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6. Discussão dos Resultados

6.1. Conclusões

O principal foco deste trabalho estava relacionado com o estudo de padrões nos transitários e material recebido. De forma a melhorar toda a área de receção de MP, onde se incluem as Janelas de Descarga, estendeu-se o estudo às atividades que sucedem a descarga de material. Foram encontrados diversos problemas e sugeridas e implementadas algumas soluções de otimização.

Relativamente às Janelas de Descarga, foi elaborada uma folha de cálculo que desencadeou o arranque do estudo das descargas recebidas. Apenas graças ao registo das descargas existente esse estudo foi viável.

As Janelas de Descarga evidenciaram vários padrões relacionados com os transitários, como as horas preferenciais de descarga, mas também a quantidade de MP recebida. O elevado número de DNP encontrado, foi de acordo com o esperado pelos responsáveis da área, tal como os picos horários de descarga. Também foi possível verificar que apenas 65% dos transitários com JD não oficial cumpriam o estipulado.

A altura mais problemática é durante o período da manhã no que diz respeito às JD, pois é nesse período que se encontra uma maior afluência de transitários, nomeadamente no cais 2. Neste cais, verifica-se a receção de todos os transitários expresso que descarregam, maioritariamente, volumes.

Os cais 1 e 3 não apresentaram tanto desnivelamento como o cais 2. O cais 1, como é um cais com um tipo de trabalho e material recebido um pouco diferente dos restantes, aliado aos poucos transitários que lá descarregavam, foi um cais que não expôs grandes problemas.

Falando sobre o cais 3, onde é rececionado o material vindo em palete, foi possível evidenciar uma grande afluência dos transitários, assim como quantidades de paletes recebidas acima da capacidade de descarga durante uma hora de trabalho. Foi possível

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reajustar algumas descargas e, também, procedeu-se à marcação de duas descargas diárias para alguns transitários, de forma a distribuir o elevado número de paletes pelas duas descargas. Com isto, conseguiu-se um nivelamento horário das descargas, em conjunto com a quantidade de paletes recebidas dentro da capacidade do cais.

Para auxiliar no combate dos problemas encontrados nas Janelas de Descarga, foram definidos standards para as descargas. Com estes standards procurou-se auxiliar o cumprimento dos objetivos das janelas, sendo implementados limites de atraso em relação ao estipulado e, também, limites de material a rececionar de acordo com o tempo da janela. Para acabar com o método antigo e descuidado de marcação de uma JD, foram estipuladas pessoas e delineado o método de marcação.

Os fornecedores/transitários foram informados sobre o trabalho desenvolvido. Os que já possuíam uma JD não oficial, e a cumpriam, foram contatados para a oficialização da mesma e até criação de uma outra em alguns casos. Para os transitários com maior número de DNP e uma média superior a duas entregas por semana, foi sugerida a criação de uma JD oficial.

De realçar que o novo sistema das JD foi bem recebido pelos fornecedores/transitários. Contudo, não foi possível, dentro do período de estágio, obter aceitação ou rejeição de alguns.

Depois de obtidas as confirmações das JD de alguns transitários, que desde logo aceitaram a proposta, foi possível verificar um aumento da ocupação planeada dos três cais de descarga.

Um novo tipo de registo das descargas foi criado, eliminando o método de escrita em papel. O novo registo foi criado numa folha de cálculo Excel, procedendo-se à instalação de um computador na zona dos cais. O novo método foi bem recebido pelos colaboradores da área.

Para auxiliar os gestores, dado que não possuíam nenhum tipo de ferramenta visual de fornecimento de dados atuais sobre a área, foram implementadas duas ferramentas de gestão visual, através de gráficos com o número diário de DNP e incumprimentos das JD.

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De forma a ser calculada a produtividade das JD foram estipulados Indicadores Chave de Desempenho. Os indicadores definidos foram: Número de Descargas Não Planeadas, Cumprimento das Janelas de Descarga, Paletes Homem/Hora e Volumes Homem/Hora. Cada objetivo possui o seu valor ideal, com uma margem de erro. Os três meses de estudo possibilitaram concluir que a produtividade da área está abaixo do definido, mas com todos os standards elaborados, juntamente com o contato com os fornecedores/transitários, prevê-se um rápido aumento dessa produtividade.

Através da análise do fluxo de material não volumoso e dos postos de trabalho, foram encontrados diversos problemas, de onde se destaca a inexistência de FIFO para o processamento deste tipo de material. Desta forma, foi sugerido e implementado um novo layout, que permitiu acabar com problemas de espaço. Para o problema de movimentação elevada, foi introduzido um MR para controlo do FIFO e abastecimento dos PT.

Os postos de trabalho, juntamente com o departamento de ergonomia, foram analisados. Vários problemas foram encontrados e resolvidos. Foram propostas algumas soluções de investimento em sistemas de redução do esforço dos colaboradores na movimentação do material, mas devido ao elevado investimento inicial apenas uma proposta foi aceite. Será instalado um sistema de manipulação por vácuo para a receção de material no cais 2.

Devido ao novo layout os postos de trabalho de processamento de material não volumoso foram alterados.

Através da execução deste projeto, verificou-se a satisfação da empresa com o trabalho desenvolvido relativamente aos objetivos inicialmente propostos. É com agrado que grande parte das propostas sugeridas foram implementadas, contribuindo para uma real otimização da área.

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