassas com traço em volume são as que terão um melhor comportamento nas idades mais reduzidas, no que diz respeito à interação com o suporte;

 as características mecânicas das argamassas seguem todas a mesma tendência (a um aumento do módulo de elasticidade corresponde um aumento da resistência à tração por flexão e um aumento da resistência à compressão);

 os valores máximos das características mecânicas nem sempre são os obtidos ao fim de um ano;

 ao contrário do que seria de esperar, as argamassas que apresentam maiores coeficientes de capilaridade nos primeiros minutos não são as que apresentam resistências mais baixas, obtidas pelas argamassas com menor teor em ligante;  as variações de valores obtidos dos ensaios realizados aos provetes provenientes

do ensaio de capilaridade não apresentam uma tendência, com exceção da argamassa com areia do rio Tejo, traço em volume e cura seca que apresenta incrementos nos valores das resistências.

Quando se analisam os valores das características das argamassas ao fim de 1 ano verifica- se que:

1. Alterar a granulometria da areia, leva ao aumento dos valores de quase todas as características das argamassas, exceto para as características físicas de algumas argamassas, traço em volume e traço em massa e cura húmida;

2. Quando se altera o tipo de traço, apenas para a argamassa com areia do rio Tejo e cura húmida os valores de todas as características aumentam, e os valores de massa volúmica diminuem nas restantes;

3. Alterar o tipo de cura, permite incrementar os valores das características das argamassas com areia do rio Tejo, exceto para a absorção capilar às 24h da argamassa com traço em massa. As argamassas com areia corrigida apresentam os valores de massa volúmica e resistência à tração por flexão reduzidos e os restantes aumentados, exceção para a com traço em massa cujo valor de módulo de elasticidade também diminui.

Quanto ao desempenho enquanto argamassas de substituição, verificou-se que todas as argamassas estudadas apresentam, de um modo geral, características adequadas para edifícios antigos, com exceção dos valores dos coeficientes de capilaridade um pouco elevados das argamassas mais ricas em ligante, principalmente nas realizadas com areia do rio Tejo, e do valor de módulo de elasticidade também ligeiramente elevado da argamassa com maior teor de ligante e areia corrigida.

6.2. Desenvolvimentos futuros

Os resultados obtidos por vezes apontam em direções opostas, por isso considera-se importante:

 Conhecer melhor a estrutura porosa, utilizando porosimetria de mercúrio. Com efeito, em determinadas situações, é-se levado a acreditar na existência de poros grandes, embora noutras pareça ser predominante a existência de micróporos;

 Seria interessante, também, determinar as características estruturais e geométricas das estruturas cristalinas e produtos de alteração presentes nas amostras o que pode ser obtido através de análise mineralógica por difractometria de raios X, análise termogravimétrica e térmica diferencial.

Estes dois pontos poderão vir a ser ultrapassados com ensaios a realizar, posteriormente, nos restos de provetes do ensaio de determinação de resistência à compressão que foram guardados no âmbito do presente estudo.

Refere-se ainda como interessante de realizar:

 Variações da cura de forma a simular melhor o ambiente de obra e não ser tão agressivo, vindo a estar seco uma boa percentagem do tempo, em oposição ao que se estudou;

 O acompanhamento destes estudos durante mais tempo. Propõe-se a realização de provetes para a possibilidade de realizar ensaios em idades superiores a 5 anos, de preferência todo o conjunto de ensaios realizado em idades mais jovens.

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