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O estudo desenvolvido nesta dissertação para a determinação do caudal em comportas para várias situações de escoamento apresentou bons resultados, demonstrando que estão disponíveis várias equações capazes de realizar este cálculo com bastante precisão. Alguns métodos necessitam ainda ser melhorados para a situação de ressalto submerso.

Os resultados experimentais obtidos no canal laboratorial de hidráulica de Universidade de Évora, demonstram que existem soluções capazes de realizar o cálculo do caudal com erro percentual absoluto médio inferior a 5%, para os três grupos de equações estudadas.

De entre as equações baseadas no método da energia-quantidade de movimento, a equação proposta em Henry (1950) para determinar o coeficiente de vazão, associada depois à equação da energia para o cálculo do caudal, dá resultados muito precisos em todas as situações de escoamento, aumentado a sua precisão quando se opta pelo coeficiente de contração igual a 0,61. Apesar de muitos investigadores recentes apontarem o diagrama de Henry (1950) como uma referência de cálculo, esta equação não é referida, mas aqui conclui-se que é uma boa solução para determinar o caudal em comportas planas verticais. Ainda dentro do grupo de equações E-M destacam-se as apresentadas em Bos (1989) e em Yen et al. (2001).

No grupo de equações da E-M com introdução de um fator de correção, o método apresentado em Belaud et al. (2009) mostrou-se bastante preciso no cálculo da vazão. Apesar de se notar que o fator de correção unitário era o que gerava melhores resultados, o coeficiente de contração variável adaptou-se muito bem à equação destes investigadores.

O último grupo de equações estudadas, relativo ao método de Ferro, permitiu grande precisão para o cálculo de caudais nas situações de ressalto livre e submerso, à exceção da situação em que ocorre baixa submersão ou grande abertura de comporta. Esta situação requer mais investigação através da realização de novos ensaios neste tipo de submersão e no desenvolvimento de equações que assegurem o cálculo com precisão em todas as situações de escoamento.

De entre as equações de fronteira consideradas, a equação de Swamee (1992) apud Sepúlveda et al. (2009) representou com maior rigor o limite entre o ressalto livre e o submerso. No entanto, este tipo de equações necessita ser melhorado de forma a definir melhor o tipo de ressalto que está a ocorrer em determinada situação.

Para novos estudos relacionados com o tema desenvolvido nesta dissertação, será interessante alargar a investigação a canais protótipo, no sentido de testar as equações aqui

53 referidas em situações práticas. Neste tipo de canais, as condições de funcionamento têm algumas diferenças relativamente às laboratoriais. Desta forma, será talvez necessário adequar os métodos aqui testados para todas as situações de escoamento.

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